Capítulo 21

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Bruno

Meu sangue ferveu quando ouvi isso da boca da Mariana, eu fui incapaz de guardar isso pra mim quando enchi a cara de cachaça por não conseguir assumir meus sentimentos pela Manu, senti tanta raiva mais tanta raiva que acabei soltando o que eu não queria e claro JP gostou porque ele queria descontar toda merda que eu fiz com a irmã dele.

Levantei e empurrei a mesa longe e saí andando, não demorou para Leandro ir atrás afinal ele me conhecia a anos e esta comigo desde a morte do meu pai então ele sabia o motivo de toda a minha revolta e era o único que não me julgava, ele e Enzo mas depois que ele descobrir essa merda toda acabou mais uma amizade. 

Leandro: fica calmo porra –encostou a mão em meu ombro –.

Bruno: ela vai descobrir, vai descobrir e acabou tudo. 

Leandro: fala pra mim, o que você esta sentindo? Eu nunca te vi assim por causa de nenhuma menina e olha que você e JP sempre fazem essas apostas. 

Bruno: não to sentindo porra nenhuma Leandro, só preciso ir embora. 

Leandro: eu te levo.

Bruno: eu to bem – olhei pra ele sério – ainda vou passar no escritório pra pegar uns documentos. 

Leandro: beleza, qualquer coisa você me liga mano.

Balancei a cabeça afirmando e saí de lá, coloquei meu capacete e acelerei a moto saindo dali e indo em direção ao escritório. Eu tinha chaves e alarme, mas o alarme ainda não estava ativado ou alguém esqueceu ou ainda tinha gente lá, tirei meu capacete e subi, o elevador abriu e saí, estava tudo escuro menos a sala do meu tio, ouvi vozes alta e feminina, era a Carol. 

Daniel: você não pode dizer nada, você sabe como ele é revoltado e como ele vai agir. 

Carol: não posso mais esconder isso do Bruno, não é justo com ele e nem comigo. Não quero...
 
Não esperei ela falar, abri a porta com tudo e os dois me olharam espantados, Carol estava com os olhos vermelhos de tanto chorar ela me olhou e abaixou seu olhar rapidamente. 

Bruno: o que esta acontecendo aqui? – os dois ficaram em silêncio e aquilo me irritou muito – fala! – tentei dizer com calma  – .

Daniel: nada Bruno, já estávamos indo embora só fiquei até tarde na reunião. 

Bruno: porque você esta chorando Carol? Me fala – falei firme e ela voltou a me olhar –.

Daniel: para Bruno, não insiste ela só esta passando por um momento difícil. 

Bruno: FALA PORRA – gritei e ela pulou de susto – eu ouvi o meu nome – fechei meus olhos e engoli a seco –.

Carol: eu sou sua mãe.

Observei bem a Carol enquanto ela dizia com todas as letras “sou sua mãe” e aquilo ficou engasgado, olhei no fundo dos olhos daquela mulher que esteve comigo quando eu mais precisei, as lágrimas escorriam pelo rosto dela sem parar nunca vi ela assim nem na morte do meu pai e ela já era secretária dele a muitos anos. 

Bruno: me explica essa porra toda.

Daniel: Bruno calma, podemos explicar. 

Bruno: ah, vai me dizer que você é meu pai também? – ri de nervoso e ele balançou a cabeça –.

Daniel: não, sou seu tio não sou o seu pai, mas a Carol... – ele deu uma pausa e fechei minhas duas mãos com força–.
 
Carol: Você nasceu de mim, eu e seu pai foi algo que não deveria ter acontecido e quando eu vim trabalhar, ali foi para ficar perto dele mas depois engravidei de você e ele? Já estava de caso com a Tara, e eu não podia competir, eu era apenas uma secretária, seu avô convenceu o seu pai e ela a ficarem com você e praticamente me obrigou a ficar longe. Eu sumi por um tempo depois que você nasceu mas quando seu avô faleceu eu voltei, eu ameacei eles falei que se não me deixassem trabalhar aqui e ficar perto de você – ela deu uma pausa e engoliu o choro – falei que iria contar tudo, você era uma criança ainda e você me amava como se quem soubesse quem eu era. 

Bruno: aquela mulher, a Tara, a minha suposta mãe ela me maltratou todos esses anos, ela me abandonou quando eu mais precisei e depois eu descobri que ela sabotou o carro do meu pai, ela não tinha um pingo de amor por mim e a culpa é de vocês, todos vocês. 

Daniel: Bruno não seja rude meu filho, por favor – pediu com calma –.

Bruno: cala a porra da boca, se eu sou assim esse inferno que eu sou a culpa é de todos vocês – olhei pra ela – e você? Como você conseguiu me enganar todo esse tempo? Me deu colo quando eu precisei e não teve a coragem de dizer o que você era minha. 

Carol: eu não podia, eu sabia que era o seu pior momento e ter uma outra bomba dessa você não poderia passar por isso também Bruno, me perdoa meu filho... – ela falou com a voz embargada e senti um nó no meu estomago –.

Me virei e saí andando, senti uma falta de ar tremenda eles me chamaram mas eu não quis ouvir, eu não podia ouvir. Entrei no elevador e encostei no espelho, meus olhos estavam fervendo mas não iria chorar, eu nunca chorava.

Coloquei meu capacete assim que cheguei perto da moto coloquei o mesmo e acelerei pra casa entrei e não vi ninguém, respirei aliviado fui até a sala de estar e peguei uma garrafa de gold, abri e tomei no gargalho mesmo desceu queimando na garganta, pra mim não era nem a metade da raiva que eu estava sentindo naquele momento.

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