Nem todo erro é errado |

Capítulo 22

Bruno

Já estava no final da minha segunda garrafa, bebia sem pensar e fazia um tempo que não bebia assim com tanta raiva, já havia duas garrafas quebradas no quintal joguei pensando que fosse amenizar aquilo que eu estava sentindo.

Comecei a relembrar JP falando de Manu, e ela conversando com a irmã no telefone sobre a insegurança que tem pelo sentimento que sente por mim, aquilo martelava na minha cabeça sem parar, joguei a última garrafa quando Isa entrou ela parecia assustada, me olhava com pena e eu odiava que sentissem pena de mim lembro daquele dia, lembro do acidente do meu pai, lembro do olhar da Carol pra mim, Carol... Carol... aquele nome não saia da minha cabeça. 

Isa: BRUNO – gritou alto – o que houve? Fala comigo!! – ela mexeu em meu braço, eu estava sentado na poltrona que tinha do lado de fora com as mãos na cabeça, estava bêbado e sem chão, senti meu mundo rodar quando ela me chamou- – o que houve? 

Bruno: nada Isabela, sai daqui me deixa. 

Isa: para com isso Bruno, me fala, me conta o que fizeram?
 
Bruno: Manu.. – engoli a seco ao ouvir o nome dela –.

Isa: o que ela fez? 

Bruno: nada, o que eu fiz –passei a mão entre os cabelos – porra, eu quero ela Isa. Eu preciso dela...

Manu

Fui pra aula e estranhei que Bruno não estava por lá, procurei pelos corredores da Mackenzie mas nada dele, senti um aperto no coração quando liguei e foi direto para a caixa postal. Não avistei ninguém da turminha dele então saquei logo aonde ele estava e respirei fundo. Fui pra casa com o Enzo, ele iria viajar para o rio em uma reunião esse final de semana com o pessoal da empresa então só me deixou em casa pegou a mala e saiu, saí do banho e estava enrolada no roupão quando meu celular começou a tocar sem parar, olhei no visor “ISA LIGANDO”. 

IDL  
M: Oi Isa 
I: Manu, desculpa ligar essa hora mas... – ela ficou em silêncio por uns segundo e ouvi um barulho de algo quebrando –.
M: Isa, aonde você esta? Tá tudo bem? 
I: vem aqui pra casa, é o Bruno, não sei o que houve mas ele não para de chamar por você –.
M: estou a caminho. 

FDL 

Passei um hidratante e vesti a primeira roupa que achei no guarda roupa, uma calça jeans com uma alpargata e uma regata, deixei o cabelo solto e peguei a chave do carro no balcão da cozinha tranquei tudo e saí, acelerei até a casa da Isa confesso que estava preocupada e com medo do que iria acontecer e qual Bruno eu iria encontrar lá.

Toquei o interfone e Isa abriu o portão na hora, ela me olhou preocupada e afastou para eu poder ver e lá estava ele, Bruno estava sentado em uma poltrona que fica no jardim com uma garrafa de wisk na mão e muitos vidros jogado pelo quintal, seu olhar estava longe, seus olhos vermelhos e seu rosto também, seus lábios estavam roxo de tanto chorar, sua mão tremia enquanto segurava a garrafa pelo final, levou ela até sua boca terminando mais uma garrada, quando ele ia jogar essa também seu olhar foi de encontro ao meu e derrubou ela no chão, suas mãos caíram sobre o seu corpo e me aproximei rapidamente, puxei teu rosto para perto de mim e ele deitou em meu ombro, Bruno soluçou como uma criança, Isa passou por nós e me deu um sorriso triste e entrou deixando nós dois a sós.