ANTOLOGIA DE PARK E BYUN | ChanBaek

1 - Hipergrafia

Sinopse: Baekhyun tem a boca bonita, mas Chanyeol tem a junção de palavras mais macia. E talvez assim, tal poeta tenha aprendido a amar mais a poesia do que a inspiração que o presenteou com vida um dia. 

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+ Declaro nesta pequena escritura, as evidências de como é desamar um ser.

É necessário deixar bater potente, audível, mas sem atender, afinal, entender é para dicionários. O amor é assim mesmo, um montante de significado, lido, dirigido por um filme sem diretor. Mas cuidado para não pisar nesse meu coração em pedaços, abaixo dos seus pés e temeroso do chão me desprender. Mas é porque ensinaram-me a sempre pedir desculpas, disseram que seria importante se caso eu fizesse algo que magoasse, pois bem, isso magoa á mim. 

Então, vamos lá! Desculpe por não pensar em dinheiro, por não planejar encontrar um cara rico e ser a pessoa mais bem vestida da festa. Desculpe por ser só eu, pobre em quilates ou distante do seu contexto para estar com os meus textos. Desculpe em ser estreia nacional, um pouco de drama misturado com romance enquanto você é problema físico, trama permanente, calculadora ambulante, dividindo corações e somando términos por aí. Desculpe se te toquei por tempo demais nos dedos, se te abracei por longos minutos e respirei o aroma de seus cabelos enquanto você pensava em outra flagrância, mas é que se eu te mandei uma mensagem tarde demais da noite, pode ter certeza que seu sinal está nitidamente fazendo falta mesmo que eu passe quase o dia inteiro do seu lado, na insistente maldade de te carregar no meu coração com um pouco de amor sufocado. 

Desculpe pelos nós, por terem sido desatados. Desculpe pelo desamor que começou como ninho e acabou nos desfazendo por fazer. Desculpe por pedir demais e receber silêncio como consequência, mas não me desculpe por ser poeta, por ser poeta regado à romance, plantado de tanto esperar e florescido após o inverno. É que eu amo tanto ser poeta que me esqueci. Esqueci de te amar mais do que o amor que eu escrevi, mais do que as palavras que invento, palavras estas que nunca ouvirei da sua boca sair nem da minha gritar. 

Amarra-se neste seu azul do céu, ele fica perfeito caído em seus olhos e junto ao sorriso sem jeito, ou por entre seus fios de cabelo, penteando-se em forma de versos. E não me compare com esses seus heróis, não há como te salvar quando eu mesmo preciso ser resgatado. Em meio ao fogo, eu queimo meus diários, rasgo algumas fotos e não ligo para o bombeiro, afinal, é tarde demais para jogar água e me desviar dos resquícios que apagam nossas lembranças.

Desculpe por ser poeta, por correr quando a chuva surge distante, temendo derreter o meu corpo caso eu não corra a tempo, mas é que ser poeta é tudo o que eu consigo ser no momento, e por enquanto, parece ser suficiente. Sou poeta não por escrever para amantes apaixonados, mas por escrever para corações não-correspondidos. Sou poeta por ser. Sou poeta de mim mesmo.

Fim.