Capítulo 23

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Manu

Ficamos ali por um bom tempo, logo ele levantou o rosto para me olhar e senti aquele cheiro de wisk forte, ele me olhou com tristeza e senti meu coração doer, segurei em suas mãos e beijei-as, ele me observava como se estivesse me reconhecendo. 

Manu: o que houve aqui lindo? – seu olhar saiu do transe e deu um breve sorriso –.

Bruno: eu sou uma bagunça Manu, a minha vida é a porra de uma bagunça e eu levo todo mundo pra merda junto comigo. E eu não vou fazer isso com você também. 

Manu: você não é uma bagunça e não leva ninguém para a merda, piorou eu. Vai me contar o que houve? 

Bruno: não estou pronto, não quero falar, tô com ódio, tô com raiva, fui enganado esse tempo todo. E você? E você Manu? Porque esta aqui? Porque esta perdendo seu precioso tempo comigo? Vai estudar é isso que você prefere fazer ao invés de estar comigo.
 
Manu: quieto Bruno, por favor – pedi com calma e respirei fundo – você esta alterado e bêbado então não venha descontar em mim, eu te liguei e você ligou o foda-se pra mim. 

Bruno: olha a boca, você é a princesinha esqueceu? – falou debochando de mim e logo caiu na gargalhada –.

Aquele Bruno era doloroso de se ver, ele era agressivo e diferente daquele olhar que eu via toda vez que abria meus olhos após um longo beijo. Fechei os olhos por alguns segundos e pude sentir seu hálito de menta invadindo minha boca e seu corpo escultural encostando no meu me causando arrepios mas logo abri os olhos afastando aquele pensamento para bem longe. 

Manu: vem cá, vou ir te dar um banho você precisa dormir. 

Bruno: porque você veio? Eu não pedi pra você estar aqui e cuidar de mim, já esta tudo uma merda mesmo pra que participar do show Manu? Em? sua vida é tão parada assim a ponto de você querer se envolver com um cara tatuado? Que é todo estranho só porque faz uma porra de faculdade de direito? E que comanda praticamente todo um escritório? É isso que você quer? Participar da vida de um cara que só pega as mais gostosas e vive disso todos os dias? Faça-me favor Manuela.
 
Manu: então é isso que você acha que eu penso? – ri de nervoso e ele me 
olhou sério –.

Bruno: sim, é isso que eu tenho certeza que você pensa. 

Manu: é, realmente eu não sei o que vim fazer aqui. 

Levantei de perto dele e caminhei até o portão sem olhar pra trás, confesso que queria ouvir a voz dele dizendo não, quando cheguei no portão ouvi os passos dele indo em minha direção e paralisei. Sua mão encostou em meu braço e puxou pra ele com toda delicadeza do mundo, senti meu coração batendo tão forte que fui incapaz de dizer algo, meu rosto encostou no seu peitoral seu perfume conseguia ser mais forte que cheiro de álcool que estava exalando nele, não me mexi, não olhei pra ele, não podia porque se eu olhasse ele saberia o quão dele eu era. 

Manu: vou arrumar essa bagunça para o seu tio não chegar e ver tudo isso.

Bruno: foda-se meu tio, sobe comigo? 

Manu: depois de arrumar isso aqui e não discute comigo Bruno – falei firme e ele abriu o sorriso –.

Bruno: você é a marrenta mais linda que eu conheço, e a única que tenho paciência. 

Manu: nem tanto assim né? –olhei pra ele e apertei sua bochechas com uma certa força e ele resmungou –.

Bruno: você sabe que não precisa arrumar essa merda toda né? A empregada vem amanhã cedo. 

Manu: é bagunça tua Bruno, vai deitar que eu já subo. A Isa me mostra aonde que é  – Isa estava da porta nos observando –.

Bruno: vamos comigo, deixa suas coisas lá quero ter certeza de que você não vai embora. 

Manu: tá bom Bruno – ri baixinho –.

Caminhei com ele e subi até o seu quarto, Bruno não soltava minha mão parecia que ele tinha medo de eu ir embora e não voltar nunca mais, o jeito que ele estava me olhando naquele momento cortava meu coração de uma forma. Entramos e seu quarto era impecável, quem vê ele assim cheio de tatuagem e boca suja não fala que o quarto é tão limpo, branco com alguns pequenos detalhes em azul escuro, sua cama de casal box parecia ser tão aconchegante e se jogou nela em alguns segundos. 

Manu: você consegue tomar um banho sozinho? 

Perguntei mas falei sozinha, ele já havia caído no sono então tirei seu tênis e joguei um lençol encima dele e desci rapidamente para ajudar Isa com aquela bagunça. 

Manu: ele dormiu – falei enquanto colocava luvas –.

Isa: que bom, ele estava tão... –ela respirou fundo – tão atordoado parecendo aquele menininho de 8 anos atrás após perder o pai e a mãe ir embora – ela colocou a mão na boca e balançou a cabeça – ele não te contou isso? 

Manu: é não, não tivemos nenhuma conversa assim ainda – dei um sorriso para disfarçar –.

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