O Direito de Amar - Série Apaixonados e Poderosos - Livro 5 (COMPLETO)

CAPÍTULO 15

EMBORA NÃO quisesse admitir, Eulalia estava ansiosa pelo seu casamento. Afinal, sempre sonhara com aquilo, mesmo que não fosse da maneira que estava sendo. Conforme Christophe, tudo teria de ser minimamente organizado, para que todos os seus familiares, amigos e amigas acreditassem na farsa. Eulalia sentia um enorme peso em sua consciência por estar mentindo para suas amigas, mas não tinha escolha. Sua filha era prioridade e com aquele contrato, não havia mais volta.

A semana passou e o dia da janta com todos chegou. Ela sentia seu estômago contrair-se de antecipação naquela manhã, quando acordou ansiosa. Ela tomou um banho relaxante e vestiu uma calça escura e uma camisa, uma vez que Christophe pediu que ela vestisse as roupas as quais ele a presenteou. Vestida, ela deixou o lindo quarto de hóspedes onde estava dormindo e seguiu pelo corredor. A casa encontrava-se limpa. Em razão de ela não ser mais a diarista de Christophe, ele teve contratar outra mulher para fazer a limpeza.

No entanto, ela ainda preferia fazer algumas tarefas, como arrumar sua cama, fazer seu café ou arrumar o quarto de Noelle. Eulalia foi à cozinha e preparou a mesa com pão baguete, manteiga, geleia de frutas, croissants, pão de chocolate, brioches e café. Quis ter muita variedade, já que não sabia o que Christophe gostava de comer. Quando colocou o bule de café, ela ouviu os passos pesados do sapato dele, pois já conhecia a maneira que ele andava.

Ele surgiu no ambiente com uma calça escura, uma camisa cinza e casaco preto e com yellow boots, que eram o motivo dos passos pesados. Seus olhos se encontraram e ela sabia que ele sentia a mesma expectativa que ele, sobre o jantar hoje à noite. O silêncio permaneceu e mesmo de longe, ela viu as pupilas dele dilatadas. Aquilo era o desejo refletido nos olhos dele, pensou ela.

Ela sentia o mesmo, mas seu medo era ir para a cama com ele mais uma vez e passar a amá-lo. Ela parou de olhar para ele e sentou à mesa.

- Vai querer tomar café? – Pediu ela.

Ela a encarou mais uma vez e estreitou os olhos para ela.

- Claro. A mesa ficou muito bonita e farta. Obrigado por arrumá-la.

- De nada. Há de tudo, espero que goste.

- Claro que vou gostar! – Ele sentou-se também. – Estou preocupado com o jantar de hoje à noite. Já sabe o que tem que fazer, não é?

- Sim, sei. – Ele pegou um pão e passou geleia. – Atuarei como está no contrato.

- O que foi? Você parece distante.

- Eu estou sentindo uma grande culpa. Como acha que me sinto sabendo que terei que mentir para minhas amigas?

Christophe passou a mão pelo rosto e a fitou.

- Eu sei disso. Como acha que me sinto também?

- Que grande mentira em que nos metemos!

- É necessária! Eles nem descobrirão, confie em mim! – Christophe tentou convencê-la.

Ainda assim, o peso nos ombros dela era imenso.

- Nós dois iremos para o inferno, por mentir para as pessoas que mais gostamos e confiamos.

- Pode ser. No entanto, sem isso, estamos muito encrencados também, Eulalia. Tudo ficará bem.

- Assim, espero.

Ela tentava se convencer de que estava fazendo o correto por sua filha, mas por outro lado, destruía a confiança que suas melhores amigas tinham nela. Amizades de mais de vinte anos, além da amizade de poucos anos com Sarah Welch e Nìcolla Gismondi. Se alguém descobrisse aquilo, eles se dariam tão mal e Eulalia tinha certeza de que isso viesse a acontecer, dificilmente todos voltariam a confiar neles. Teriam de ser cautelosos e teriam de atuar como verdadeiros profissionais de Hollywood.