Doce Vingança

One Shot

Doce vingança.

Sexta feira, nove da manhã. Mais um dia enfadonho onde não há nada de diferente para fazer, a não ser chorar pelo final do meu relacionamento com Vlad. Acordei com o toque insistente do telefone, em uma nota mental lembrei-me de quebrá-lo tão logo desligasse. Eu trabalhava como professora numa conceituada escola em Manchester, uma pequena e chuvosa cidade do interior da Inglaterra. – alô! – atendi com a voz sonolenta.

– Nick! – ele disse do outro lado da linha. Seu tom era jovial, e alegre. Como sempre.

Automaticamente o reconheci, aquela voz por diversas vezes me levou ao paraíso por sussurrar palavras doces enquanto fazíamos amor. A simples pronúncia do meu nome naqueles lábios fez com que não só minha mente, mas, meu corpo também despertasse.

– Vlad! – exclamei surpresa e já completamente acordada.

– Sei que depois do nosso ultimo encontro muitas coisas ficaram por dizer... – ele foi reticente – temos assuntos inacabados.

– Acho que você foi bem claro quanto a nós...

– Bem... É que na verdade... Estou sentindo muito a sua falta. Você era uma amiga maravilhosa. Será que poderíamos nos encontrar? Conversar um pouco? – sorri irônica, por alguns segundos fiquei em silencio. As lembranças da noite em que ele terminou nosso relacionamento ainda circulavam minha mente de forma assustadora.

– Acho melhor não.

– Nick, preciso me desculpar com você – as imagens não cessavam. Eu o via parado a minha frente dizendo o quanto eu estava fria e distante, o quanto meu trabalho tomava meu tempo. Chorei e disse que eu tinha planos para o nosso futuro e que por isso trabalhava tanto, expliquei que poderíamos continuar nos vendo aos finais de semana. Ele, irredutível disse que queria mudar de cidade, mudar de vida. E foi assim, que ele partiu. Foi embora não só partindo da cidade, partindo também o meu coração.

– O que o faz acreditar que eu quero te ver, já sei que encontrou alguém... Sei que não está mais sozinho. O que poderia querer comigo? – perguntei como se não me importasse de fato.

–Nossos cinco anos de convivência. – ele respondeu seguro – estou indo a Manchester visitar meu pai, eu queria vê-la também... Você... Ainda está sozinha?

– Ando muito ocupada para querer mais alguém na minha vida.

– Por favor, Nick. – murmurou do outro lado da linha. Ele sabia que eu não resistiria se me pedisse daquele jeito, minha pele se arrepiou por completo. Eu podia sentir sua boca em meu ouvido. Aquilo me deixou completamente excitada. – Nicolle...

– Está bem – falei com a voz entrecortada – quando você vem?

– Estarei ai no horário do almoço. Se quiser, poderemos comer juntos.

Minha mente começou a vagar, comer juntos, provavelmente ele quereria que eu fosse à sobremesa e isso definitivamente eu não toleraria. – está bem, no almoço então. – disse antes que eu mudasse de idéia.

– Adeus... E Nick, muito obrigado por me receber.

– Por nada – tentei ser fria, no entanto, meu corpo já respondia de outra maneira. – até mais – finalizei desligando o telefone. Levantei da cama com outra disposição. Minha casa estava um caos, livros e provas espalhadas por todo canto. Depois de organizar tudo, comecei a planejar o resto do meu dia. Faltavam poucas horas até o almoço, para que eu pudesse vê-lo mais uma vez. O que vestiria? Como me comportaria? O que comeríamos?