Capítulo 27

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William precisou viajar na semana seguinte, seus pais, que até agora não tive a honra de conhecer pessoalmente, marcou uma reunião, cujo ele disse que era muito importante para a empresa.
Uma semana, apenas uma semana teria que aguentar longe dele.
Quatro dias haviam passados já, surpreendentemente rápidos, principalmente porque não parava um minuto na empresa. Fabian, estava no lugar de William e me fazia acompanhar todas reuniões e me atolava de trabalho, e era grata por isso.

"Nossa, estou cansada" disse jogando meu corpo na cadeira, não muito elegantemente. Fabian estava sentado na mesa de William, e era estranho de certa forma ver a figura dele, não a de meu namorado naquela cadeira, exercendo todo seu poder de um jeito hábil e a absurdamente sexy.
"Eu também. Tenho mais certeza da minha decisão agora quando neguei ações dessa empresa" fabian riu baixo, abrindo os dois botões do seu terno. Nós durante esses meses não tínhamos mais do que conversas profissionais, porém isso por conta dele. Gostaria de ser próxima do melhor amigo do meu namorado, mas tinha a impressão que ele sempre se afastava quando percebia que estava próximo de alguma forma. E eu nunca entenderia aquilo.
"Negou ações? Como assim?"
"O Sr. Fernando  quis vender as ações dele na empresa uma época"
Me ajeitei na cadeira ao ouvir o nome do meu sogro, "Por que ele faria isso?"
"Ele está ficando velho Maite, não quer mais saber de negócios, quer curtir com a senhora Brenda" disse como se fosse óbvio.
"Não, isso eu entendo, mas porque não deixar todas as ações com William?" Quem venderia ações para alguém fora da família tendo dois herdeiros. Praticamente um, já que Irmã de william, Marina, não gostava nenhum pouco desse ramo.
"Acredito que ele já mudou essa ideia de vender a algum tempo, provavelmente deixará para William" ele disse, parecendo que tinha lido meus pensamentos.
"E por que ele queria vender antes?" Minha curiosidade sempre falou mais alto, principalmente quando se travata da família de William. Só havia conhecido sua irmã, não como devia, mas pelo menos há vi uma vez.
"Melhor deixarmos isso pra lá" sua postura relaxada, se transformou em rígida.
Meu sexto sentido me alertou, "Pare de rodeios, começou termine!"
Ele suspirou fundo, "Há dois anos atrás, por conta dela..."
Fiquei confusa no primeiro instante, mas logo juntei metade das peças. Por ela...
"Gabriela?" Perguntei em um sussurro.
"Passado" disse firme, se ajeitando na cadeira.
"Por que por conta dela?" Insisti.
"Maite" o tom de advertência em sua voz, dizia que eu não gostaria da resposta.
"Por favor, fabian", quase supliquei.
Ele encostou seu corpo novamente a cadeira e suspirou, voltando na pose relaxada.
Respirei fundo, esperando sua resposta.
"Quando ela o deixou, ele ficou desnorteado e por pouco não faliu a empresa"
Quando ela o deixou. Arregalei os olhos,  jamais imaginei alguma mulher deixar William Levy. Se ela não tivesse o deixado, eles estariam juntos até hoje? Com certeza que sim. Senti meu estômago embrulhar.
"Por que ela o deixou?" Perguntei, depois de me recuperar do impacto que aquilo tinha causado em mim.
"Isso você terá que perguntar pra ele" Fabian disse com convicção, sabia que ele não contaria aquele detalhe. Claro, era melhor amigo do William. Mais tampouco William contaria a mim. Merda.
"E então o Sr. Fernando resolveu vender as ações dele para primeira crise que o filho teve?" Minha voz saiu mais acusadora do que desejava.
"Não é bem assim, Maite" fabian notou minha reação, "William abandou tudo, deixando tudo uma bagunça, chegou a ficar sumido por três meses. Pense como Fernando ficou, vendo seu império indo água a baixo..."
"E pense como William ficou vendo sua vida indo água a baixo" retruquei. Nunca gostei de pessoas que se preocupam mais com o material do que os sentimentos. E mesmo não conhecendo meu sogro, sua primeira impressão passada por Fabian, não foi uma das melhores.
"Eu entendo" fabian disse calmo, "mas, era o futuro não só do William, de Marina também, e Will não pensou nisso, então seu pai pensou"
"O que vender ações iria ajudar?" Questionei, sem entender.
"William tem 50% disso e seu pai 50%, vender as ações para alguém de confiança ajudaria a reerguer a empresa e se William decaísse de novo teria alguém aqui, para evitar isso" ele sorriu logo em seguida, parecendo ter recordado alguma coisa, e então prosseguiu, "mas felizmente William voltou e se recuperou, assumiu a empresa novamente e levantou tudo de novo. Fazendo seu pai mudar de ideia com as ações"
"Ainda bem, não tem porquê uma empresa sair das mãos da família"
"Concordo, mas estou preocupado..." sua confissão me deixou feliz e assustada, ele nunca compartilhava nada comigo e aquele momentos estava apenas sendo isso.
"Preocupado com oque?" Instiguei novamente.
"Sr. Fernando não chama William para reuniões..."
franzi o cenho, o que ele estava querendo insinuar com aquilo.
"Não entendi..." disse depois de longos minutos pensando, e nada se passava pela minha cabeça.
Ele olhou para a mesa, batendo os dedos, fazendo um barulho irritante, e com o pensamento longe, me deixando apreensiva.
"É muita coincidência..." ele começou a falar, mais sem me olhar, como se tivesse pensando com ele mesmo. "Ela voltar, e ele o chamar assim, do nada".
Fabian tinha razão, em todos esses meses nunca vi William conversando com o pai, e quando acontecia, era curtas palavras sobre negócios.
Então entendi onde Fabian queria chegar, ela estava de volta, e claro que O Sr. Fernando como um homem de negócios não deixaria de se importar com a principal empresa da família.
"Será que ele quer vender as ações de novo?" Finalizei meus pensamentos altos.
"Espero que não" sorriu fraco, "William tem um ótimo argumento, graças a Deus"
"Qual?" Novamente minha curiosidade não deixava o assunto acabar.
Sorriu, mais dessa vez um sorriso sincero, "Você" Fabian disse depois de longos segundos.
Ele disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, e depois de alguns segundos realmente percebi que era. Eu era a namorada dele, e com certeza seus pais sabiam, sempre estávamos em jornais ou revistas. Ele diria que Gabriela não afeta mais ele, e que está feliz comigo. Mais será mesmo que é isso que passa pelo coração dele?
"Bem, tenho uma reunião agora, Mai", Fabian disse me tirando dos meus pensamentos longe.
Quando voltei totalmente minha atenção para ele, já estava ajeitando seu terno em pé e pegando as pastas.
"Ah.." levantei rápido, ajeitando minha saia azul lisa. "Eu acho que vou para casa, não tem mais nada por aqui."
"Você que manda" riu fraco, "é a namorada do chefe"
"Engraçadinho. Boa reunião" sorri e ele retribuiu o sorriso saindo da sala.

Fui até as grandes janelas de vidro. Eu adorava a vista de Manhattan daqui e William também. Queria que ele voltasse logo, me sinto tão só sem ele.
Estava prestes a caminhar para porta do escritório, quando o toque do telefone me causa um sobressalto.

"Levy's Revolution, Ma.."
"Maite" uma voz rouca do outro lado da linha me interrompeu e eu franzi o cenho.
"Sim, quem deseja?" Não reconheci a voz masculina do outro lado da linha.
"Já se esqueceu de mim. Não vou me sentir ofendido" ele riu. "Alisson"
Arregalei os olhos ao lembrar de quem se tratava. Porque ele estaria ligando, será que houve algum problema.
"Está ai?" Sua voz rouca me fez sair do mundo da lua.
"Ah, sim, estou" me ajeitei e sentei na cadeira. "O william não está, ele te..."
Novamente fui interrompida, "Eu sei Maite, queria falar com você"
"Comigo?" Perguntei, sem entender.
"Sim. Que tal sairmos para jantar hoje?"
"Está na cidade?"
"Estou, cheguei ontem"
"Hum. Eu não acho uma boa ideia" disse me referindo ao jantar.
"Queria discutir algumas coisas sobre o contrato" ele disse depois de alguns minutos.
Se eu não fosse, talvez traria algum problema para o William. Mas, se fosse...
"Maite. Eu só assino se você me encontrar para esclarecer" seu tom calmo passou para autoritário.
Bufei, "tudo bem"
"Ótimo" sorriu, "te pego ás 08h00"
Antes de poder responder, o telefone desligou. E eu fiquei parada ali por minutos olhando o telefone. Alisson é persuasivo demais.

  
Meu corpo se aconchegou no sofá espaçoso daquele apartamento, que parecia gigante sem a presença de Eugenio. No começo ele me ligava pelo menos algumas vezes na semana, mesmo após a noite dos meus país biológicos. Mais já faz um mês que ele não me liga, e isso aperta meu coração.
Estiquei meu braço para conseguir alcançar a mesinha do centro da sala, para pegar meu celular. Eu iria ligar para ele.

Primeiro toque. Segundo toque. Terceiro toque. Quarto toque.

"Alô" disse uma voz feminina, rouca. Tirei o telefone da orelha para ver se tinha apertado o número certo, e sim.
"Ah, oi" engoli o seco, sentindo minha garganta seca. "Eugênio está?"
"Só um minuto, querida." A voz feminina disse e tudo ficou mudo.
"Oi Maite" agora sim era a voz familiar que gostaria de ouvir. "Tudo bem? Aconteceu algo?"
"Ah, não, nada." Disse e não tive resposta por algum tempo.
"Então porque ligou?" Eugênio perguntou e senti uma alfinetada no peito.
"Nada." Suspirei tentando evitar a lágrima que queria escorrer pelo meu rosto, "eu vou desligar. Desculpa"
Ouvi a respiração profunda dele, "Maite, desculpa... eu estou um pouco ocupado"
"Quem é ela?" Minha curiosidade falava mais alto.
"Olha, podemos conversar amanhã?" Ele disse depois de alguns minutos.
"Você vai me ligar?" Perguntei animada.
"Vou, amanhã. Preciso ir" ele disse, e desligou o celular. Estavam fazendo muito isso.

Deixei meu corpo cair por inteiro no sofá e fechei meus olhos. Estava sendo difícil, Eugenio, William, Gabriela...
Merda — bufei, assim que ouvi o toque do meu celular novamente, mas dessa vez era mensagem. Estiquei o braço para pegar o celular novamente.
"Ansioso para nosso jantar. Allison"
Como ele conseguiu meu número?
Ele é Alisson Smith. Sabe tudo.


Oi amores, desculpa a demora...
Capítulo um pouco cumprindo, talvez cansativo, mas precisava reintegrar alguns personagens, que não podem ser esquecidos.

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora