em um belo e doce dia
no meio do grande nada
que circunda e emoldura
esse conjunto de energias inacabáveis e sinuosas
sobre nossas cabeças
nasceu um doce dia
o dia mais doce de todos os dias doces
tanto que eu podia sentir o açúcar refinado
que mais parecia pózinho de fada
ou pólen
se derramando paulatinamente
grão a grão
em minha língua que nada dizia
porque nada havia a dizerrealmente
no fragmento mais certo
de todos os realmentes
nenhum dizer se necessitava
ou se atrevia a sair
porque eram todos crianças
{estavam} todos crianças
virando tela
e ganhando pequenas bolinhas roxas
pintadas a dedo
por sabe-se lá quem
virando aquarela
e escorrendo gota a gota
até serem vazios
pra se fazerem inteiros de novoeu girava e dançava
e observava os fios dos cabelos alheios
dançando com a dor que eles ignoravam
observava os fios de vida que se engrolavam
e me contavam que sol sempre vai nascer
e as margaridas sempre vão se abrir
a fim de continuar a soltar o pólen doce e brilhante
feito da nostalgia
de nunca conseguir fazer algo mais
do que estar o que somos agorao complicado é uma questão de perspectiva
assim como todas as outras simploriedades
que brilham em frente aos meus olhos
e o dia mais doce
de todos os dias mais doces do mundo
dura muito mais que vinte e quatro horas
porque, sim
a razão é totalmente sua
eu sou a pessoa mais imatura deste lugar.- beabee
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-imensurável-
Poesía-beabee- "[...] e nada satisfazia as minhas mãos ainda tão jovens que já gostavam de escrever sobre tudo que descobriam na tentativa falha de tentar entender porque eu sendo assim tão ingênua e tão cheia de vida sentia (e sinto) todas essas coisas ...