Aquela simples quarta-feira conseguira deixar meu dia um pouco mais feliz.
Fiquei triste por não ter um fone como costumava ter porque quebrei outro,acho que foi o quarto em três semanas, um novo recorde para minha lista de inutilidade.
Estava muito calor, provavelmente beirando os 30°C, mas como na minha escola tem muita grama, parece que aumenta mais 10.
Estava transpirando freneticamente e estava com medo das pessoas sentirem o cheiro, um provável medo que consegui ao longo dos meus 3 anos me aventurando em um país tropical. Eu me culpo, aliás, eu não tinha hábitos de higiene e nem me preocupava com isso até perceber que transpiro muito e o cheiro fica insuportável. Como descobri? Nada mais nada menos que bullying no meu antigo colégio. Não só pelo cheiro como também pela forma que me vestia e a grande qualidade de pelos que meu corpo produzia.
Com certeza esses foram os piores 3 anos da minha vida. Aquele colégio era como um zoológico onde quem é da mesma espécie fica junto e os diferentes são isolados. E olha que novidade, eu era essa espécie isolada.
Eu nunca consegui fazer amizade com meninas porque nunca entendi o foco da conversa delas, porém, me dava super bem com garotos. Na minha vida inteira, 80% dos meus colegas eram garotos, mas como a vida gosta de dar o choque de realidade, os garotos não gostavam de andar com garotas, ou era comigo mesmo. Eu sei que sou uma pessoa melosa, até demais, e eu sei que eu sempre fui um incómodo no grupo, tanto por viajar demais e perder o rumo das conversas, quanto por ser melosa.
Bom,esse ano eu prometi a mim mesma me dedicar aos estudos, o que não deu muito certo depois de 3 meses. Eu estava entrando no 2° trimestre do ano e minhas notas pareciam trilhos de uma mina, apenas desciam. Eu não estava tão preocupada com as notas em questão de vestibular, estava mais desesperada pela reação dos meus pais, o olhar de reprovação deles era como um tiro no peito, algo que eu me dedicava para não ver.
Nesses 6 meses eu conheci minhas melhores amigas que já considero como irmãs. Laura, a mais responsável do grupo, conhecida como a mãe. Ela era alta e loira, olhos claros que transmitiam confiança e poder. Ela dava ótimos conselhos.
A Amora, uma menina japonesa muito tímida e reservada, mas que conseguia quase ser mais louca que eu quando não estava sob o efeito de remédios. Os problemas na família dela fazem com que ela tenha baixa confiança em si mesma, mesmo ela sabendo fazer tudo. Ela é baixa, mas mais alta que eu, tem cabelo longo e preto com mechas alaranjadas. Usa óculos e AMA escrever cartas.
E tem a Ópera, a mais velha do grupo e que tem uma lista de 23 crushes. Ela tem um passado um tanto quanto conturbado mas que ela superou em partes. Ela é mais baixa que eu, uns 1,55 por aí, tem pele morena e cabelo preto médio com progressiva. Nós a chamamos de tia por ser ela quem abre a porta da van.
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A professora de geografia tinha passado uma apresentação para a próxima aula e como o horário da Amora era apertado, só nos restou no dia em que passou.
Na hora da saída avisei minha mãe que iria na casa da Amora e que era para me pegar assim que saísse do trabalho.
No caminho, a gente ria e fofocávamos sobre o que tinha acontecido na escola, mas em algumas partes eu viajava para um mundo paralelo.
Assim que chegamos na casa da Amora, guardamos nossas bolsas e fomos almoçar.
E foi ali que te o vi pela primeira vez.
Estava sentada na mesa comendo quando ele chegou e se sentou do meu lado. Pela aparência, ele era o irmão da Amora. E não vou mentir, que menino bonito.
Conversamos durante um bom tempo até que decidimos começar a fazer o trabalho.
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30 dias ao seu lado
RandomE naquele sofá tudo pareceu desmoronar. Com a voz embargada, pergunto algo que já sabia a resposta: -Tem certeza que quer isso? Ele dá uma risada nasalada, como se fosse nada,como se fossemos nada, e responde: -Sim.