O que eu Zayn e Liam poderiam fazer? Um passado batia a porta de ambos aos dois, com a história de seus avôs. Jamil e Charles não foram só jovens inconsequentes. Foram dois homens que se amaram de uma maneira tão intensa que nem sequer, palavras poderiam definir o amor deles.
Zayn se sentou na janela naquela manhã de domingo. Harry havia mandando uma mensagem, dizendo que iria visitar a casa, mas era cedo ainda. Jamil ainda dormia silenciosamente no quarto dele, Zayn abriu uma das cartas que ainda havia ali. Data de 1959, ano do casamento de Jamil com Najila.
"Eu nunca poderei olhar para Paris sem sentir meu coração doer. Essa carta nunca vai ser enviada, apenas será deixada em um canto escuro e vazio.
Como o meu coração.
O toque dos dedos de Charles ao tocar minha pele, o sorriso dele ao me ver deitado ao lado dele, ou das lágrimas que soltamos juntos, jamais pode ser esquecido.
Eu lembrarei dele até meu último suspiro. Meu amor jamais morrerá, meu coração jamais se perdoará.
Eu nunca mais me perdoarei".
Zayn olhou para a única foto que ele havia achado de Jamil Malik e de Charles Payne. Eles, sentados em uma mesa. Jamil tinha a gravata frouxa, o suspensório caído do ombros e segurava um cigarro entre os dedos. Charles estava bebendo algo, sorrindo. Olhava carinhosamente para ele, como se ele fosse a pessoa mais especial do mundo.
O amor que seu avô havia vivido era especial. O que ele queria tanto viver algum dia.
Zayn não contava, mas ele tinha suas cicatrizes. Gay e sozinho, expulso de casa e acolhido pelo avô. Encontrou o amor há alguns anos atrás, nos braços de um jovem de sua idade. Mas esse amor era amaldiçoado. O amor quebrou seu coração, o fez cair em prantos pela noite e lhe rendeu um trauma. Zayn nunca deveria se lembrar do rosto de Bryan, mas ele era presente na vida dele.
Por impulso, saiu do quarto e sua perna tremeu um pouco. Ainda não tinha se acostumado a ter pernas fortes desde do acontecimento. O médico o alertou que seria complicado ás vezes, Zayn ter estabilidade do joelho, ou ele teria dores de cabeça constantes. Mas nada era pior do que o trauma psicológico.
Ele andou pelo corredor e então, parou na porta do avô. Encostando a cabeça na porta, olhou para a foto na mão e para o velhinho.
- Eu te devolverei a felicidade, vô. Custe o que custar.
Não longe, Liam fechava a porta do espelho. Seu reflexo de um soldado ferido pela guerra, de um professor amargurado e de um neto preocupado. Charles se encontrava na sala, lendo o jornal enquanto tomava café.
Liam olhava para aquela caixa na sua cama, com as lembranças espalhadas. Não entendia porque seu avô foi privado de tanta felicidade. Nos diários, nas cartas e nas poesias, despejava tanto amor que Liam sentia que era palpável. Charles descrevia Jamil como seu Basheret.
Basheret na cultura judaica é a pessoa que foi destinada para você. O encontro perfeito de duas almas.
Charles Payne após o casamento com Edna, decidiu retornar para a universidade, se formando como economista. Trabalhou em escritórios, contadorias e teve três filhos. Um deles era Geoff Payne, o pai de Liam.
Mas Liam sempre se lembrou que seu avô não era romântico com a sua avó. Eles mal se falavam, mal se tocavam. Sua avó falava que Charles era um erro da natureza, que o peso de Deus cairia sobre ele e se um dia, viessem a envelhecer, ele seria o primeiro a morrer.
Mas acabou que Edna foi a primeira.
Liam não era ligado á avó. Raras vezes, a via na vida. Reclusa em casa, ela vivia para costurar, cuidar dos filhos e da igreja. Católica fervorosa, Edna excomungava os próprios netos ás vezes.
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Alabama Song (HISTÓRIA OFICIAL)
FanficNa década de 50, na idade do ouro no cinema, Elvis reinava na terra da música e o jazz ainda tocava nas ruas de Paris. Charles Payne tomava conhaque no Le Trous e Jamil Malik era um aspirante à escritor que amava a vida. O caminho dos dois foi selad...