Capítulo 1 - First love sight

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                                          "Ao primeiro sinal de amor, ame.".

 Eu não posso me conter, especialmente por que eu não quero, mas também por que tem algo naqueles olhos azuis que me atraem. Eu não sei o que é, e não sei como não o notei em todos esses anos. Bom, eu sempre estava com a cara em algum livro ou compondo algo, talvez fosse por isso, ou talvez, a julgar pela altura, esse seja o primeiro ano dele, de qualquer forma agora que o notei meus olhos não querem desgrudar.

— Vai ser sua nova inspiração para alguma música, ou você só está interessando nele? — Jack me tira dos pensamentos, mas meus olhos continuam no loiro do outro lado do refeitório. — Cuidado para não virar obsessão. — Ele completa.

— Olhar nunca arrancou pedaço. — Comento e o olho. Jack e eu somos amigos desde o primeiro dia de aula aqui na faculdade. Nós dois somos os únicos do Reino Unido na sala, pelo que parece, apesar que me lembro vagamente de alguém falando que era Britânico, mas essa pessoa ficou apenas pelo primeiro mês e depois sumiu, me fazendo esquecer a leve atração que senti. Nem lembro mais o rosto, ou o nome, mas era algo com A...

— Bom, quando sua pequena fixação do dia acabar, o sinal tocou e temos aula. — O garoto de olhos azuis me avisa enquanto se levanta da cadeira e põe a mochila nas costas.

 Me apresso em arrumar minhas coisas, dou uma última olhada para checar se o garoto ainda está ali, mas ele sumiu. Procuro rápido em volta e o vejo entrando. Coloco minha bolsa nas costas e ando apressado, sinto Jack me seguir de perto, mas não diminuo o ritmo. Infelizmente o mar de universitário foi demais e não achei o loiro e eu precisava ir para a sala, então segui Jack para a aula instrumental.

 Okay, primeira coisa, isso é uma sala do último ano da faculdade, ou seja, novatos só entram se transferidos de outras universidades e segundo, o loiro estava sentado bem no fundo da sala. Eu bem que tentei ir para lá, mas Jack me segurou e me levou para nossas carteiras habituais perto de Brooklyn. Definitivamente tenho que aceitar, até por quê qual a razão de sentar lá? E além do mais, o que eu falaria com ele? É apenas mais uma pequena monomania minha, Jack está certo.

— Muito bem alunos, sei que é estranho fazer isso na faculdade, mas fui informado que temos um "novato" na sala. — A professora Gerard fala enquanto adentra a sala. — Por favor Mr. Fowler algumas palavras antes de começarmos? — Os olhos quase cinzas da esquelética mulher de cabelos encaracolados procuram a sala até se fixar num ponto atrás de mim, exatamente vendo o que eu imagino. O garoto loiro. Me viro e o fito.

— Er... Claro. — O garoto torce os lábios e levanta, claramente não gostando da atenção. — Eu sou Andrew Fowler, tenho 24 anos. Eu sou britânico e... Hm... Amo música. — Ele junta as palmas das mãos e esboça um sorriso.

 Andrew Fowler. Andrew significa "Homem" ou "Viril" e provém do Grego "Andreas", além de aparecer na bíblia. Já Fowler deriva da palavra "Flower", flor em inglês, mas também interessantemente significa "armadilha para grandes pássaros" e "Grande ave" ou ainda "Ave de rapina.". Contraditório. Belo, igual a ele.

 A aula prossegue. Por Andrew ser novo, embora estranhamente já conheça algumas pessoas ali, a professora o pede para mostrar um pouco do seu talento. Eu nunca me perguntei como seria um anjo tocando piano, mas bem ali na minha frente eu pude ver. Deus abençoe esse garoto, e me perdoe pelos pensamentos que tive durante os breves minutos em que ele tocou piano.

 Depois dessa aula temos mais duas, graças a Deus temos que mudar de sala e isso me dá a oportunidade para me sentar em algum lugar melhor. A primeira aula me sentei na mesma fila que ele e pude observa-lo muito bem. Por conta da segunda aula ser em mesas para grupos fiz questão de me sentar na mesma mesa que ele, alegando debilmente que aquela é a melhor da sala.

Hurricane [hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora