"Deixai toda a esperança, ó vós que entrais." — A divina comédia
Monstros são tão reais quanto eu e você.
Eles andam entre nós quando o sol não mais nos ilumina; escondidos nas sombras profundas do Vale da Morte, sedentos por sangue e em busca de sua próxima vítima.
Sei que pensarás que tudo não passa de devaneios de um fanático da conspiração, todavia garanto-lhes que não; pois eu estava lá quando eles foram criados.
Vislumbrei os cientistas brincando de Deus ao tentarem reviver pessoas que, há muito, haviam falecido.
Desde o começo eu lhes alertei, disse-lhes que Deus iria lançar sua fúria sobre nós. Eles zombaram de mim, disseram-me que eu era tolo por acreditar na existência de um Deus.
Disseram-me que os homens são os verdadeiros deuses e que, se podemos sonhar com algo, podemos concretizar os sonhos.
Que os avanços eram necessários e que a igreja sempre excomungaria os cientistas, pois tal instituição teme que os avanços feitos pelos humanos prove a inexistência de Deus.
Mas eu estava lá quando queimaram sob sua arrogância, vi suas peles serem arrancadas de seus corpos, cada gota de sangue ser sugada.
Presenciei o início do pandemônio em toda a sua beleza. Cada mísero ser humano sendo morto por blasfemar contra o Santo nome de Deus.
Era verão, mil novecentos e cinquenta e um; o ano em que Londres sucumbiu às trevas e que o inferno veio à Terra.
Se ao menos tivessem me escutado, isso poderia ter sido evitado.
Em mil novecentos e cinquenta e dois, todo o Reino Unido havia sido tomado; eles estavam formando seu próprio império composto por sangue e terror.
Exércitos foram enviados, resistências humanas foram formadas; todavia eles eram exterminados tão rápido quanto eram enviados.
Tentei persuadi-los, contar-lhes sobre Deus. Mas feras não ouvem; disseram-me que meu Deus nos abandonou, que eu deveria deixar a que a esperança morresse, que o mundo, agora, era deles.
Havia um velho bar de esquina, eu costumava frequenta-lo com os meus colegas de trabalho; isso antes de um toque de recolher ser imposto pelo governo.
O bar se tornou o quartel deles.
Antes Bob's Beer House, agora The bad club; mais conhecido como O clube dos caras maus.
Foi lá onde a segunda chacina aconteceu, apenas algumas semanas depois do ocorrido no laboratório.
É incrível como apenas três deles têm a capacidade de aniquilar vinte de nossos melhores soldados.
Os céus estão nublados, jovem criança, temos de entrar... fomos abandonados aqui, ninguém virá nos salvar.
Somos nós por nós mesmos; vamos nos proteger, as nuvens estão cobrindo o sol e se aproxima a hora de eles comerem.
Você não quer ser o almoço de hoje, não é mesmo?
Tranque as portas, bloqueie as janelas, não respire alto, controle seu coração... não sinta medo ou eles o encontrarão.
Se enfie no porão e reze com suas velas.
Peça perdão à Deus, pelos erros dos antepassados. Talvez ele volte para nos salvar, talvez ainda haja esperança para aqueles que entrarem.
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The bad guys club
Short StoryTranque as portas, bloqueie as janelas, não respire alto, controle seu coração... não sinta medo ou eles o encontrarão. {CONTO DE HALLOWEEN}