KC - 31
Ouvia meu pai murmurar coisas desconexas, enquanto gesticulava no ar. Estava nervoso, a pele vermelha e as veias de seu pescoço saltando. Ele estava irritado com que havia acontecido comigo. Eu apenas observava tudo, rindo fraquinho. Meu pai era um tanto exagerado, e tinha no sangue a sede de justiça. Muito justiceiro, jamais aceitaria o que fizeram comigo, ou com qualquer pessoa próxima a ele. Engoli em seco, tentando me sentar.
Acordei, como sempre, sem o corpo de Joy ao lado. Era tão desconfortante e eu me sentia vazia, solitária. Minhas pernas tremeram com o esforço. Ainda estava mentalmente com medo. Meu corpo toda entendia o que se passava comigo. Meu pai finalmente sentou-se, tocando levemente meu rosto, indo para meu cabelo. Ele sorriu paterno. Eu amava meu pai, e nada poderia mudar. Ele era muito especial para minha vida. O admirava, a forma corajosa que ele enfrentava as situações.
— Como pude deixar que fizesse um absurdo desses com você, minha filha... – não foi uma pergunta, para mim ele afirmou. – sou um pai imprudente e irresponsável.
— Não, pai... – minha voz saiu rouca, fraca e muito baixa. – Jamais. Não havia motivos para saber que isso aconteceria.
— Mas eu sou um guarda, Yeri! Minha função é proteger as pessoas, e principalmente minha filha.
Meu coração doeu. Eu queria tanto saber, por mais que eu ja soubesse. Ele me trouxera para cá, justamente para mim proteger. Mas essa proteção estava chegando ao fim. Minha morte estava próxima, a guarda civil poderia chegar a qualquer momento e me prender. Já sabiam onde estava...
— Eu te amo tanto, papai. – beijei seu bochecha. – Não sabe o quanto.
Ele riu, segurando firmemente minha mão.
— Claro que sei. Meu amor é maior. – foi minha vez de rir. – Vou fazer aquele desgraçado apodrecer na cadeia, pode gravar, Yerim! A justiça está me consumindo. Só não desgracei ele todo, porque fui impedido pela guarda civil. Meu sangue ferve de ódio! Como alguém pode fazer esses dislates desse jeito? Sem um pingo de consciência?
— Acalme-se, papai... A justiça condenará ele. – Ele assentiu, ficando em silêncio. Beijou o topo de minha cabeça.
Observei alguns empregados adentrando o quarto, surpreendendo papai e a mim. Nos entrolhamos quando eles começaram a guardar minhas roupas e da princesa numa mala.
— O que há? – papai perguntou com a voz grossa e autoritária.
— A senhorita princesa, pediu-nos para arrumar as malas da senhorita e da senhorita Yerim. Vão fazer uma viagem de última hora. – uma das criadas disse.
— Certo. Filha, fique bem e tente esquecer todo ocorrido. Creio que essa viagem fará bem a você. A princesa Sooyoung sabe o que é o melhor para você, ela é tão especial. – seus olhos brilharam ao descreve-la. Creio que os meus também. – Voltarei mais tarde, quando meu turno terminar. Te amo.
Sussurrei um também quando ele me beijou. Fiquei observando a correria deles acabar. Tentei me levantar, perguntando onde Sooyoung estava. Ela havia falado com a mãe. Pela descrição dos criados, Joy brigou com a rainha, e descobrira que Jimin estava certo sobre meu incidente. Estava tão nervosa que os ordenou rapidamente que preparasse a mala de quatro dias para Jeju.
Não queria que ela fizesse isso.
As vezes achava que Joy fazia essas viagem para se manter afastado de sua família desequilibrada, e ficar somente comigo. Me sentia honrada, de fato. Porém, achava erradiço tudo isso. Ela deveria resolver com eles sobre ela ser "diferente". Tentei vestir uma roupa descente, quando Sohee entrou, juntamente com Joy, com uma bandeja repleta de comida. Sorri, em agradecimento, com Sohee me ajudando.
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;; kingdom come | joy+ri [red velvet]
ФанфикSéculo 18, onde as pessoas são reservadas e selam por suas reputações. A qual amar diferente é crime. Após ser feita de chacotas, Yerim se ver perdida quando se descobre homossexual e acaba se apaixonando pela amiga, que a traí espalhando seu segred...