Iara encarava os dedos grossos passearem sobre a pele de seu pulso, deixando um formigamento prazeroso por onde havia percorrido e permitindo-a se perder alguns segundos naquele movimento.
Mas ao perceber a mão grande começar a se fechar sobre seu braço, acordou instantaneamente, sobressaltando e dando um passo para trás, podendo assim manter um curto distanciamento do mais velho. Voltou seus olhos de águia para ele, vendo-o perdurar aquele sorriso prepotente, sem precisar mostrar a fileira de dentes.
— Podemos? — Pigarreou, sentindo o nervosismo alcançá-la
Só que, para a sua surpresa, o mesmo se inclinou e conseguiu segurá-la novamente pelo pulso. Um toque firme, grosseiro, fazendo-o raspar a pele áspera sobre a sua, que era tão macia e aveludada. Foi o suficiente para deixá-la arrepiada, fazendo-a encará-lo com os olhos semicerrados, impaciente com aquelas reações estúpidas que estava tendo.
— Se vamos conversar sobre meus sentimentos, mereço pelo menos a sua presença... —
Ele se permitiu fazer uma pausa para umedecer os lábios com a ponta da língua, deixando-a compenetrada por aquele movimento.
— Um pouco mais perto.
Ela entreabriu os lábios para protestar, mas o sentiu puxá-la levemente, contradizendo totalmente com aquele aperto possessivo que mantinha em seu braço.
— Não adianta protestar, Volkan. Tu tens sua regra. E eu tenho minha exceção.
Bufou, resignada, porque era tudo que lhe restava, decidindo puxar o seu braço daquele toque para poder cruzar os braços enquanto encostava sobre o tampo da escrivaninha de madeira. Apesar disso, ela abriu novamente a boca para dizer algo; no entanto, ele a cortou:
— Gosto quando me obedecem!
Murmurou sedutor, deixando com que seu tom de voz caísse propositalmente na malícia. Consequentemente fazendo-a sentir um desconforto entre suas pernas e precisando cruzá-las involuntariamente para que pudesse encontrar qualquer tipo de alívio.
Ato esse que não passou despercebido por Ricardo, que abriu mais ainda seu sorriso.
— Bom, o que desejas saber?
Iara pigarreou, aliviando o aperto de seus braços tensionados para que suas mãos alcançassem a borda da mesa. Segurando-a firmemente enquanto continuava a analisá-lo, totalmente despojado sobre a cadeira estofada de seu consultório.
— O que aconteceu de fato, para o Ricardo estar aqui.
— Doutora, isso já sabes. — Chiou, estalando os lábios em reprovação.
— Ricardo Quaresma, por que precisas ser acompanhado por um psicólogo? — Agravou a voz, vendo-o parar de falar instantaneamente e encará-la, enfezado.
Não era aquela pergunta que gostaria de responder no momento. No entanto, já era de imaginar que não iria escapar por muito tempo da curiosidade de Iara Volkan sobre o motivo de ter começado a frequentar, contra gosto, aquelas consultas.
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Lusitano • Ricardo Quaresma
FanficQual a importância e quanto vale um sigilo médico? Bom, o lema de Vegas também pode se aplicar nessa história: O que acontece em um consultório, fica em um consultório. Ou será se fica na cama? No carro? Nos corredores do Besiktas? A obra está mar...