O pastor Jellison caminhou até ficar ao lado dela e
enganchou seus polegares sob seus suspensórios.
— Estes são homens orgulhosos que tem uma dívida
honesta e eles não vão descansar até que a tenham
reembolsado. Então deixe-os, — aconselhou. — Todo mundo
quer algo, Low Down. Agora é a sua chance de conseguir.
Franzindo os olhos, ela olhou para a luz do sol
brilhando na superfície do rio que serpenteava pelo vale. Esta
manhã ela tinha visto uma família de raposas na beira da água. Os filhotes estavam crescidos, quase prontos para sair
procurando por território e covas próprias.
— Há uma coisa, — ela disse finalmente. Passando a
mão pelo rosto, ela tentou estabilizar seus pensamentos. —
Mas eu não acho...
— Deixe os homens decidirem: o que quer que você
queira, não importa o quão exagerado você pensa que é, você
ganhou, e esses homens estão comprometidos em dar a você.
Uma esperança repentina, quente e feroz, golpeou-a com
força suficiente para que ela cambaleasse sobre seus pés,
sentindo-se tonta. Todo mundo estava dizendo que tudo o
que ela tinha que fazer era pedir e seu sonho se tornaria
realidade. Esta era sua chance, talvez a única chance que ela
teria. E como dizia o velho ditado: quem não arrisca, não
petisca.
Billy Brown estava olhando-a e soube quando ela
decidiu. Um amplo sorriso alargou sua barba.
— Calem a boca, todo mundo! Ela sabe o que quer.O
que vai ser, Low Down?
— Eu não estou certa sobre isso — Ela disse em voz
baixa ao pastor Jellison. Ele sorriu, apertou-lhe o braço e
pediu-lhe que declarasse seu desejo.
Oh, Senhor. Bem. Esta oportunidade não apareceria
duas vezes. Endireitando os ombros, ela respirou fundo e
sentiu que a queimação em seu estômago ardia ainda mais.
Um silêncio expectante acalmou as vozes dos homens, e eles
a olhavam com sorrisos encorajadores.
— Eu quero um bebê.
— O quê? — pastor Jellison recuou e olhou-a fixamente.
— Um bebê, é isso que eu quero.
Um silêncio de morte seguiu-se ao seu anúncio.
Ela ouviu as folhas farfalhando nos álamos, ouviu o
estrondo dos talheres contra pratos quando Olaf deixou cair
uma pilha no chão. O silêncio era tão completo que Low
Down imaginou que ouviu as formigas cavarem túneis,
imaginou que podia ouvir seu cabelo crescer.
Billy Brown puxou o chapéu da cabeça e passou os
dedos esguios pelos finos fios que se estendiam como se
espetados em seu couro cabeludo.
— Bem. — Ele olhou para os homens que olhavam para
Low Down com expressões vazias. — Istoé uma surpresa,
mas nada que não possamos lidar. — Ele pensou um minuto.
— Deve haver alguns órfãos nos campos, nós
poderíamos...
— Não, eu não quero o bebê de outra pessoa, eu quero
um bebê meu. — Pelo menos ninguém estava rindo dela.
— Inferno, Low Down. — Frank Oliviti franziu o cenho.
— Você está dizendo que quer um de nós para...? — Um
rubor vermelho subiu pela parte de trás de seu pescoço, e ele
chutou um arbusto de colombinas. — Tem certeza de que não
preferiria um saco de ouro?
Ela não tinha se olhado em um espelho em meses, mas
a julgar pelo modo como cada homem deu um passo para
trás, ela conclui que deveria estar com uma aparência
terrível. E ela não era nenhuma beleza para começar. No
entanto, não esperava que eles ficassem tão horrorizados com a perspectiva de dormir com ela. Era um maldito insulto, isso
sim.
Quem diabos eram eles para serem tão exigentes? Ela
tinha visto a maioria deles pelados e não se lembrava de
segurar seu coração e desmaiar sobre qualquer corpo perfeito
como uma escultura
— Vocês perguntaram o que eu queria, e eu disse a
vocês. — Eladisse, erguendo o queixo e estreitando os olhos.
— Se vocês não quiseram dizer o que vocês disseram, tudo
bem. Eu não esperava nada de qualquer maneira. — Ela
olhou para o ângulo do sol. — Vamos terminar nossa cerveja
e voltar para as escavações. Ainda temos algumas horas boas
de luz para trabalhar.
— Ei, espere aí — Billy Brown encarou os homens da
varanda de Olaf e ergueu as mãos.—Tudo bem, rapazes, isso
não era o que esperávamos. — Um coro baixo de palavrões
entrou em erupção. — Mas nós quisemos dizer o que
prometemos. — Uma ameaça brilhava em seu olhar. — Nós
votamos sobre isso. Concordamos em dar a Low Down o que
ela quisesse. Nós assumimos um compromisso, e droga, isso
não mudou.
Um burburinho de murmúrios e cochichos aumentou e
abaixou, depois o silêncio voltou. Uma voz resignada
perguntou:
— Então, o que acontece agora? Como decidimos quem
tem que fazer isso?
— Um voluntário simplificaria muito as coisas. — Billy
deu uma olhada esperançosa sobre os homens, nenhum dos
quais o olhou. — Temos um voluntário?
Quando ninguém avançou, Low Down sentiu uma onda
de calor inundar suas bochechas. Até seus olhos estavam
quentes.
— Pro o inferno, todos vocês! — Elagritou.Orgulho e
humilhação se torcendo em um nó de raiva.—Eu não quero
dormir com nenhum de vocês também, então apenas
esqueçam! — Nunca se sentira tão ofendida em sua vida.
Pior, ela tinha confiado no provérbio errado. O que ela
deveria ter lembrado dizia: promessas são como casquinhas
de tortas, feitas para serem quebradas. Eles não tinham
intenção nenhuma de dar o que ela mais desejava quando
disseram para ela escolher.
O pastor Jellison agarrou seu braço enquanto ela se
virava para descer a montanha e voltar para sua tenda.
— Deixe-me ir!
Este não era mais o dia em que sentiu mais orgulho.
Tudo que ela queria fazer agora era arrumar seus poucos
pertences, sair de Piney Creek e fingir que esses últimos
minutos de estupidez de sua parte e insulto da parte deles
nunca tinham acontecido.
O pastor Jellison segurou-a pelo do braço, mantendo o
corpo longe dos seus pontapés e socos.
— Que vergonha, cavalheiros... O anjo da misericórdia
que se colocou em grave perigo para salvar suas peles inválidas... — parando, ele demorou um minuto a contemplar
o olhar infeliz de cada homem presente — quer um bebê.
Billy Brown se levantou.
— E por Deus, um de nós vai dar-lhe um. — Ele
prometeu sombriamente, entre dentes cerrados. — Vamos
pagar a dívida que devemos. Não vamos rapazes?
Eles olharam para ela, lançando olhares de especulação
em sua direção antes de olharem para Billy Brown
novamente. Um longo suspiro de resignação escorregou pela
encosta da montanha como um vento hostil.
Stony Marks deu um passo à frente.
— Eu acho que Low Down é uma mulher de bom
coração e pode até ser tolerável se ela se limpar um pouco. —
disse ele resoluto.—Mas, por mais que eu queira honrar a
nossa dívida e fazer a minha parte para retribuí-la por salvar
a minha pele, não posso ser o homem a deitar com ela. Eu
sou casado. — Ele olhou para o pastor Jellison buscando
apoio. — Não seria correto pedir a um homem casado que
peque contra sua esposa inocente.
— Bem, caramba. Ele tem razão, Billy. — Pastor Jellison
aumentou seu aperto de ferro no braço de Low Down. Ela
tentou, mas não conseguiu tirar os dedos.
— Inferno, mas é claro que não. — Billy Brown
concordou infeliz. — Mas nós podemos lidar com este
desdobramento. Homens casados, fiquem ao lado do grande
abeto. — Ele contou os solteiros que ficaram na frente dos
degraus da varanda de Olaf. — Tudo bem. Temos vinte e três
candidatos.
— Temos vinte e quatro — disse Jack Hart
bruscamente. — McCord, venha aqui. Você não é casado.
Max McCord apelou para Billy Brown e pastor Jellison.
— Eu praticamente sou, já que vou me casar em duas
semanas e vou embora amanhã.
— Sim, de fato, você ainda não é casado. Nem estaria
vivo para pensar em se casar se Low Down não cuidasse de
seu maldito traseiro. Então venha para cá com o resto de nós!
Durante o período de um batimento cardíaco, Low Down
pensou que McCord recusaria. Já que havia lido sua carta
para a senhorita Philadelphia Houser, ela entendeu. Mas ele
marchou para frente com uma carranca e se juntou aos
homens que esperavam na frente dos degraus. Os solteiros
olhavam furiosos para os homens casados que tinham se
servido de mais cerveja e sorriam de volta. Então todo mundo
fez uma careta para Billy Brown, esperando pelo que
aconteceria a seguir.
— Estou pedindo uma última vez por um voluntário. —
Billy Brown disse em um tom persuasivo.
A única coisa que Low Down ouviu foram seus próprios
dentes rangendo juntos enquanto ela considerava dar uma
mordida no braço do pastor Jellison e se libertar. Para o
inferno com todos eles.
Exceto que ela queria um bebê. E eles tinham
prometido.
— O problema não é você — disse Albie Davidson,
abrindo os braços e dando-lhe um olhar de desculpas. —
Bem, é você, mas o que quero dizer é que eu não consigo pensar em você como uma mulher. Você é uma de nós, você
sabe?Um dos rapazes.
— Vocês são todos uns bastardos! — Ela gritou, lutando
para se livrar do aperto do pastor Jellison.
O pastor Jellison sibilou para ela.
— Isto é o que você queria. Agora pare de lutar e aceite
tudo o que for dado a você. O Senhor trabalha de maneiras
misteriosas.
Ela não podia discutir com isso. Porque o Senhor tinha
enviado uma epidemia para Piney Creek, ela teve a chance de
obter a única coisa que ela desejava. Quer dizer, se um
desses bastardos concordasse em dormir com ela e se ela
conseguisse dormir com ele. No momento, tudo era um
grande se. Ela odiava todos eles. Mas ela considerou que
tinha conseguido reunir força suficiente para apaziguar seu
orgulho ferido e não sair correndo em pânico quando o pastor
Jellison a libertou.
— Esperem um pouco. — Pastor Jellison disse de
repente, seu olhar afiado. — O que eu acabei de ouvir?
Billy Brown suspirou.
— Albie vai colocar vinte e quatro bolinhas de gude em
um chapéu. Eu vou raspar um X em uma delas. Quem tirar a
bolinha com o X terá que se deitar com Low Down.
Pastor Jellison caminhou para frente, seu rosto rosado
travado em uma expressão estrondosa. Ele subiu até o
alpendre de Olaf e afastou Billy Brown.
— O que vocês estão pensando, seus pecadores
patéticos? Vocês não agradecem a Deus por poupar suas vidas cometendo um pecado com o seu anjo de misericórdia.
Não senhores. Eu não vou permitir isso e nem o Todo-
Poderoso. Quem tirara bolinha de gude com o X casará com
esta mulher! Eu estou avisando. Qualquer coisa que não um
casamento é implorar a Deus por desastre. Deus não salvou
suas bundas para que vocês cuspissem em Seus
mandamentos!
— Oh meu Deus! — Billy Brown disse, olhando
incrédulo. — Casar com ela?Senhor Poderoso, isso só fica
cada vez pior.
— Agora espere um maldito minuto! — Low Down gritou
sobre o rugido de protesto. O choque arregalando seus
olhos.— Eu nunca disse nada sobre casar ou ter um marido!
Tudo que eu quero é um bebê! — O pregador Jellison estava
transformando isso em algo que ela nunca quis e não queria.
Gritando para chamar sua atenção, ela lutou para ser ouvida.
— Nenhum marido. Apenas um bebê!
O pregador puxou uma bíblia desgastada do bolso da
jaqueta e acenou-a acima da cabeça para que todos
pudessem ver.
— Vocês ofenderiam a Deus amontoando o pecado em
seu anjo de misericórdia? — Ele levantou um dedo apontando
para Low Down.
— Honestamente, eu não me importo de ter um
pecadinho sobre mim. Apenas o suficiente para conseguir um
bebê, e eu não acho que Deus se oporia muito a isso. Eu não
quero fazer se isso significa me casar. Só quero um bebê, só
isso. — Sua voz se arrastou quando ela percebeu que ninguém estava ouvindo. Toda a atenção estava focada no pregador.
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Um Futuro Brilhante
Lãng mạnUm Futuro Brilhante Maggie Osborne Sinopse Conheça agora a heroína mais irresistível e independente de todas. Uma mulher chamada Low Down, que nunca teve nada de bom até o dia em que ela pediu a única coisa que só um homem poderia lhe dar. . . Tão d...