Invisível aos olhos, um inimigo perigoso
Se aproxima sem fazer barulho
e mata sem deixar vestígios
tudo aquilo que foi e o que poderia ser.
A percepção não demora a chegar ao local do crime
Ela analisa com frieza os cortes precisos do assassinato
O assassino, a paranoia, conseguiu fugir.
Apenas um outro crime para sua lista.
O arrependimento pensa em bater na porta da lógica
mas mesmo que o fizesse
a lógica não o deixaria entrar.
Ela sabe que ele traz consigo,
em uma delicada cesta,
uma dor encontrada na cena do crime.
Desnecessária para esse momento.
A lógica já sabe tudo sobre o ocorrido
Ela deseja, mais do que qualquer um, uma vingança.
Mas o fim da paranoia não significa a ressurreição de suas vítimas
A morte tem grande apego pelos seus presentes
Aquilo que oferecerem à ela, ela não costuma devolver
E a lógica aceita essa verdade.
Mas a lógica finge não se importar com isso
E ela finge muito bem.
A morte da paranoia não significa o retorno de algo que morreu
Significa o retorno de uma velha amiga.
E para a lógica, isso é o suficiente.
Mesmo que hajam aqueles que discordem dela.
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Poemas da Biblioteca Onírica
PoetryExiste uma biblioteca no mundo dos sonhos onde tudo há. Tudo o que poderia ter sido escrito, está guardado em algum lugar dessa biblioteca. De vez em quando, eu decido visitar a biblioteca, e trago comigo alguns de seus poemas. Vou, aqui, compartilh...