» c a p í t u l o «

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Característica nenhuma nunca definiu tanto alguém, como seu sorriso define você. Através dele eu posso enxergar todas as estrelas que um telescópio jamais poderia me capacitar a ver. Por causa dele eu sinto como se toda a felicidade do mundo estivesse depositada no simples ato de sorrir. Mas seu sorriso não é simples. É rebuscado, de um jeito acalentador, que ao passo que me acalma, causa uma tormenta marítima em meu mar de sentimentos, os quais se alastram para cada célula do meu corpo e se firmam em meu coração que sempre bate de forma descompassada em todas as vezes que você fala em meio ao seu belo sorriso.

Esse é o mesmo curvar de lábios que me leva a iniciar uma busca viciosa e incoerente por palavras que possam descrever com riqueza de detalhes em um poema com frases e rimas que nunca ousei escrever, pois só você consegue causar a cinética rítmica em meus sentimentos, mantendo-os em inconstante aceleração, a qual me leva ao conto de fadas onde, seu sorriso é a frase mais bela jamais escutada, o frio, o calor, o medo, a coragem... É também para mim, a sombra que sai quando queima o sol. É a cabana que me protege da chuva desoladora e o consolo pleno que busco quando me sinto inconsolável. É o soar angelical vindo do céu, é como assistir ao pôr-do-sol na Grécia; inimaginável, ao ponto de me fazer levitar e sonhar com coisas que jamais me imaginei capaz. Seu sorriso funciona como a lei da ação e reação para mim, se você curvar os lábios, os meus se curvam na mesma intensidade, pois somos sincronizados e harmônicos até a última nota musical possível. Somos como Bonnie e Clyde, sendo seu sorriso o fator que me captou.

Por essas e outras infinitas razões que sempre me distraio ao te ouvir e ver falar, é Mozart demais para meus olhos leigos e incompreensíveis suportar.

— Querida? — você estala seus dedos frente ao meu rosto, me tirando de meus devaneios mas me pondo novamente na fantasia de me deparar com seus traços celestiais demais para pertencerem à essa terra.

— Hum? — pisco algumas vezes, perdida em seu olhar mas encontrada em seu coração — O que dizia? — então, novamente você sorri pequeno, provavelmente achando graça em minha distração; e eu, certamente, achando graça em seu sorriso.

— Eu estava falando sobre meu dia. — você circunda suas mãos em torno das minhas e não posso jurar nesse exato momento que encontrei meu lugar no mundo, pois segundo o ditado, quem jura mente e preciso de qualquer coisa que possa totalizar essa verdade. — Mas, me fala, amor. E o seu dia? Como foi? Seu chefe estava mais calmo hoje?

Pela milionésima vez nesse diálogo ao fim do dia, você exibe seu sorriso e todas as sensações indescritíveis transpassam por cada poro de minha pele e tenho a plena certeza de que meus olhos brilham apenas porque você sorri dessa forma para mim, dando razão ao meu riso e resolução ao motivo de minhas lágrimas.

— Não... Hoje meu dia foi em paz. — respondi à sua pergunta presa em tua opia embriagante, tendo convicção dos fatos.

Porque nada importou antes, nem importa depois do momento em que você sorriu para mim, Hoseok, pela primeira vez eu sei o que é ter o sol — o seu sol — a um ato de distância e apenas para mim. Brilhando de forma incandescente, ininterrupta e infinitamente inolvidável, a ponto de todas as minhas memórias morrerem e tudo o que restar, ser seu belo sorriso. O que é, em grande síntese: meu tudo.

O Sorriso de Hoseok | jhsOnde histórias criam vida. Descubra agora