Capítulo 3

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Acordei meio zonza por causa da luz que entrava pela janela. Vi que estava em outra cama, olhei ao redor. Ah! Estava na casa da Renata. Lembrei-me do que havia acontecido e vi na tela do celular a hora: 17:52 hrs.

Depois que acordei, fiquei na dúvida, se eu ia pra casa de volta ou ficaria na casa da Rê até amanhã.

Decidi levantar da cama e comer alguma coisa. Desde que cheguei não comi nada, estou morrendo de fome.

Desci as escadas e assim que virei, vi meu pai sentado no sofá. Renata estava no outro. Estavam conversando sobre mim, e meu pai não estava com uma cara muito boa. Ele parecia chateado.

  - Olha quem acordou. -Renata disse, acho que tentando avisar o papai que eu estava lá.

  - Filha, acho que temos que conversar né? -Disse ele com uma voz baixa.

  - Oi pai. Quando formos para casa, conversaremos lá. Agora eu estou com fome. -Eu não queria que o ar entre nós ficasse pesado, aliás, eu odeio ver o meu pai triste assim.

  - Vamos embora então filha. Eu passo em uma lanchonete pra você comer.

  - Ok então. Rê, me desculpa de novo, ter que te atrapalhar o dia inteiro. Obrigada pelos conselhos e por me aguentar outra vez. Não sei o que eu faria sem você. -Disse dando um abraço nela.

  - Ah, para com isso maninha. Você sabe que eu sempre estou aqui. Ainda mais agora. E lembre-se que ele não tem nada a ver com o que houve lá, tá bom?

  - Tá. -Respondi.

  - Vamos Kate.-Meu pai me chamou.

Saimos do apartamento dela e fomos em direção ao carro do meu pai.

  - Pai. Eu vim com o meu carro.

  - Não se preocupe, o Bruno levou ele pra casa. Você vai comigo. -Ele disse sério.

Eu sabia que de alguma forma, ele estava bravo comigo. Eu agi feito uma criança na frente dele e do amigo dele. Eu sei que o meu pai quer que eu me relacione outra vez. O maior medo dele, é que eu acabe ficando igual a ele. Sozinho e sem aquele amor que todos precisam estando junto com uma pessoa amada. Depois da minha mãe, meu pai nunca quis mais ninguém.

Ficamos o caminho inteiro em silêncio. Papai parou em uma das lanchonetes tão conhecida por nós e desceu do carro, pedindo para que eu o aguardasse lá. Quinze minutos depois, meu pai volta com duas sacolas na mão.

  - Toma filha, aqui está o seu lanche preferido. -Me entregou uma sacola que tinha um X-franguinho tudo. Sem dúvidas, o meu preferido.

  - Obrigada pai.

Mais silêncio. E eu sabia que o meu pai só falaria tudo o que ele tinha que falar quando chegássemos em casa .

Chegamos, e eu fui arrumar a mesa para comermos. Meu pai também comprou um lanche pra ele, então, provavelmente aquela seria a nossa janta de hoje.

Eu como estava com muita fome, chamei o meu pai para comer e me sentei. Ele se sentou de frente comigo e ficou me olhando enquanto eu comia.

  - Olha pai, eu sei que não agi da maneira correta. Agi feito uma criança. Mais eu não consigo parar de amar o Kumar pai. Eu sei que estou sendo uma idiota, mas eu não consigo não olhar para aqueles olhos e não me apaixonar. A descendência irlandesa nele é muito visível e o senhor sabe que mexeu muito comigo. Eu não queria ter falado daquele jeito com o Jeremy, mas ele me tirou do sério se intrometendo na minha vida. -Falei rápido, pois sei que ele queria uma explicação.

  - Filha. Eu sei que você ainda sente alguma coisa pelo Kumar. É muito recente, eu sei. Só que eu acho que você deveria ter tido um pouco de consideração com o Jeremy. Ele só queria ajudar. Assim como eu. Eu sei que não está sendo fácil pra você, e não te culpo. -respirou- Mas acho que realmente está cedo para você se meter em outro namoro agora. É que o Jeremy é um bom rapaz, eu pensei que poderia acontecer algo entre vocês dois. Mas deixa pra lá. A culpa foi minha. Me desculpa.

  - Pai. A culpa não foi sua. É minha. Por sempre achar que o Kumar era o homem da minha vida. E ele não é. Não mais. Se o senhor quiser, eu posso tentar falar com o Jeremy e explicar o que aconteceu. Dar outra chance pra ele. Mas só se você quiser. Não quero que ele fique chateado com você por minha culpa.

  - Kate. Não se preocupe comigo, olhe pra você agora. Tente falar com ele amanhã. Se você quiser te dou o número dele depois. Não vou te forçar a nada.

  - Okay pai. Você pode me passar o número dele então. Acho que peguei pesado com ele.

  - Já vou dormir querida. Estou cansado. Amanhã nos falamos. Faça apenas o que você acha que deve. Boa noite. -Disse meu pai se levantando e me deu um beijo na cabeça.

  - Boa noite pai.

Levantei da mesa, lavei a louça que estava na pia, arrumei a mesa e fui para o meu quarto. Subi as escada, entrei no quarto, peguei uma roupa fresquinha e tomei um banho demorado. Sai, e me troquei. Escovei os dentes e fui deitar.

Aconteceu tantas coisas hoje. Fiquei pensando na confusão que criei. Realmente o Jeremy não tinha culpa de nada e descontei toda minha raiva nele. Talvez eu tenha mesmo que me redimir com ele.

Adormeci em meio aos meus pensamentos.

Será que Superaremos Tudo?Onde histórias criam vida. Descubra agora