Heartbreaker

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Minha vida nunca foi fácil, sempre tive problemas. Mas, depois do falecimento do meu pai, tudo piorou. Minha mãe ficou mais amarga do que de costume.

Cansei.

Peguei o que me pertencia, e a parte da herança do meu pai, e estou indo embora do Brasil. Não tenho amigos, então, não deixo nada aqui.

Eles todos se mandaram quando comecei a namorar com o Theo. Disseram que eu mudei, e só hoje percebo que isso era verdade.

Depois dele, minha vida que já era ruim, piorou cada vez mais.

Não tenho mais vontade de sorrir, meu coração virou um gelo.

Tive a ideia de me mudar para longe de tudo, e de todos. E acho que uma vila calma como Holmes Chapel é boa o suficiente, não sei, vamos ver.

***

Depois de aterrissar, pego minhas malas e me dirijo à saída do aeroporto.
Acho que é melhor pegar um taxi.

Vou em direção ao ponto de taxi, e lá tem um homem velho com barba por fazer, cara de chato, mexendo num telefone.

"Licença senhor." Chamei a atenção dele.

"Bom dia senhorita" Falou doce com o típico sotaque, até me assustei. Parece que as aparências enganam.

"Eu gostaria de um taxi." Falei o mais simpática que pude.

"Ah sim, me siga."

Chegamos no seu taxi. Coloquei as malas no porta-malas, e entrei no carro.

Lhe disse o endereço, e ele tomou caminho.

Antes do meu tio morrer, ele perguntou o que eu queria de presente, e como eu já tinha essa história de morar em outro lugar, escolhi uma casa aqui. E pronto, ganhei uma casa aqui,mas semanas depois ele morreu.

É assim, eu perco todas as pessoas importantes pra mim, e isso já nem me surpreende.

Deixei uma lágrima cair, enquanto olhava pela janela à fora.

"Por que a senhorita está chorando?" perguntou o senhor doce, me olhando pelo retrovisor. Odeio que se metam na minha vida! Mas como ele perguntou doce, não faz mal responder no mesmo tom, acho eu.

Limpei a lágrima me preparando para responder.

"Mulheres bonitas não deveriam chorar." Continuou não me deixando responder. "Seja o que for, não chore, dias melhores virão, vai ver!" Me mandou um sorriso paterno.

Isso, por momentos, me fez lembrar o meu pai.

"Você veio de onde?" Perguntou tentando criar uma conversa.

"Brasil" Respondi tentando dar um pequeno sorriso.

"Noossa!" Exclamou soltando um pequeno riso. "Meu nome é Robin!" Se apresentou.

"Ah, meu nome é Estrela" Também me apresentei.

" É um nome português? Eu acho que não sei pronunciar, Es-tri... Não, não sei pronunciar." Ri com a tentativa, falhada, dele pronunciar o meu nome.

"Na verdade, meu nome é estranho em ambos os lugares. Pode me chamar de Star, significa Estrela em inglês." Expliquei.

" Star, gostei!" Respondeu e logo depois parou o carro. "Chegamos Star."

"Obrigada. Quanto fica?" Perguntei pegando minha carteira.

" Não, que isso. Essa fica por minha conta." Recusou sorrindo.

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