dois

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Era uma sensação reconfortante aquela, deitar na grama no meio da noite, no frio, só com apenas o barulho da água caindo no lago bem na frente e o dos pensamentos. Por mais que não fizessem som algum, tudo que eu pensava caia numa grande bagunça e pareciam criar uma baderna ali mesmo, na minha mente.

Num pequeno contratempo, acendi o cigarro. Por mais que fumar me matasse, o ato me fazia bem mais que qualquer outro. Apenas fiquei olhando para aquela fumacinha enquanto ela subia para os ares e atrapalhava minha vista daquela escuridão iluminada pelos malditos pisca-piscas, era assim que minha mãe chamava as estrelas.

Ela costumava a dizer que cada parente que morria virava uma constelação, embora nem ela pudesse identificar cada uma. Eu costumava todas as noites tentar contar todos aqueles pontinhos brilhantes que pareciam ficar piscando. Sempre perdia a conta e tinha que começar novamente.

Talvez todas aquelas horas perdidas olhando para a imensa escuridão lá em cima vieram a calhar. Mais tarde eu estaria contando os dólares.

Por favor, façam de tudo, mas não me vejam como um bandido criminoso. É quase um trabalho, que eu me sinto bem fazendo, mesmo que ele me transforme em uma pessoa má e destrua minha alma em diversos pedacinhos. Talvez meu destino seja mesmo o inferno.

Eu não sou uma pessoa ruim, como muitos dizem. Doo parte do dinheiro que furto para pessoas que realmente necessitam. Ainda sim, não vejo motivos para todos sempre me odiarem ou me chamarem de cruel ou estranho, não conseguia enxergar os porquês de ser sempre o "isolado" da turma da escola.

me pergunteiOnde histórias criam vida. Descubra agora