Esse fim era o começo que queríamos? (Parte 1)

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-Espero que alguém te mude, seu egoísta de merda. Eu não vou tentar mais por alguém que está pouco se lixando- Logo depois ela deixou minha casa.
     Meu Deus( se é que existe) ela era tão Linda, tão maravilhosa. Se eu soubesse o que viria em seguida, se eu tivesse pensado isso naquele momento...
Mas eu nunca fui insistente no amor. Sempre guardei tudo pra mim enquanto agonizava e uma lágrima descia pelo meu rosto. Eu também não aguentei e fui dar uma volta. Estava chovendo, mas idai ? Era só água, e eu sempre gostei de como a chuva me fazia sentir
     Você deve estar se perguntando "se isso é uma história de amor, por que começou no término? " ou eu posso simplesmente estar errado e você não ter pensado merda alguma.
    Isso não é uma história de amor e esse tambem não é o começo. Mas eu acho que o final de algo é sempre o começo de alguma coisa. E coencidentemente o começo dessa história também era o fim de outra.
Foi numa noite chuvosa como essa que eu conheci o começo dessa minha história, e o final de outra.

     Eu tinha 13 anos na época, era um moleque idiota na pré-adolescência. Parece que o ego infla pra cacete nessa fase. Eu estava andando de bike pela vizinhança com meu coração amargurado. Estava caindo muita água, tanto dos meus olhos quanto do céu. Parecia aqueles vídeos-clipes de musica sad clichê. Eu viajei tanto nos sentimentos que acabei perdendo o controle da bike e tombei no meio da pista.
     Nesse momento Eu senti um grande aperto no meu coração e deu berro. Desejava muito que um carro passace em cima de mim.

-Ei, levanta daí, o chão não é o melhor lugar pra se dormir.

    Eu olhei na direção da voz. Perto da calçada tinha um garoto que aparentava ter minha idade, ele vestia uma toca e seu olhos escuros pareciam pérolas negras naquela noite. Era uma pessoa bastante bonita. Ele se aproximou e me ajudou a levantar.

-Eu vi você pela janela do meu quarto, escutei seu berro.  Eu moro naquela casa ali - ele apontou para uma casa ali perto (ele tinha uma voz meio feminina). Ele me fitou e disse - Você tá todo ralado, vamos lá pra gente cuidar disso aí

- Não precisa- Eu falei enquanto levantava minha bike.

- Olha, não sou um psicopata cara, vamos lá, a gente pode tomar alguma coisa e ligar pros seus pais te buscarem. Não é bom ficar nessa chuva.
    
     Como eu não tenho muita paciência pra insistência, eu acabei proseguindo. Deixei minha bike na varanda e entrei na casa. Ela tinha uma sala de estar bastante grande pelo que me lembro, tinha vários quandros e fotografias. Eu me lembro de ter um do Van Gogh que eu não sei o nome. O garoto trouxe uma toalha e algumas roupas pra mim e apontou pra uma direção

- é bom tomar um banho quente, o banheiro é ali. Vê se lava suas feridas, você tá bem ralado.

     Eu fui tomar o banho. A água quente fazia minhas feridas arderem. Eu estava pensando "quem é esse cara ?"; "Sera que ele quer alguma coisa de mim". As roupas ficaram um pouco largas em mim, mas serviram. Eu sai e lá estava Ele, também tinha trocado de roupa. Mas ainda estava com uma toca. Ele fez um curativos nos meus machucados e depois trouxe duas latas de refrigerante.

- Meu nome é Alison - disse o garoto de toca

- Eu... Eu sou Jonathan. Você está sozinho ?

- Não, meu irmão mais velho está no quarto dele. Meus pais foram jantar fora.

    Eu não disse nada, só dei uma golada no meu refri.

- Por que você estava andando de bicicleta por aí de noite e na chuva?- Alisson perguntou

     Como eu era meio sem noção na época eu simplesmente respondi

- Acho que não é de seu interesse.

- Rá ! É super interessante o modo como você trata alguém que te ajudou. Você está ja minha casa Mano, eu posso te matar e guardar seus pedaços no porão. Como nos filmes.

- Acho que você me deu medo ein- eu disse com um tom de sarcasmo - Você precisar assistir menos e ler mais.

- Cara eu vi que você gritou do nada, alguma coisa tem de errado com você

- Talvez eu seja o psicopata maluco que esta prestes a te matar

- Hum, já que assim você poderia me contar o porquê de estar andando de bicicleta na rua, como meu pedido antes da morte.

- Você é bastante insistente, como eu sou um psicopata simpático irei te contar.

- Aham, super simpatico- Alison disse de modo sarcástico

- É que... as coisas estão meio difíceis com meus pais, eles têm brigado muito. As coisas também tem sido difíceis na escola, eu sou alguém diferente e eu também não me adapto fácil, não consigo ter uma vida social Boa, e minha cachorra que era minha única amiga desde os 3 anos morreu. Eu estava guardando tudo isso pra mim e já estava num momento em que eu não aguentava mais, eu peguei a bicicleta e saí pedalando sem rumo, só estravazando tudo que sinto. Por isso caí e você me achou .

     Ficamos em silêncio por um momento até que Alison disse

- Bom, é realmente muito difícil. Mas pense bem, você ainda tem uma vida toda. Você pode mudar sua situação.  Sei que tudo que você está passando é horrível, mas imagina quem está quase morrendo. Essa pessoa não tem tempo o suficiente pra muda tudo.

- Mas como vou fazer isso ?

- Você precisa quere mudar, querer se conhecer e querer se formar. Talvez eu possa te ajudar nesse caminho.

- Mas Por que você faria isso ?

- Porque eu quero fazer a diferença pra alguém, e me formar mais e mais.

Depois disso nós ligamos pros meus pais e ficamos conversando até eles chegarem.

    Eu fui pra casa pensando, e até mesmo inseguro. Eu nunca conseguia manter alguém legal perto de mim e tinha medo de fazer burrada de novo. Eu e Alison pegamos o número um do outro, ele já tinha marcado um dia pra gente se ver. Na verdade eu não tava muito confiante. Mas como eu não tenho saco pra insistência, eu apenas prosegui.
     E assim começaram minhas férias de julho 
       

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⏰ Última atualização: Oct 05, 2018 ⏰

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