oi pra qualquer pessoa que estiver lendo, esse conto foi escrito pra um concurso da escola sobre tolerância e o setembro amarelo, mas eu acabei não participando então eu decidi postar aqui. esse conto foi inspirado em larry e tem algumas referências de algumas frases icônicas do harry, é isto espero que vocês gostem, não esqueçam de comentar e votar na história depois.
(me avisem se acharem erros)#
O dia em que eu conheci Harriet foi um dos dias mais estranhamente mágicos que já tive, era segunda feira e tínhamos aulas duplas de física, matemática e química, sem contar as aulas que tínhamos no período da tarde, ou seja, aquele dia deveria ter sido o pior dia da minha semana, e, no entanto quando eu a vi tudo isso foi simplesmente apagado da minha mente e aquele se tornou um dos melhores dias da minha vida.
Eu a conheci nas audições para o musical da escola, que seria uma versão adaptada de Romeu e Julieta sendo Romeu, Romênia. Eu estava ajudando a professora de teatro, a Srta.Collins, a escalar o elenco quando Harriet entrou no palco e cantou como as melhores cantoras de quem já ouvi falar, ela era Whitney Houston, Mariah Carey, Aretha Franklin, tudo em uma só, era incrível, e por dias ela foi tudo em que eu consegui pensar. Quando descobri que ela havia pego o papel principal vi uma oportunidade de me aproximar então fui falar com ela em nome da Srta.Collins, me apresentei e acabamos almoçando juntas e quando começamos a conversar as coisas entre nós simplesmente fluíram, conversar com ela era fácil, era perfeito e naquele momento eu quis contar a ela todas as coisas que nunca havia contado a ninguém por medo de ser julgada, eu havia imaginado mil e um tópicos para que a conversa não acabasse e, no entanto, não precisei de nenhum deles.
Desse dia em diante as coisas entre nós se tornaram cada vez melhores, e de repente ela se tornou uma constante na minha vida, nos encontrávamos na escola e fora dela, fazíamos tudo juntas e eu apreciava cada momento como se tão rápido quanto ela entrou na minha vida ela fosse sair e eu ficaria sozinha de novo. Então um dia depois dos ensaios do musical decidimos sair para comer, e o tempo todo havia esse ar estranho entre nós, era como se fossemos nuvens carregadas de água em um dia nublado e estivéssemos prontas para explodir. E quando Harriet me levou para casa aquela noite eu entendi tudo, quando ela me beijou ela me contou todos os motivos pelos quais estávamos estranhas, e então explodimos.
Depois do primeiro beijo Harriet e eu nos tornamos especialistas em encontrar lugares em que podíamos ficar sozinhas e nesses momentos nos conectamos, o tempo que passávamos juntas nos entrelaçava como tranças, vivíamos na nossa própria bolha e com medo de que ela estourasse não contamos para ninguém. Nos momentos raros em que eu estava sozinha eu não conseguir parar de pensar no que faria, estar com Harriet naquele instante era tudo para mim, mas eu não conseguia parar de imaginar o que minha mãe e meus amigos fariam quando descobrissem sobre nós, tinha medo que o preconceito os cegassem e eles não conseguissem ver que eu continuava a mesma pessoa que sempre fui, apenas mais feliz.
Semanas antes da noite de estreia do musical Harriet e eu estávamos mais unidas e felizes do que nunca, não enxergávamos mais nada além de uma a outra e não nos importávamos, e isso teve resultados inimagináveis. As cortinas desceram, o show começou e quando Harriet cantou tudo que eu havia sentido da primeira vez que a ouvi cantar voltou como uma avalanche e me deixou devastada com as emoções, quando eu olhava pra ela eu sentia tudo, orgulho, carinho, adoração, e medo de que fosse embora, não conseguia acreditar que essa garota inteligente, talentosa e linda gostasse de mim. Foi no fim do show enquanto estávamos nos abraçando e sem pensar, nos beijamos com todas aquelas pessoas nos assistindo, que definimos nosso destino, mesmo que não soubéssemos disso ainda.
As coisas ficaram intensas rapidamente, por alguns dias houve esse fogo entre nós criado pelo medo de sermos descobertas, aproveitamos cada momento juntas como se fosse o nosso último, pois, poderia ser, e então recebemos uma carta, aparentemente alguém havia visto nosso beijo naquela noite e estava nos cobrando favores para se manter quieto. Em um primeiro momento não soubemos o que fazer, mas decidi que não deixaria um desconhecido fazer por mim algo que eu estava querendo fazer a semanas, então sugeri que contássemos a verdade, que saíssemos desse armário em que estávamos presas há tanto tempo e que deixássemos as pessoas verem o quão incríveis éramos juntas, mas Harriet disse não, ela não queria contar para seus pais, eles eram muito religiosos e homofóbicos e ela sabia como eles iriam reagir e então brigamos, foi a nossa primeira briga desde que o começo do nosso relacionamento, durou horas e no final ainda não havíamos chegado a uma conclusão.
Por algumas semanas foi como se testássemos nosso chantagista a fazer alguma coisa, não respondemos, não nos assumimos, não fizemos nada e isso vale para o nosso relacionamento também, as conversas estavam estranhas e era como se estar fora de sincronia fosse a nossa nova sincronia, eu costumava ser capaz de saber o que Harriet estava pensando pela sua expressão, mas no momento ela era um livro fechado e eu tinha que pensar em maneiras de abri-lo, não ia deixar que a possibilidade de tudo dar errado seja a razão de isso realmente acontecer, no entanto, eu conhecia Harriet e sabia que era isso que fazia todas às vezes que algo ruim acontecia, esse era seu mecanismo de defesa assim como era sua tática de autodestruição. Anos atrás em sua antiga escola Harriet sofria bullying por ser gorda, ela não se importava com seus quilos a mais e se amava, no entanto, quando as mesmas mentiras são repetidas na sua cabeça de novo e de novo elas acabam se tornando verdade, e quando foi pedir ajuda para seu pai o encontrou traindo sua mãe e então seu mundo desabou, a religião de seus pais não aprovava o divórcio então quando Harriet contou a sua mãe sobre o acontecido as coisas se tornaram impossíveis, seus pais viviam em brigando e Harriet era constantemente pega em fogo cruzado e terminava machucada. Na cabeça de Harriet ela não tinha pais, amigos, beleza e nada de importante ou bom em sua vida e foi quando ela caiu na depressão, a depressão é uma doença que nunca te deixa ela apenas se torna menor e espera o momento certo de fraqueza para começar a crescer de novo e minha preocupação era essa, Harriet estava bem naquele momento, mas se ela começasse a se fechar eu não sabia o que poderia acontecer e não podia correr o risco, eu me importava demais.
E foi nesse tempo em que eu me foquei em Harriet e em fazê-la se abrir comigo que tudo desmoronou sobre nós, pois sem percebermos, havíamos feito uma aposta alta de que nosso chantagista estava blefando e havíamos perdido. Estávamos no jogo de futebol da escola com nossas famílias quando uma foto de mim e Harriet aos beijos foi colocada no telão, embaixo da foto havia uma mensagem que dizia que havíamos sido avisadas e que agora teríamos que pagar, nos próximos segundos minha mãe já havia me arrastado para fora do campo, e eu chorei a noite inteira, pois quando chegamos em casa minha mãe ainda não havia me dito uma palavra e eu sabia que isso não aconteceria em um futuro tão próximo.
Passei semanas tentando entrar em contato com Harriet, as coisas em casa não estavam boas, mas eu sabia que na casa dela as coisas estavam mil vezes piores e me preocupava com o que poderia acontecer a ela, ela não estava indo à escola e eu sabia que se tentasse visita-la seus pais me expulsariam na primeira chance que tivessem, e então eu recebi uma mensagem de um número desconhecido que me dizia para encontrar Harriet no parque perto de minha casa naquele instante. Quando a vi de perto meu coração se quebrou, seu rosto estava inchado por conta do choro, sua bochecha apresentava um hematoma, e a Harriet que eu adorava não estava em lugar nenhum para ser encontrada, naquele momento eu me senti irada, quem os pais dela pensavam que eram para trata-la e julgá-la dessa maneira? Deus? Assim como eles ela era humana, era filha deles e era sensacional, não era como se eu esperasse que eles marcassem a data de nosso casamento, tudo que eu queria era o mínimo respeito, era tolerância, era que eles percebessem que éramos pessoas que sentiam do mesmo jeito que eles e que se machucavam do mesmo jeito, quer eles achassem que eram melhores que nós ou não, afinal somos todos feitos do mesmo material.
Aquele foi o último dia em que vi Harriet, quando os pais dela descobriram que ela foi me ver decidiram confina-la em sua casa para sempre esperando que seu desejo por garotas passasse, sua depressão antes pequena se tornou tão enorme e presente quanto o céu , implorando a Deus que a deixasse entrar em seu paraíso, Harriet se foi tão rápido quanto veio e me deixou completamente sozinha.
Meu nome é Louisa Tomlinson e eu perdi o amor da minha vida para o ódio, para a intolerância e o preconceito. Acordo todos os dias me arrependendo de não ter dito a ela tudo que significava para mim, sentindo falta da sua mão na minha e do seu corpo que morava em meu abraço. Acordo todos os dias pensando que há uma escolha a ser feita sobre o que você quer colocar no mundo e todos os dias em honra de Harriet eu escolho a tolerância, a aceitação e acima de tudo o amor e a gentileza.
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se você está lutando contra o suicídio ou conhece alguém que esteja procure ajuda!!existem pessoas que se importam com vocês e eu sou uma delas, juro de dedinho. se você precisa conversar me mande uma mensagem aqui ou no meu insta (wearehouis) e eu vou tentar o meu máximo pra te ajudar, ou ligue no centro de valorização da vida (188).
espero que quem tenha lido tenha curtido :) e votem na história por favor.
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the girl who became a star - told by a loved one. (oneshot)
Short Storyaquela em que louisa e harriet se tornam uma só por um breve período.