CAPÍTULO QUATRO

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— Posso ajudá-los? — Pergunto receosa e eles me olharam surpresos.

— Oh, céus. Você não mudou nada... — Diz a mulher impressionada e fico confusa. Ela me conhece?

— Majesta... Digo, Amber! Não sabia que viriam tão cedo... - Diz minha tia vindo até nós sorrindo nervosa —  Hector, Brandon, é um prazer revê-los — Diz olhando pra cada um e eles assentem com a cabeça e eu continuava sem entender nada ali, mas reparo que o tal rapaz não parava de me olhar. Como sei disso? Eu também não parava de olhá-lo.

— Então está aqui é a Luna, hãm? — Diz o homem se aproximando — Você não mudou literalmente em nada, creio que não se lembra nós, não é? — Diz e assenti.

— Não, sinto muito.

— Tudo bem, irá se lembrar. Mas enquanto isso não acontece, sou Hector Lockwood, seu pai e eu éramos muito amigos — Diz e não sei com o que eu mais me impressionei, com saber que ele era amigo de meu pai ou com tanta formalidade.

— Prazer em conhecê-lo — Mantenho a educação mesmo estando completamente confusa e a mulher estende a mão.

— Sou Amber, sua mãe e eu éramos grandes amigas. Fico muito feliz em vê-la novamente — Diz e retribuo o aperto de mão.

— Igualmente — Diz e chega a vez do deus grego, digo, do rapaz.

— Está linda... — Pensa alto até que sai de seus pensamentos e pigarreia com a mão no pescoço — Sou Brandon, nós éramos... Amigos, amigos de infância, prazer em revê-la — Diz como se tivesse procurado a palavra certa pra dizer e se curva depositando um beijo em minha mão. Céus, quanto cavalheirismo.

—Ahm... o prazer é todo meu — Diz um pouco envergonhada, não tenho costume de conhecer pessoas tão formais... não costumo nem conhecer pessoas. Durante alguns segundos nos encarávamos e sinceramente eu continuaria assim por séculos, sinto algo estranho por ele, uma sensação de que ele é familiar, mas eu nunca o vi e tenho certeza de que se o visse, me lembraria.

— Bem, já que foram apresentados, por favor entrem, são muito bem-vindos. — Diz tia Lily dando apontando para dentro de casa e eles assentem.

— Obrigada, Lylian, é ótimo vê-la novamente, esperávamos ansiosamente por esse momento — Diz Amber simpática e lhe dou passagem para entrar e ela me encara — Você se parece tanto com sua mãe, até parece que estou vendo a mesma — Diz sorridente e sorrio sem graça.

— Muito obrigada, imagino que seja um elogio.

— Com certeza é — Diz e entra em casa e os outros fazem o mesmo, mas assim que Brandon passa por mim, nos entreolhamos novamente. Por que me olha tanto? tudo bem que estou também estou olhando, mas isso já é demais, minhas bochechas irão queimar desse jeito.

— Sentem-se, teremos — pingarreia — muito o que conversar. — Continua fechando a porta e eles vão até a sala e a encaro preocupada — Está tudo bem — Diz me tranquilizando, mas não funcionou.

— O que não estaria? — Sussurro de volta mais nervosa ainda, mas e ela se aproxima.

— Vai entender logo logo — Sussurra de volta me guiando até aonde eles estavam e me sento na poltrona, diante deles e tia Lily fica atrás de mim.

— Luna, como já deve saber, vinhemos buscá-la e levá-la de volta para Lithea, sei que pensa que foram muitos anos de espera, mas era necessário para mantê-la em segurança — Diz Hector diretamente e arqueo a sobrancelha.

— Voltar para... o que? — Pergunto confusa e eles me olham surpresos.

— Para Lithea — Diz óbvio e continuo sem entender e seu semblante cai — Não contou para ela? — Pergunta para tia Lily e vejo que ela fica mais nervosa do que já estava.

— Eu... ía contar, mas... — Diz gaguejando mas Hector a interrompe.

— Devia ter contado para ela a muito tempo, Lylian! A fez crescer sem saber seu próprio passado!?

— Eu estava apenas esperando o momento certo, ela ainda não tinha idade para saber sobre isso! — Diz se irritando e impeço isso antes que a discussão aumente.

— Ei, podem parar!? — Pergunto séria e eles se calam — Do que estão falando? Quem são vocês e por que vinheram me buscar?

— Lylian devia ter lhe contado sobre isso a muito tempo, Luna — Diz Amber, calma e tranquilizando Hector — Sei que a intenção dela era boa, mas você precisava saber, para que isso não acontecesse agora.

— Saber o que? — Pergunto ansiosa pela resposta.

— Luna, você nunca se perguntou o por que faz magia? — Diz e o encaro perplexa — Você não é daqui — Diz e rio irônica.

— Muita gente me diz isso... — Digo um tanto melancólica por isso e eles se entreolham.

— Ela não está entendo a gravidade da situação — Diz Hector aparentemente nervoso — Viu o que causou, Lylian!? — Exclama para minha tia novamente.

— Ei, não é culpa dela! Além do mais, se continuar gritando aí sim que não vou entender nada! Como sabe que sei fazer magia? — Digo firme e ele ajeita a gravata.

— Porque eu também sei — com um movimento da mão ele ascende uma bola de luz me surpreendendo — Todos nós sabemos — os outros também ascendem uma bola de luz nas mãos.

— Não somos as únicas... — Digo boquiaberta.

— Há um mundo inteiro de magia, mais do que você pode imaginar, e você é de lá, você é a herdeira do trono de Athea — Disse sério e fico perplexa, tentando processar tudo aquilo. Mundo mágico? Herdeira de um reino?

— Sem querer ofender mas, devia maneirar na bebida — Sugiro e deu semblante cai.

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Lithea - Lembranças De Outra Vida [REVISÃO] Onde histórias criam vida. Descubra agora