Mas quando ele vai embora? - Markhyuck

Algo apenas nosso.

Mark, 14 anos.

     Férias de verão, mas eu estava trancado dentro de casa estudando para a recuperação. Donghyuck por outro lado havia acabado de chegar todo sorridente da casa daquela garota da qual parece que não consegue desgrudar. Desde o incidente do aniversário somos grandes amigos, irmãos. Onde um vai o outro também tem que ir, quando eu ficava de castigo ele costumava a desistir de sair para brincar e me fazer companhia.

Mas as coisas não são mais assim.

     Nas minhas lembranças os castigos não eram tão ruins, mas após duas horas lendo sobre revoluções minha cabeça não aguenta mais. Normalmente eu largaria tudo agora mesmo, porque Donghyuck chegou isso quer dizer que o sol brilha. Literalmente. Mas ao entrar no quarto totalmente eufórico e ofegante, talvez por ter subido as escadas correndo, eu sabia que ele começaria a falar de sua "melhor amiga" que eu sequer fazia questão de lembrar o nome.

Provavelmente mudamos.

- Você não vai acreditar! Dahyun é realmente incrível, ela consegue fazer aquele...

- Ok. Escute, eu tenho que estudar. Não tenho tempo pra ouvir sobre sua namoradinha. - Logo após bufei, talvez irritado demais para uma criança de 14 anos.

- Não diga besteiras. Ela não é minha namorada! - ele cruzou os braços e virou o rosto. Tão infantil...

- Então por que você não desgruda dela nem por um minuto? Isso é irritante.

     Os cadernos e livros foram a muito deixados de lado e agora eu estava de frente para Donghyuck, o encarando.

- Por que seria irritante pra você?

- Quer saber, por que eu estou falando com você? Eu tenho que estudar. Por favor, feche a porta quando sair.

- Eu não vou sair. - Ele se levantou e ficou na minha frente, rosto na mesma altura do meu rosto, me encarando como se estivesse tirando conclusões. Isso era assustador.

- O que você está olhando?

     A pergunta foi deixada no ar e esquecida, ele continuava a me olhar. Inesperadamente ele inclinou a cabeça com um sorriso, aquele que me fazia sorrir também. Mais repentino que isso foi quando se inclinou para frente e juntou nossos lábios por segundos antes que ele se afastasse apenas para me encarar e tornar a repetir a ação. Apenas um encostar de seus lábios fofinhos nos meus.

E eu apenas não questionei suas ações.

- Donghyuck? Isso é estranho! Não devia ter feito isso. - Não era o que eu sentia, soava como algo que eu deveria dizer.

- Por quê? Mamãe disse para fazer isso com alguém especial e você é especial pra mim. - Mais um daqueles sorrisos e agora meu coração batia tão rápido que me fazia sentir uma ponta de pânico. - Acho que eu não faria isso com mais ninguém.

     Donghyuck se abaixou novamente e disse "prometo beijar apenas você" de modo tão natural enquanto eu sentia meu rosto queimando de quente.

Estudamos durante a tarde toda, sempre que eu acertava alguma pergunta Donghyuck me dava mais um beijinho.