1. The lonely Beta

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Na minha cabeça, eu nunca conseguiria alguma coisa com alguém de classe diferente da minha. Era pouco provável, considerando que sou uma simples Beta. Não tenho nada de atrativo e, por sinal, estou ficando velha já!

Mas, como se não bastasse isso, eu ainda quebro a cara me apaixonando pelas pessoas erradas, de castas erradas. Um Beta dificilmente segura um parceiro Ômega ou Alfa, e comigo as coisas não eram diferentes. Todos os meus poucos namoros – se é que posso considerá-los como um relacionamento sério – duraram menos de cinco meses, um deles durou apenas uma semana. Nunca me envolvi com um Ômega por mais de três meses, eles geralmente me ignoram, pois estão sempre em busca de um Alfa que possa suprir suas necessidades, coisa que eu não era capaz de fazer. Minhas curtas relações foram, em sua maioria, com Alfas, e todos me trocaram por Ômegas mais delicados e atraentes do que eu. Até hoje guardo um pouquinho de rancor dessas pessoas que um dia fizeram meu coração bater mais rápido.

Esse era meu destino, afinal de contas. Son Seungwan – Wendy para os íntimos – é apenas uma Beta que ficaria encalhada pra sempre.

E era por esse triste motivo que minha melhor amiga Alfa, Park Sooyoung vulgo Joy, me arrastou para um café na tentativa de me animar e passar um tempo comigo, coisa que não fazíamos mais recentemente. Quando estávamos no colegial saíamos juntas quase todos os fins de semana, uma agarrada na outra, e na escola ficávamos em todas as aulas mais grudadas que chiclete velho na carteira. Agora que a vida adulta chegou e ela se casou recentemente com sua Ômega, Kim Yerim – agora Park Yerim –, não tínhamos mais aquela conexão dos bons e velhos tempos de escola, e não nos encontrávamos mais com tanta frequência devido às nossas ocupações, no caso nossos empregos. Às vezes, me pego sentindo falta dessa garota me perturbando com suas piadas ridículas de cinco em cinco minutos como antigamente, Joy tem uma risada contagiante, é praticamente impossível não gostar dela.

— Wendy-unnie, você não pode ser tão pessimista! — repreendeu-me a ruiva com um bico nos lábios fartos.

— Fala isso porque não está na minha situação! — bufei, e minha saeng revirou os olhos — Eu já desisti do amor, Joy. Está tudo bem ser uma solteirona pro resto da vida. Já estou pensando em adotar meus cinquenta gatos e comprar uma casinha em Daegu.

— Pare de dizer bobagens, unnie. — resmunga — Você é muito bonita e também carismática. Duvido que ninguém, absolutamente ninguém nesse mundo, consiga te dar o amor que você merece!

— Se você encontrar essa pessoa, por favor, me apresente! — dei uma risada amarga, Joy soltou um suspiro de decepção.

Que foi? Eu já estou conformada. Acho que nem mesmo Betas se interessariam por mim, agora que estou perto dos 30 anos de idade.

— Pare de dizer que vai se mudar pra Daegu. E você nem gosta de gatos, unnie! — retrucou um pouco mais risonha.

— É mais fácil eu gostar de um gato do que alguém gostar de mim. Aliás, talvez até os gatos me ignorem! — abri um sorriso sarcástico.

— Você é tão melancólica... — Joy pareceu ter desistido de tentar me convencer do contrário.

Bem, só se um milagre acontecesse em minha vida pra eu sair dessa situação. Tipo, alguma pessoa legal – nem precisa ser muito bonita – aparecer agorinha, na minha frente, com uma aliança de noivado e pedindo minha mão em casamento. Aí eu seria a Beta mais feliz e realizada da face da Terra, ou pelo menos de toda a Coréia do Sul.

— Ah Joy... Minhas esperanças desapareceram depois do lance com a Rosé... Ela foi a que menos me machucou, mas... Acho que eu não mereço ninguém. — disse realmente triste. Sooyoung soltou um suspiro pesado, e ficamos em silêncio.

Perfect A.B.O「 wenseulrene 」(REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora