Em torno de você, Querida escuridão.

Um "leve" começo

Aviso: os primeiros capítulos serão curtos, espero que gostem^.^.

Saber que você está sozinho no mundo é ruim, ser deixado pelas pessoas que você ama quando  mais precisa é tão ruim quanto.

O dia estava nublado, as crianças brincavam no parque ao lado de casa, ou o que restava dela.

Peguei minha mochila, meu violão e meu gato. Estava ventando bastante hoje, provável que chova, mas não estarei mais aqui para admirar a chuva.

O ponto de ônibus ficava duas quadras após minha antiga casa, lembro-me da morte de Plutão, meu melhor amigo, tudo graças ao incêndio. Como é possível? Uma rua cheia de casas e a minha ser a única incendiada. Terrível. Tobias, meu gato, ficou deprimido pela morte do seu grande amigo. Sempre que eu saia a procura de um emprego eles ficavam fazendo companhia um ao outro. Quando chegava era uma felicidade que só, pulavam em mim, sem contar que brigavam por atenção. Bons tempos...

Peguei o primeiro ônibus que chegou, o motorista me olhou com desprezo e quase me expulsou do ônibus pois eu estava com Tobias nos braços.

– Mas será possível?? Alguns passageiros podem ser alérgicos a gatos, seu imprestável.

Apenas abaixei a cabeça e sentei, colocando Tobias, que miava, em meu colo.

Essa narração monótona deve estar entediante, me perdoe, sou detalhista, ou ao menos era.

O ônibus parou no centro, quando estava saindo esbarrei com uma garota que quase me agrediu.

– Moça, foi só um esbarrão, me perdoe.

Ela seguiu seu caminho e eu o meu.

Preciso de uma passagem, para bem longe daqui, e rápido.

Enquanto caminho até o metrô mais próximo sinto que estou sendo seguido. Pego um espelho pequeno em meu bolso e vejo a pessoa que me abomina nesse universo, meu pai.

Tobias começa a tremer descontroladamente quando aquela pessoa chega mais perto. A única alternativa que pode nos deixar bem é correr até o metrô, eu o faço, e por uma sorte que nunca tive em minha vida, entro naquele local, que está lotado por acaso, compro a passagem e entro rapidamente.

Quando olho a janela vejo ele, com uma arma em mãos, mirando em mim, logo antes dele puxar o gatilho o veículo sai.

Isso está estranho, me parece que o universo está me ajudando hoje.

Era isso que eu pensava, e estava completamente enganado.