quatro

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Tirei os braços de baixo da cabeça de fiquei de joelhos na grama logo me levantando de uma vez. Decisões não são difíceis se você sabe o que quer.

Enquanto caminhava lentamente na direção do lago, tentava relembrar tudo que havia se passado até ali. Veio como um flash na minha cabeça. A risada e o cabelo loiro, a bebida, o lençol, cigarro e por fim, hospital. Nem pude conter as lágrimas agora se misturando com tudo que vinha. Coisas demais ignoradas por tempo demais...

Sentei ali bem na frente daquele monte de água. Eu sabia que era fundo, estava ali na grande escavação sem a permissão do governo, o que foi grave, com a grande escassez do liquido. Pelo menos não nos pegaram, eles nunca nos pegam.

Coloquei a perna dentro da água, só até o joelho. Estava incrivelmente gelada que o meu corpo todo se arrepiou. Decisões não são difíceis se você sabe o que quer. Então, sem nem mesmo hesitar, pulei na água.

Todo o meu corpo parecia ter tido uma câimbra. Eu definitivamente não conseguia me mover, só então vi que não tinha mais volta. A vista estava ficando embaçada enquanto eu nem mesmo conseguia pensar direito.

Agora, deixava de contar os dólares, tendo tempo de sobra para contar as estrelas. Eu seria uma delas. Um parente que morreu. Um pecado enorme. Seria mais um pontinho brilhante lá em cima.

As imagens que não passavam de um borrão não existiam mais, era apenas uma grande escuridão, iluminada pelos mais pequenas luzes. E pela última vez, na morte, me perguntei o quão ruim eu era para no final, cometer suicídio.

me pergunteiOnde histórias criam vida. Descubra agora