Naquela noite, deitado na grama no jardim da casa perto do lago, me perguntei a causa de alguns machucados, aqueles que não importa o que você faça, nunca cicatrizam. Me perguntei também como eu poderia querer a justiça cometendo injustiças.
Eu queria ser compreendido por todos. Eu queria um mundo em paz. Eu fazia isso roubando, fumando, ou fazendo o que não devia exatamente fazer. E todos diziam para nós consertarmos isso, eu tentei, juro que tentei, mas não pude mudar nada. Era incrível como um ser humano podia ser tão hipócrita.
O planeta é cheio dessas pessoas. Uma pessoa poderia ser tão idiota ao ponto de machucar a outra por prazer e ainda ter a coragem de implorar pelo perdão. Conheci tanta gente assim.
Um amor, sim, eu amei uma garota. Ela não tinha atitudes diferentes dessas e eu nem tentei mudar. Sentia a paixão ardendo dentro de minhas veias por uma garota que não merecia um pingo do esforço de outro ser. Lá, dentro dessa relação, eu me envolvi com o que me envolvo até hoje. Talvez não tenha sido tão ruim.
Mas, olhando para o céu, as estrelas nem pareciam mais parentes que tinham morrido. Não pude deixar de comparar com todos os meus pecados já cometidos durante toda a vida, grandes e brilhantes, não distantes o bastante para passarem despercebidos. Cravados na minha alma eternamente. Cicatrizes que nunca se apagam.
Sendo a coisa mais clichê do mundo, me perguntei o motivo de minha existência.
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me perguntei
Short StoryOlhando para as estrelas numa madrugada, o jovem se perguntou tantas coisas que nem podiam caber na sua mente. Problemas demais acumulados na cabeça de um homem, que nem se quer poderia tentar entendê-los antes que tudo se embolasse. Decisões nã...