Capítulo 41

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  Acordei sentindo um carinho em meu cabelo. Abri os olhos, acreditando que Paula estaria acordada, porém a mesma estava dormindo enquanto mexia em meus fios. Sorri ao olhar para seu rosto. Paula era uma mulher muito linda, tudo em seu rosto parecia combinar e sua personalidade a tornava ainda mais linda. Fiquei um tempo a admirando até que ela abriu os olhos.

  - Já acordou?- ela tirou mão do meu cabelo enquanto se espreguiçava.

  Haviam se passado três dias desde o aniversário de tia Kelly. Comecei a chamá-la assim pois a mesma pediu. Paula e eu estávamos deitados na cama dela em seu apartamento, era de tarde e nós estávamos apenas descansando pois iríamos ao bar do meu pai a noite.

  - Sim, tava te olhando- sorri- Você fica linda dormindo.

  - A cara do cão, aposto.

  - O cão é lindo, então!- dei um beijo mesma bochecha- Vai tomar banho que você já tá cheirando mal- falei zoando ela.

  - Até parece, né?- ela me deu um tapa e eu comecei a rir.

  - Já são 20:00, acho que já dá pra você começar a se arrumar- falei.

  Paula se levantou da cama e foi direto para o banheiro tomar banho. Eu fui para a cozinha comer alguma coisa, quando terminei voltei para o quarto.

  - Amor, pega uma toalha pra mim, por favor? Eu esqueci!- Paula gritou do banheiro.

  Essa foi a primeira vez que Paula em chamou assim desde a noite que estava bêbada. Se ela está me chamando assim estando sóbria, quer dizer que ela realmente quer me chamar assim.

  Sei que um apelido carinhoso não parece grande coisa, porém quando você chama alguém de "amor" quer dizer que aquela pessoa é seu amor, ou seja, que você ama ela. Então significa que Paula me ama?

  Peguei a toalha em seu armário e fui até o banheiro, me deparando com uma Paula nua esperando a toalha. Entreguei a toalha e fiquei dentro do banheiro enquanto ela se secava.

  - Você me chamou de 'amor'?- perguntei confirmando.

  - Não sei, chamei?- ela perguntou confusa.

  - Chamou.

  - Eu sempre tive o impulso de te chamar assim, mas não sabia de você acharia muito rápido ou se sentiria constrangido- respondeu.

  - Capaz, linda! Você pode me chamar do que você quiser. Eu só gostaria de saber se é um apelido qualquer ou você me chama assim porque você sente assim- falei apreensivo.

  - Eu jamais te chamaria de algo só por chamar- ela respondeu apenas isso, porém foi o suficiente para eu entender.

  Paula saiu do boxe enrolada na toalha e foi para o quarto, sendo seguida por mim.

  - Então eu posso te chamar assim?- Paula perguntou.

  - É lógico que pode- cheguei por trás dela a abracei- Você pode tudo.

  - Você também, amor- dessa vez ela virou a cabeça e falou olhando em meus olhos, e eu pude sentir, ali, o amor presente.

  - Vai se arrumar que eu vou tomar banho- beijei sua boca e fui para o banheiro.

  Tirei minha roupa e entrei no chuveiro, me lavando e quando terminei, observei também que não havia toalha.

  - Mor, esqueci a toalha também!

  Só quando a frase saiu da minha boca que eu reparei o que havia dito. Eu havia chamado Paula da mesma forma que ela me chamou e não foi algo premeditado, foi extremamente espontâneo, me confirmando ainda mais o que acontecia no meu coração.

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