Capítulo 9

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Camille

Acordei com barulho de passos e me levantei, fui ao banheiro e fiz minhas necessidades, ultimamente minha bexiga não tem mais sido a mesma. Lavei meu rosto e sai do quarto, não tinha ninguém no corredor o que é bem estranho sendo que ainda agora ouvi barulhos, desci as escadas e ouvi sussurros vindo da sala.

- Mãe? — chamei e ficou silêncio. - Quem tá aí? — comecei a ficar com medo.

- Oi filha? — ela respondeu e entrei na sala.

- O que fazem aqui? — perguntei curiosa ao ver as duas na sala tão cedo.

- É... Camie vem aqui. — minha mãe me puxou para sentar.

- O que está acontecendo? — comecei a ficar preocupada.

- Camille aconteceu uma coisa. — minha irmã falou e vi seus olhos cheios de lágrimas.

- Vocês estão me assustando. — comecei a ficar nervosa antes mesmo de saber.

- Aconteceu um acidente e a Ash se machucou. — fiquei paralisada  ao ouvi-la falar aquilo.

Eu fiquei ali sem conseguir abrir a  boca, só queria que aquilo fosse um sonho, mas não me sentia adormecida. Uma lágrima rolou meu rosto é minha feição se tornou triste, nenhuma das duas me falou mais nada, mais eu sabia que algo realmente ruim tinha acontecido e eu não estava pronta para aquilo, não mesmo.

[...]

Dois dias depois

Enquanto íamos para o cemitério eu olhava a estrada pensando no quanto a vida passa rápido e deixamos de fazer coisas por medo. Eu queria ter dito tanta coisa para Ash, mas fiquei adiando e não falei, agora é tarde. Ela nunca saberá o quanto eu a amava e que ela era uma amiga incrível para mim.

Desci do carro e caminhei com minha familia até onde todos estavam, cumprimentei algumas pessoas e me juntei a minhas amigas. Todos me disseram que eu não deveria ir, principalmente minha irmã e minha mãe, mas eu precisava dar adeus a minha amiga.

Me aproximei do caixão e senti uma leve tontura, no mesmo segundo minha irmã me segurou e levou para sentar. Tudo aquilo era muito forte para mim mais forte do que pensei que fosse ser.
Não conseguia mais me levantar dali sentia como se meus pés pesassem toneladas, apenas me levantei quando o caixão foi levado até onde o enterrariam.

Me sentei novamente e ouvimos algumas palavras das pessoas que estavam ali, minhas pernas  tremiam e meu coração estava despedaçado. Mas ficaria ali até o fim.

[...]

Depois de chegarmos em casa eu me deitei no sofá, mas precisava de um banho toda aquela carga do cemitério parecia estar sobre mim, subi me arrastando para o meu quarto e tomei um longo banho relaxante.

Aparentemente estava me sentindo melhor, voltei ao andar de baixo agora a procura de comida, meu apetite estava estranho e precisava comer. Abri a geladeira a procura de algo especifico, olhava tudo e nada parecia prender minha atenção.

Num cantinho escondido eu vi um vidro de palmito, me parecia muito apetitoso, peguei o mesmo e coloquei sobre a mesa, pegue mel e mostarda e me sentei com um prato, cortei o palmito e joguei mel e mostarda. Sentia minha boca se encher de saliva mais que de pressa comecei a comer apreciando os sabores.

Que delícia! Saboreei cada pedaço com muito prazer. Comi mais da metade do pote. Vou precisar comprar outro em breve.

- Cami? — ouvi minha irmã e a olhei. - Quer fazer algo?
— eu não estava com vontade de sair de casa, queria ficar ali na minha só comendo.

- Tipo? — me levantei e lavei o prato.

- Sei lá, podemos jogar, assistir um filme. — ela sugeriu e a olhei, ela estava tão mal quanto eu e eu não estava enxergando isso. Me aproximei da mesma e a abracei.

- Podemos jogar. Eu vou adorar. — ela retribuiu o abraço e  sorrimos.

Fomos para sala e passamos o restante do dia jogando vários jogos, rimos bastante, sei que é um momento difícil, mas a Ashley não iria querer nos ver tristes.

[...]

2 meses depois...

Com o passar do tempo as coisas foram ficando mais suaves e fáceis de lidar, não sentíamos mais dor pela perda de nossa amiga é entendíamos que agora ela está num lugar melhor, não tinham mais enjoos, porém comia como se não ouvesse amanhã, minha barriga estava consideravelmente grande.

Contar para as minhas amigas foi divertido, todas se assustaram e ficaram felizes por mim, todo o meu mal estar agora fazia sentido para elas e todas ficaram aliviadas em ser só um bebê que tinha causado aquilo é não algo pior. Todas mimam bastante agora é eu estou adorando isso.

Meu canal cresceu mais e isso me deixou muito feliz, passei a postar um pouco mais da minha vida e parece que deu certo. Ainda não contei sobre estar grávida e nem sei se vou contar. Não quero que perguntem quem é o pai.

Esse assunto me assombra, decidir se conto ou não a ele sobre a gravidez, a existência do noso filho me deixa mal. Eu sei que ele vai negar que essa criança é dele e se nao negar eu não quero que ele tire meu bebê de mim, ele tem dinheiro e pode facilmente me tirar a coisa que mais amo.

Eu não me importo que elr não saiba, mas penso nessa criança crescendo sem o pai, me perguntando quem é o pai e me culpando no futuro. Eu não quero me preocupar com esse assunto, mas é impossível não me preocupar é uma realidade que terei que lidar e que me dá muito medo.

Os meses estão passando e logo saberei o sexo, quanto mais eu demorar para me decidir parece que mais culpa terei, ele pode não ligar, mas também pode me culpar por não deixa-lo participar da gestação...

O que eu faço?

                              [...]

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O que a Cami devê fazer?
E o bebê? Menino ou menina?
Obrigada por lerem. Bjs.

Amor Por Acaso (Felipe Neto)Onde histórias criam vida. Descubra agora