Nathan passou metade da noite pensando no que Larry falou e na recusa de Logan em lhe oferecer respostas claras.
Ele não achou que Larry mentiu sobre o buraco; e odiava a ideia de que era verdade, mas isso não importava. O que Nathan não entendia era o por quê de Cody se esforçar tanto para esconder dele onde morava? Incomodava-lhe que seu amigo não confiasse nele. Quanto ao resto?
Ele tinha quase certeza de que era apenas maldade adolescente e passou a manhã seguinte pensando se deveria pedir a Cody que confirmasse isso. Ele chegou ao buraco pouco antes do meio dia. Estacionou o carro onde sempre o deixava, na beira do lixão que ficava próximo as quatro casas mais decrépitas de toda a região.
Ele saiu do carro e olhou para elas, todos parecendo piores que as outras. Sim, era quase certo que Cody estava morando em uma dessas. Pela primeira vez notou a ausência do mal cheiro apesar do lixo e da estação de esgoto ao lado. Isso, percebeu, era devido ao vento constante. O mesmo vento que castigava era responsável por este pequeno alívio.
Ele passou sob o arame farpado e entrou no campo da propriedade de um sujeito que ele ainda não havia visto e acreditava que nunca irá ver. E não esperava ver Cody ali, mesmo que Logan tivesse entregado sua mensagem. Ele fechou o casaco com mais força enquanto cruzava a extensão gramada, as vacas nem mesmo olhando para ele.
O sol estava brilhando e a quase setecentos metros acima do nível do mar, seus raios eram intensos, mas não podiam ajudar contra as mordidas geladas do vento. Eles deviam encontrar um lugar melhor para se encontrar, já que sair em um maldito campo não seria uma boa idéia por muito tempo.
Quando avistou a carroceria virada na direção da estrada de ferro, ele não pôde ver se Cody estava lá ou não. Não antes de chegar ao limite, pelo menos. Quando finalmente chegou ao alto da pequena ravina para olhar para baixo, viu-o ali, fumando um cigarro contra a parede banhada pelo sol da velha armação.
Por um momento, Nathan ficou parado ali, sem saber como se aproximar. Tudo o que disse para si mesmo em sua mente parecia ridículo depois de um mês e meio, quando mal se falaram. Ele se moveu de um pé ao outro, envergonhado, enquanto debatia consigo mesmo.
- Você quer um convite para sentar ou o quê? - Cody o provocou sem sequer olhá-lo.
Nathan passou pela borda e deslizou até o que era o banco deles.
- Eu não tinha certeza se encontraria você aqui.
Seu amigo encolheu os ombros antes de dobrar as costas e esfregar as mãos. Ele estava vestindo apenas uma calça um pouco curta demais e sua jaqueta jeans com um capuz sobre ele. Nathan se perguntou se a camisa que ele usava por baixo tinha pelo menos as mangas compridas.
- Você não está congelado? Por que não veio de casaco?
O garoto moreno baixou a cabeça e cruzou os braços, colocando as mãos sob as axilas.
- Foi você quem queria que nos encontrássemos aqui.
Nathan suspirou, sentindo-se desamparado. Tinha obviamente dito besteira de novo. E não sabia se ele era tão inábil quanto a ideia que fizera dele ou se era apenas particularmente sensível. Um pouco dos dois, sem dúvida. Mas não esperava ter um começo tão ruim com ele. Viera até aqui para reconquistar sua amizade, mas ele ainda não havia olhado em sua direção.
- Ouça, Cody, me desculpe, ok? Sinto muito pelo jeito que as coisas aconteceram este ano, eu nunca quis...
- Não importa.
- Se quiser, gostaria que fôssemos amigos novamente.
- Por que você se daria esse problema?

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Marginal
Teen Fiction"Apenas pare de chorar. É um sinal dos tempos. Vai ficar tudo bem. Eles me disseram que o fim está próximo. Temos que sair daqui." Sign of the Times - Harry Styles 1986 O que deveria ter sido o melhor verão da vida de Nathan Bradford azeda quando se...