Prólogo:D

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Com as costas apoiadas na cama e com os pés para cima, eu olhava fixamente para o teto de meu quarto, enquanto esperava a Luanna chegar - ela iria passar três dias aqui, porque seus tios estavam viajando e ela não tinha ninguém com quem ficar -, ela havia me dito que chegaria às 17hrs e ponto, mas agora, já são 17:10, e nada dela.

Tonta, estava começando a ficar mais tensa do que eu já sou ficando naquela posição. Tentando esse fato, eu pensava no que realmente estava sentindo, estava confusa pra caralho, minha mente estava pensando em milhares de coisas, não que isso já não acontecesse toda a hora, minha mente nunca está organizada, mas hoje, ela estava muito mais pior do que antes.

Estiquei as minhas mãos, olhei para elas, o rosa que estava na minhas unhas estava começando a sair, suspirei, não sabia o porque tinha pintado a unha, eu apenas, pintei e deixei. Esfreguei minhas mãos, estavam suando, talvez seja porque estava um calor dos infernos, ou talvez seja porque já era 17: 16 e ela não havia chegado ainda.

O tempo passa rápido quando eu paro para refletir, não tenho certeza se isso é bom ou ruim.

Eu não sei o que aconteceu, mas de uma hora para outra, já eram 17:24, e tinha um carro no meu portão. Meu olhar não se mexeu nem um milímetro, até o momento em que a minha mae apareceu na porta do meu quarto, gritando pra mim ir lá receber a atrasada porque tava com comida no fogão.

Respirei fundo quatro vezes e  levantei, coloquei meu chinelo azul lindíssimo e fui pro portão receber dondoquinha. O quintal era grande, tinha um caminhão com terra em volta que dava até a entrada, mesmo com os meus passos de zumbi, não demorou tanto assim para chegar ao portão.

Bocejei, respirei fundo, e abri o portão com uma puxada.

Ela estava com uma blusa amarela enorme, e com uma calça de pijama azul, e nas suas costas, uma bolsa jeans com algumas roupas. Eu achava ela linda de pijama, poderia ficar assim pelo resto do dia que eu não iria reclamar.

Alguns minutos se passaram, e eu ainda estava lá, parada no portão ouvindo a tia da Luanna falando o que ela deveria e não deveria fazer. Respirei fundo novamente e me encostei no portão.

Assim como os dela, maus olhos estavam lacrimejando de tanto bocejar. Limpei meus olhos no meio de uma bocejada, olhei para ela, e dei um sorriso de leve, e ela respondeu com outro meio timido de mais. Olhei para baixo ainda com o sorriso, foquei na minha calsa, eram azul, assim como a dela, estávamos combinando mesmo sem querer.

Nós tínhamos gostos parecidos, então não era tão surpresa assim nossas roupas combinarem. Eu me lembro, que na minha formatura do sexto ano, eu fui com uma jardineira escura e ela com uma clara, eu sinceramente, achei muito fofo, porém me fiz de sonsa e fingi que nem tinha percebido, até ela falar.

Finalmente, depois de tanto bla bla bla bla, a tia dela, finalmente parou de falar, deu um beijo na bochecha dela, entrou no carro, e saiu.

Me desencostei do portão, suspirei e sorri, a mesma sorriu de volta, agora, menos tímido que antes.

Finalmente ela foi embora Anna, pensei que o natal ia chegar e ela ia continuar ali - Fechei o portão e acompanhei ela.

Ela se preocupa comigo, então sempre me passa uma lista imensa do que fazer ou não - Disse com um sorriso meio fraco - As vezes fica meio chato, mas eu não me importo muito.

Souto uma leve risada, e abro a porta da sala para ela entrar, e entrando logo em seguida. Depois dela comprimentar minha mãe, meu pai, e meu irmão, mais conhecido como coco. Abro a porta e nós entramos no meu quarto.

Estava um pouco bagunçado, principalmente a minha cama, já que antes, eu estava estudando para uma prova de ciências que iria acontecer amanhã. Mais ou menos ao lado da minha cama, tinha outra cama, eu costumava dormir nela antes, mas agora virou apenas uma cama reserva para a Anna normalmente.

                    - Porque você demorou tanto? - foram apenas 24 minutos de atraso, mas ok.

                   - Eu não tava achando meu celular nem meu fone - disse se sentando na cama olhando para mim com um sorriso.

                    -Sério, eu não sei como você consegue achar alguma coisa naquele seu quarto, é tudo uma completa bagunça, sério, deve ter alguma pessoa vivendo lá - Digo fechando os livros e os colocando na bolsa.

                    - A pronto, agora você vai critica minha bagunça organizada, mas Lua, você também não pode falar muita coisa, é capaz de eu encontrar comida do ano novo aqui - diz dando uma risada de deboche pra minha cara.

(...)

Eram quase meia noite, mas nós estávamos acordadas, não costumávamos ter sono tão cedo como os adultos da casa tinham.

Luanna tinha começado a encher meu saco para fazer alguma coisa para nós comermos, a Anna poderia ser tímida e não falar muito no começo, mas com o tempo, ela fica super interativa, eu adoro ver ela assim, sorrindo até do vento.

Anna tem problema em criar amizade com as outras pessoas, mesmo eu incentivando ela a conversar com novas pessoas, parece que a única pessoa que ela quer conversar sou eu, eu sempre tento estar aqui para ela, fico do lado dela e encho ela de mimos, mas, acho que não sou suficiente para fazer ela para sempre feliz.

Após me empurrar para cozinha que ficava ao lado do quarto e me obrigar a começar a fazer dois hambúrgueres para gente, ela corta os pães e o ketchup e senta na cadeira esperando que tudo fique pronto.

A dondoca tem medo de cozinhar, ela sempre vem com esse papo de que a comida vai explodir na cara dela, então, ela sempre me empurra pro fogão para fazer as coisas, menos quando é pra fazer miojo, quando ela vai fazer, enche o peito e começa um discurso empoderador de como é segura de dependente de si. Sempre me rende altas risadas esse discurso.

Olhei para ela, estava com a cabeça jogada para trás e com um fone de um lado no ouvido. Me viro completamente para ela e a observo, mesmo sem fazer nada, ela fica tão linda. Escuto o barulho da chapa esquentar, e volto a olhar para os hambúrgueres que estavam quase prontos.

Escuto uma música ser colocada novamente no começo, agora sem os fones, Lunna se levantou e veio andando em minha direção. Estava tocando Singularity, nossa música favorita.

Colocou o celular na mesa, e pegou na minha mão, como se estivesse pedindo para dançar com ela, pode soar meio clichê o que eu vou escrever agora - até porque realmente é muito clichê - eu segurei na mão dela, como naquelas danças clássicas, sabe? E dancei com ela na cozinha, ela dava rodopias, e levantava o pé, parecia realmente que estávamos em um filme.

Não estávamos harmonizadas com a música, estávamos harmonizadas com nós mesmas. A musica estava no final, nossos rostos estavam próximos, mais do que deveriam estar, estamos começando a parar de cantar, eu podia ouvir suas respirações agitadas. Eu não consigo dizer, estava no calor do momento, não estava pensando com o cérebro, estava pensando com o sentimento.

Levantei um pouco sua blusa, e coloquei a mão em sua cintura, a olhei nos olhos, e a beijei.

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⏰ Última atualização: Sep 29, 2018 ⏰

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