Straightjacket (Vkook/Taekook)

Amante enfurecido.

— Eu não sei por que ele mal me toca — disse com a voz embargada.

Taehyung encarou o rosto de bochechas salientes e uma deliciosa boca carnuda. O beijaria facilmente, se as lágrimas não escapassem pelos olhos magoados e castanhos.

Virou o restante da bebida em seu copo, depositando no balcão do bar mal iluminado. Não sabia lidar muito bem com corações partidos e histórias sem fim de um amor que esmorecia, porém era muito bom em dar prazer a um corpo carente.

Além disso, Jeongguk havia sumido do mapa a alguns meses e desde a última vez que se viram, não aliviou o desejo carnal — que agora estava incontrolável. Esperou o quanto pode, mas o anjinho a sua frente pedia tanto para o satisfazer que seria burrice deixar a oportunidade escapar.

— Eu também não sei — esticou a mão, pousando sobre a coxa musculosa do homem ao seu lado. Gostou do susto, e o rosto vermelho que virou em sua direção ao perceber suas segundas intenções.

Bem, estava tão nítido que até o barman sorriu de canto, reconhecendo mais uma noite de caçada de Taehyung.

— Aah, também pode ser coisa da minha cabeça sabe? — desviou do assunto, tão constrangido que as palavras saíram enroladas e as mãos pequenas apertaram o copo da bebida forte até demais.

Sorriu astuto, subindo a mão até chegar no maxilar não tão marcado quando estava acostumado. Com um toque suave, o obrigou a olhar para o seu rosto — invés dos inúmeros cantos que tentava usar de barreira para o contato visual.

— Não, não é — se aproximou, o suficiente para que a respiração quente se unisse com a sua. Oh, como aquele desconhecido era agradável de se olhar, principalmente por se derreter tanto com apenas um toque. — Coitadinho. Eu vou cuidar de você essa noite.

XXX

Taehyung esperou pacientemente a bomba explodir na sua cara. Achou Jimin tão delicioso que sequer conseguiu se arrepender quando ligou os pontos de que aquele era o noivo de Jeongguk.

Se o nanico não tivesse se despedido no final e esquecido a aliança gravada em cima de seu criado mudo, talvez jamais tivesse descoberto que tinha traçado o futuro marido de seu amante.

Onde é que tinha se metido dessa vez?

Após duas semanas, decidiu que o melhor seria esquecer. Talvez o Park tenha realmente guardado o segredinho apenas entre os dois.

Secou os cabelos em frente ao espelho do banheiro, decidindo se sairia mais uma vez naquela noite ou se renderia a vontade de permanecer deitado encarando o teto até que o sono desse as caras.

Antes de conseguir tomar uma decisão, o som da campainha e de fortes batidas ressoaram por seu pequeno apartamento. Não precisava ser um gênio para saber quem o procurava enlouquecido.

Deixou a toalha de lado, fechando o próprio roupão e passando os dedos pelo cabelo caótico. Não estava lá muito decente, mas a provável briga que teria que contornar não o animava para se vestir e atender as batidas incessantes com o nariz em pé.

Desligou a luz do banheiro e se encaminhou com calma até a entrada, abrindo a porta sem nem se dar o trabalho de conferir pelo olho mágico quem seria a pessoa lunática que precisava o ver com urgencia.

— Que surpresa você por aqui — encarou o rosto suado e tão bonito quanto se lembrava. Nunca se cansaria da feição irritada e da respiração ofegante, só de o olhar a própria carne já entrava em combustão. Jeongguk era gostoso demais, principalmente nas vestes sociais que favoreciam os músculo das coxas grossas e da barriga trincadinha.