A mão do Diabo

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Agora vem você de novo

Você diz que quer a suliberdade 

Bem quem sou eu pra te manter para baixo?

– Fleetwood Mac


Isabelle estava nervosa. Nesse ponto, ela pensava que ela não sabia sentir mais nada além de nervosismo. Fazia quantos meses que ela estava morando na mansão? Três, cinco? Tirando alguns momentos de pânico ou calma, ela nunca sentia nada além de nervosismo e era exaustivo.

Para tentar acalmar os nervos, Isabelle estava bordando. Seus dedos estavam com leves furos e ela sabia que bordar em seu estado não era a melhor solução do mundo, mas como Jordan não estava disponível para ela treinar, ela tinha que se contentar em fazer desenhos medíocres no pano. Maxwell tinha feito companhia para ela até Helen chegar e ele ir embora resmungando sobre matemática. Isabelle não o julgava, ela também detestava quando as lições eram de matemática. Simon e Jordan estavam no escritório discutindo detalhes sobre uma futura viagem que eles fariam e sobre os detalhes da segurança deles no festival no vilarejo, que estava próximo.

Maia chegou por último, sorrindo delicadamente para variar, e se sentou ao lado de Isabelle, empurrando-a levemente. Isabelle sorriu sem mostrar os dentes, um pouco aliviada pela amiga estar ao seu lado.

— O grande lorde negociante lhe deu uma folga, Isabelle? — A jovem governanta sorriu, analisando o trabalho de Isabelle no xale em seu colo. A Lightwood detestou o sarcasmo na voz da governanta ao citar o título de Simon, sabendo da aversão do rapaz ao título que herdara.

Isabelle tentava ao máximo respeitar o título de Simon, usando para destacar o homem de poder que ele de fato era e tentava esconder. No início ela não conseguia assimilar muito bem Simon como aquele homem, contudo, agora ela conseguia e queria que ele se visse da maneira com o qual ela o via.

— Algo parecido... — Respondeu a Maia, não fazendo questão de esconder a sua reação a pergunta, mas também não querendo aprofundar o assunto.. — Maia, em algum momento... — Isabelle hesitou, não sabendo exatamente como fazer a pergunta. — Em algum momento de sua história com o lorde você imaginou que vocês pudessem ter algo? Ou ele pensou que vocês pudessem ter algo? Que talvez vocês dois....

Ela não concluiu o pensamento, de repente muito mais desconfortável com a ideia do que antes. Ela estranho, quase doloroso, imaginar Simon e Maia juntos, não só porque Maia e Jordan eram perfeitos um para o outro, mas também porque, no fundo de sua mente, Isabelle não queria imaginar Simon com ninguém.

Com ninguém além dela.

— Sim — a resposta honesta de Maia a pegou de surpresa. Ela esperava que sua amiga fosse negar — Simon foi mais importante para mim do que eu vou ser capaz de expressar, e não acho que isso vá mudar algum dia, mas no fim, ele não era o que eu precisava e eu muito menos para ele. É muito fácil confundir amor com gratidão, Isabelle.

— Certo — Isabelle disse, sem saber exatamente o que responder, sua mente revirando todas as hipóteses e ideias e um turbilhão de pensamentos que ela não conseguia controlar.

— Eu não acho que esse seja o caso aqui — Maia acrescentou, como se pudesse ver a cabeça de Isabelle trabalhando.

— Não sei do que está falando.

Maia suspirou e desfez um dos nós de seus cachos.

— Claro que não — a dama de companhia se levantou — Tenho alguns afazeres. Tente não pensar muito, às vezes eu acho que é tudo que você faz. A solução pode ser mais fácil se você simplesmente parar de pensar sobre o assunto.

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⏰ Última atualização: Oct 02, 2018 ⏰

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