O fim do começo.

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*Ayla*

-Senhorita Gimmer, pode me acompanhar?. - A enfermeira chamava-a com a mão.

Ela se levantou e se dirigiu a enfermeira que tinha um semblante triste.

A enfermeira à falou algo, e logo depois ela chorava descontroladamente. Ainda chorando seguiu a enfermeira pelos longos corredores de cor branca e creme.

Eu continuava na recepção por longos minutos, inúmeras pessoas paravam e me perguntavam se eu estava sozinha ou se estava tudo bem, eu só assentia.

Eu não estava com peso na consciência, nem mesmo com medo de descobrirem que eu o machuquei, pelo ao contrário eu me sentia bem.

Depois de muito tempo vi mamãe voltar pelo corredor, agora sozinha e com os olhos lagrimejados, sua cara apontava que ela estava chorando, quando me viu tentou esboçar um sorriso, uma tentativa falha.

-Vamos para casa pequena, irá ficar tudo bem.- Ela dizia com a voz baixa e as mãos trêmulas.

Eu não respondi, não achei necessário , eu não sabia se eu realmente havia o matado ou somente o machucado, mais qualquer um dos dois a faria chorar.

Chegamos em casa e ela logo foi para o seu quarto, eu podia esculta-la chorar.

Eu estava com fome, e então fui preparar algo, procurei em todos os armários e na geladeira, nada pronto. Minha fome me obrigou a bater na porta do quarto dela e a chamar para preparar algo.

-Mamãe está tudo bem? Pode abrir a porta?.-Pergunto dando pequenas batidinhas.

-Oi, está tudo sob controle. Precisa de algo?.- Ela fala com a voz fraca.

-Estou com fome.-Eu abaixo a cabeça tentando a convencer de fazer algo para mim.

Ela passa a mão em seu cabelo e da um longo suspiro, ela parecia desanimada e para baixo.

-Vou fazer qualquer coisa para você. - Ela diz indiferente.

Eu nunca tinha visto ela assim tão deprimida.

Me sentei no sofá e fiquei admirando os pequenos flocos de neve caindo lá fora.

Eu gostava de ambas as estações e aproveitava o máximo delas, também as combinava com músicas no meu violino.

-Está pronto, coma isso e vá direto para sua cama, tenha uma boa noite. -mamãe saiu da cozinha indo em direção ao seu quarto e trancando-se novamente.

Eu comi os cereais coloridos com leite, e fui ao banheiro, me encarei no espelho e não me sentia mal, eu não sabia o que estava acontecendo eu só me sentia normal.

Tomei banho, escovei os dentes e me diriji ao meu quarto.

Durante a noite foi difícil dormir ela chorava e gritava coisas como "Por que você se foi?" "Maldito inverno, maldita neve EU OS ODEIO!.". Foi isto a noite toda.

No dia seguinte acordei exausta pelas 2 horas somente que eu dormi, me levantei troquei a roupa e esperei mamãe entrar no quarto como eu fazia toda manhã.

Todos os dias pelas manhã ela entrava em meu quarto, e arrumava meus cabelos sempre em um penteado diferente, porém hoje ela não veio.

Sai do meu quarto e a vi na cozinha segurando uma faca e olhando fixamente a ela.

-Mamãe?.- perguntei com uma voz fraca.

-Saia da aqui Ayla.-Ela disse gritando.

Eu corri, pela primeira vez na aquela casa eu senti medo, será que mamãe seria capaz de me ferir?.

Eu voltei. Entrei pela janela do quarto dela e peguei seu celular, disquei o número da polícia e disse o mais baixo possível, o endereço e que mamãe iria cometer suicídio.

Eu me escondi. Embaixo de sua cama, eu estava com medo, e suava frio.

Ouvi os policiais chegando e gritando, ouvi os barulhos da ambulância e meu coração apertar, mamãe tinha que estar bem.

Depois de alguns minutos na aquele tumulto me acharam, uma policial ficou tomando conta de mim.

-Está tudo bem agora, como é o seu nome? Foi você que fez a ligação?.

- Ayla, sim fui eu.-Eu falava devagar e agora mais calma.

Eles me levaram na viatura até o hospital e pediram que eu esperasse na recepção.

Mamãe não estava bem eu sabia disso.

A policial de antes vinha na minha direção, segurando uma xícara e um casaquinho de lã rosa choque.

Me entregou a xícara e o casaco e se sentou ao meu lado, ela me encarava, enquanto eu encarava o chão.

-Você tem quantos anos?.-

-12 e meio.-respondi baixinho.

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Lindamente Má.Onde histórias criam vida. Descubra agora