Capítulo 5

47 4 2
                                    

Ele me olhou com uma cara de admiração quando eu disse que na verdade a minha língua nativa era português e que meu pai conheceu minha mãe quando ele foi em uma viagem para o Brasil gravar um filme lá. Então ele um belo dia foi na praia e minha mãe estava lá. Se apaixonaram, minha mãe veio com ele para Los Angeles, casaram e tiveram eu. Quando eu nasci eles estavam na casa da minha mãe no Brasil e então eu sou brasileira-americana. Quando eu tinha 11 anos, para a nossa infelicidade minha mãe traiu o meu pai e nos abandonou. A desculpa dela foi que meu pai só trabalhava. Foi doloroso. Eles entraram na justiça pela minha guarda, mas eu acabei escolhendo morar com o meu pai. Tive nojo da minha mãe quando percebi o que tinha acontecido. Fiquei com dó do meu pai. Ele foi o que mais sofreu. Ele amava ela de uma maneira, que não tinha explicação. Quando caiu a ficha dele, ele começou a beber. Beber muito, o dia inteiro. Até eu surtar com ele e disse que se ele não parasse de beber, eu também iria embora de casa. Aí ele parou com medo de que eu realmente fosse embora.

Morei no Brasil até os 6 anos de idade. Aprendi a falar português rapidinho pois a minha casa era cheia de gente. Então era mais fácil. Com o inglês foi um pouco mais difícil, mas aprendi bem rápido quando tive que ir para a escola.

O garçom chegou com a nossa comida, e estava com um cheio delicioso.

  - Prova. É uma delícia. -Disse à Jeremy anciosa e sorrindo.

Ele coloca uma garfada de comida na boca e me encara. Estou anciosa pela resposta dele.

  - Humm, você tem razão. É divino! Vou comer tudo. -Disse ele já comendo outra garfada.

  - Eu disse que você gostaria.

Comemos a nossa refeição em silêncio, apenas aproveitando o sabor da comida maravilhosa.

Terminamos e Jeremy fez questão de pagar a conta, mesmo com as minhas reclamações. Saimos do restaurante e ele quis ir na famosa praça com o letreiro de Bervely Hills. Fomos andando pois ele também não veio de carro.

Chegamos lá e sentamos em um banco. Hoje o clima estava agradável e o clima entre nós também.

  - Jeremy. Bom, acho que tenho que te dar uma explicação de ontem né?

  - Bem. Só se você se sentir bem para me falar.

  - Okay.-Disse. Eu não sabia por onde começar, mas acho bom começar do começo né?! -Primeiramente, eu te peço desculpas pelo meu comportamento e por ter te tratado daquela maneira ontem. Eu confesso que não queria ir no Starbucks ontem porque eu ainda tenho muitas lembranças na minha memória do meu relacionamento com o Kumar.
Tem uma história irlandesa que eu acho engraçada mas me identifico. É assim: se você está feliz, toma chá. Se você estiver triste, tome chá. Se chorar, toma chá também. Se conseguiu algo, tome chá. Se perdeu algo, tome chá. Se está nervosa, tome chá. Se estiver tranquila tome chá. Chega a ser engraçado até e isso acontece comigo na Starbucks. Se eu tenho quarquer coisa, eu vou na Starbucks. Meu refúgio é a Starbucks e o Kumar começou a frequentar a Starbucks assim como eu quando nos conhecemos. E tudo era a Starbucks. Nossas alegrias, tristezas, vitórias, derrotas, amizade, amor, tudo. Voltar lá me trouxe lembranças. -respirei.

  - Nossa. Posso te falar uma coisa? Eu já... -Foi interrompido pelo seu celular que tocava. -Me desculpe, se me der licença.

  - Ah, claro! -Respondi.

  - Alô?

(...)

  - Oi meu anjo. O que houve?

(...)

Anjo?

  - Eu sei. Eu sei. Me desculpa, papai esqueceu amor. Já estou indo. Tive um compromisso. Pede pra vó Mary te arrumar que eu já estou indo te buscar, okay?

(...)

Papai?

  - Beijos, te amo princesinha.

(...)

Ele desligou o celular e acho que eu estava com uma cara de quem comeu e não gostou porque ele me olhou e disse:

  - Me desculpe. Acho que não te contei que tenho uma filha né? Eu ia te contar. Iria chegar nessa parte ainda. -Disse ele. Acho que estava envergonhado. E eu estava confusa.

Como eu poderia namorar um cara que já é pai? Complicou tudo agora.

  - Não, não. Está tudo bem. Parece que você está ferrado papai. -Tentei descontrair um pouco o clima, brincando com ele.

  - Ah sim. -Ele riu. Os olhos dele brilhavam.- Eu realmente esqueci que tinha que levar ela no parquinho hoje. Tento preservar demais a privacidade dela. Não quero que ela seja exposta na mídia tão nova.

  - Quantos anos ela tem? -Perguntei.

  - Cinco aninhos. -Respondeu.

  - Que gracinha. Como ela se chama?

  - Ava Berlin.

  - Diferente. Uau. Gostei. -Disse maravilhada. Talvez a ideia de ele ter uma filha, não seja tão ruim. Ele se mostra um pai incrível e atencioso quando fala nela. Tem um certo carinho na voz.

  - Berlin foi porque mãe dela é apaixonada na Alemanha. E Ava eu escolhi porque significa "Como um pássaro." -Suspirou. - Sabe, assim como você, eu também sofri muito quando a mãe dela me deixou. Ela também me traiu. Eu peguei ela e o amante juntos. Mas já faz três anos. E ainda estou sozinho. Acho que temos isso em comum. -Ele olhou pra mim e vi tristeza em seu olhar.

  - Talvez seja isso mesmo. Sinto muito por você. Estamos no mesmo barco. -Eu disse meio sem jeito.

  Jeremy olhou nos meus olhos e meu coração errou uma batida por um momento. Ele começou a se aproximar e apenas senti quando seus lábios tocaram os meus em um beijo cheio de carinho. Por segundos eu esqueci de onde eu estava e parecia que só existia eu e ele naquela praça. Quando ele se separou de mim, eu permaneci com os olhos fechados, não pude acreditar que nos beijamos.

  - Me desculpe. Eu... eu -Ele parecia confuso.

  - Ei. Não se preocupe. Está tudo bem. -E puxei ele para outro beijo rápido.

  Ele terminou o beijo e sorriu. O sorriso dele é maravilhoso. Acho que fiquei reparando demais.

  - Jeremy. Esse momento está incrível, mas acho que se você não for embora e buscar a... ai, qual o nome da sua filha mesmo? -Que desastre que eu sou.

  -Ava Berlin. -Respondeu ele sorrindo pois bati a mão na testa.

  - Se você não buscar a Ava Berlin ela vai te bater e te deixar de castigo hein.

  - Você tem razão. Tenho que ir. Você quer que eu te acompanhe até a sua casa? -Ele perguntou.

  - Não se preocupe comigo, vá se divertir com a Ava Berlin. Yeah! Acertei o nome dela! -Eu parecia outra criança.
  - Sim. -Ele deu uma gargalhada gostosa.- Bom, então acho que vou indo, pois ela vai me bater mesmo. Tchau Kate. -Disse ele com carinho e me deu outro beijo.

Observei ele indo embora e permaneci ali naquele banco, sentada.

Gente!!!! Acabei de ver e nossa história está no Ranking!!!! Eu não acreditooo! Estamos em #41 em Los Angeles, então peço a colaboração de vocês para que me ajude a subir mais! E em Kate estamos em #21! Não é incrível? Estou surtando! (É que minhas histórias nunca, nunquinha esteve nos rankings.) Rsrsrsrs. Beijinhos e até o próximo capítulo! Beijinhos felizes e pulantes!

Será que Superaremos Tudo?Onde histórias criam vida. Descubra agora