Lenta e dolorosa, enfim, a morte.

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Quando eu despertei percebi que algo estava errado. Mas o que está errado?

Tudo!

Eu consigo ouvir os sons ao meu redor, desde pessoas falando na rua em frente à minha casa, até o barulho de minha mãe fazendo café na cozinha. E também uma respiração ao meu lado, lenta, mas uniforme.

Após ouvir essa respiração, senti um medo profundo, afinal de contas, não deveria ter mais ninguém em meu quarto além de mim.

Mas o mais aterrorizante de tudo é que eu não consigo me mexer.

Desde os dedos dos meus pés e mãos, nem meus braços e pernas e até mesmo minha boca. Nada se move do lugar, nao importa o quanto eu tente.

"Não tenha medo, minha criança, mau à você eu não irei fazer, mas tudo depende da resposta que irei ter." - falou uma voz assombrosamente rouca, como se tivesse saido do mais profundo andar do Inferno.

Quanto mais eu escuto aquela voz mais sombrio os arredores ficam, como se a própria luz não quisesse se encontrar com aquele ser.

"A cada reposta que você acertar um presente gracioso eu irei te dar, mas da mesma forma que no acerto você terá um presente, no erro irei te tirar um ou dois dentes, para minha ira saciar." - enquanto aquela voz rouca chegou em meus ouvidos, algo comessou a esfregar em minha buchecha.

Eu sinto uma pequena queimação em meus rosto, e um líquido quente comessou a dançar por minha buchecha, saindo dequele corte que acabou de aparecer.

Eu tento me levantar com todas as minhas forças, mas parece que todas as minhas cobertas foram feitas de chumbo.
São como serpentes que se enrolam por meu corpo, restringindo todos os meus movimentos.

Movendo apenas os meus olhos, enfim consegui ver o ser que me atormenta.

Ele deve ter cerca de um 190m, esguio, e todo o seu corpo está coberto por um pano, que é tão negro quanto uma noite sem luar.
Seus rosto é todo distorcido por vários cortes, como se um lobo tivesse usado sua face para testar o fio de suas garras.

No topo de sua cabeça, onde deveria ter cabelos, tem apenas marcas de queimado e bolhas negras, como se seu couro cabeludo estivesse se decompondo.

No lugar que deviam estar seus dedos, tem apenas garras, tão afiadas quanto uma lamina usada em abatedouros de animais.

"Então a primeira pergunda devo fazer e você deve saber, as consequencias de não responder"

"O que acontece com um belo rostinho quando ele é cortado inteirinho?" - logo que terminou a pergunta, aquela monstruosidade negra se curvou diante mim, seus olhos estão olhando para os meus e seu rosto nao está a mais que alguns sentimetros de distância do meu.

Eu tento abrir minha boca para responder, qualquer coisa ja estaria bom, mas não importa o quanto eu tento, meus lábios continuam selados.

"Olha bem minha doce criança, já se passou algum tempo e você se recusa a responder, então a punição irei aplicar a você." - a voz atingiu meus ouvidos, e enquanto ouço elas, algo comessou a passar entre os meus lábios.

Eu sinto uma dor enlouquecedoura.

A dor de ter seus dentes cortados junto com sua gengiva.

Junto com uma queimação e dor surreal, sangue flui por minha garganta. Eu estou me afongando com meu próprio sangue.

"Já que a resposta de minha pergunta você não parece saber, tudo o que me resta é mostrar a você"

Mais dor chegou até mim junto com essas garras que estão abrindo toda a carne do meu rosto, como se fosse manteiga.

Junto com a dor em minha boca, todo o meu rosto está ardendo e eu sinto todo o sangue escorrendo pra fora dos cortes.

É como se alguém pegasse um arame farpado e estivesse passando por todo o meu rosto.

Mais e mais cortes estão aparecendo no meu rosto, junto com uma dor horrível.

" Vamos partir para a segunda pergunta, espero que dessa eu receba uma resposta. Você sabe a dor que recebe uma doce criança, ao perceber que estão cortando sua garganta?" - perguntou aquela voz horripilante, que agora está sussurrando em meu ouvido.

Meu corpo está tremendo de pavor.

Meu coração está batendo tão rápido que eu sinto como se ele fosse explodir.

"Ora, ora, minha doce criança, parece que não te ensinaram nada, então pessoalmente irei lhe mostrar, mas antes de tudo minha ira irei saciar."

Desta vez, meu corpo está sendo rasgado. Meu braço direito está queimanto tanto que parece que estão tacando fogo.

Eu estou sentindo um corte aparecer depois do outro.

Meu braço, minha perna, minha mão e agora o meu peito está sendo aberto.

Minhas costelas estão sendo retiradas de minha barriga.
Junto com cada costela, eu sinto minha carne saindo junto.

Meus órgãos estão se revirando dentro da minha barriga. Ele está tomando todo o cuidado do mundo pra não me matar.

Meus órgãos estão sendo cortados, e tudo o que eu posso fazer é dar um grito silencioso, já que não consigo abrir minha boca para gritar.

Ele está vindo na direção de meu rosto novamente com aquelas garras.

Ele está passando elas calmamente por meu rosto, abrindo mais alguns cortes nele.

Ele está cortanto meus lábios e tudo o que eu sinto são ondas de dor que rodeiam linha boca.

Dor.

Eu não sabia o significado dessa palavra até agora.

Suas garras estão vindo na direção de meus olhos.

Meu olho esquerdo está sendo adentrado por uma das laminas de sua mão. Lenta, suave e sem pressa. Eu posso sentir, o que costumava ser meu olho, escorrer para fora de sua órbita.

Ele está indo até meu olho direito, mas parou para cortar o meu nariz. Eu já desisti de tudo e estou me entregando a minha dor, a dor de ter meu nariz arrancado de meu rosto, um pouco de cada vez, com todo o cuidado para durar o máximo possível.

"Minha criança, eu gostei de nossa brincadeira, mas já está na hora de ela um fim encontrar e espero te encontrar na próxima vida para podermos continuar a brincar."

Minha garganta está sendo cortada, lentamente, dividida em duas partes.

Estou me engasgando com meu próprio sangue.

Minha consciência está morrendo, parece que enfim meu fim chegou.

Meu fim.

Senhor da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora