Capítulo 31

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Bruno

Ver Manu chorando pra mim foi o fim, eu nunca me importei em fazer as pessoas chorar, nunca me importei se eu fui o motivo ou não, eu sempre liguei o foda-se pra todos mais ela é diferente. 

Bruno: Manu, fala comigo. Conversa comigo por favor –ela sentou no sofá e caí de joelhos na sua frente –.

Manu: sabe o que é pior Bruno? Eu, eu confiei em você como eu pude ser tão burra? 

Bruno: ninguém sabe do que rolou hoje mais cedo, eu não contei pra ninguém. 

Manu: e precisa contar? Sério mesmo? – ela riu sínica e engoli a seco – Eu não vou dizer nada para o Enzo, mas eu não quero mais ver a sua cara.
 
Bruno: me perdoa? – olhei em teus olhos que estavam longe, longe de mim –.

Manu: eu não consigo olhar pra sua cara Bruno, agora saí daqui – ela falou entre soluços e fechei meus olhos, senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, desciam queimando sem parar –.

Bruno: todos sempre vão embora, não faz isso. 

Manu: talvez você seja o problema Bruno e não essas pessoas. 

A porta abriu de repente e ouvi a voz de Enzo, sabia que iria dar merda. Me levantei quando ele me chamou e voou pra cima de mim, desviei e segurei em seu braço mas foi em vão ele me acertou do outro lado e não revidei eu estava errado e pela primeira vez eu aceitei isso. 

Manu: NÃO! Não quero brigas – ela levantou gritando do sofá – por favor – choramingou para Enzo que respirou fundo, fechou seus olhos e abriu me fuzilando –.

Enzo: saí fora daqui agora.

Bruno: eu vou, mas promete que você vai conversar comigo? Depois quando tudo isso acabar? 

Manu: escuta o Enzo, por favor Bruno. Vai embora – ela engoliu o choro e senti como se fosse uma facada no meu coração –.

Saí por aquela porta e ouvi vidros sendo quebrados, fechei meus olhos com força ao sentar atrás do volante e respirei fundo. Perdi a única mulher que eu amei na vida...
Não fui para a casa do meu tio e sim meu AP, haviam entregado a chave mas falta a mobília e muitas outras coisas e hoje eu iria mostrar pra Manu, queria a ajuda dela pra organizar tudo. Entrei e a cama box que eu havia quase quebrado a loja para entregarem estava lá montada grande e vazia. Com uma garrafa de wisk na mão me joguei nela e bebi, bebi como se não houvesse o amanhã, eu não costumava a fazer isso até antes da morte do meu pai, aliás, eu era só um moleque mais depois isso acabou aliviando todas as dores que eu sentia, e não importava qual. 

Desmaiei literalmente, quando abri meus olhos com o sol invadindo aquele quarto vazio senti minha cabeça girar, pesar e latejar, resmunguei de dor e levantei cambaleando, fui até a sacada e vi aquele céu azul fechei os olhos por alguns segundos e abri novamente, peguei meu celular e havia mensagens da Isa me xingando depois preocupada querendo saber aonde eu estava e de Leandro também.

Peguei a garrafa vazia, chave do carro e saí de lá entrei no carro e dirigi até a casa do meu tio precisava de um bom banho, olhei no relógio e marcava 15h00 da tarde, é realmente eu desmaiei queria também não lembrar do que havia acontecido mas foi em vão. Passei pela sala de estar e não tinha ninguém, quando cheguei no meu quarto e tranquei a porta agradeci por não ter encontrado qualquer pessoa ali. Tomei um banho demorado, um pouco gelado para curar a ressaca, sentia meus olhos queimarem cada vez que o rosto de Manu soluçando aparecia na minha frente. 

Acordei assustado com um barulho batendo na porta, olhei no relógio e eram 21h da noite. Bateram de novo e resmunguei mais alto ainda. 

Bruno: puta que pariu em.

Isa: nem depois do que houve você não muda né? Quer matar todos de preocupação? 

Bruno: todos quem Isabela? 

Isa: meu pai, Leandro – ela ficou pensativa – até Mari ficou preocupada contigo. 

Bruno: porra nenhuma aquela vaca queria ver o circo pegando fogo. 

Isa: não foi certo o que você fez Bruno, eu sou sua prima, eu te amo como se fosse o meu irmão, mais velho e mais chato, mas cara... – ela respirou fundo – você vacilou feio. Primeira vez, ninguém brinca com primeira vez não é diversão. 

Bruno: eu não sabia disso até conhecer Manu. 

Isa: e agora é tarde. 

Bruno: nunca é tarde Isa –encostei na porta e passei a mão entre os cabelos –.

Isa: ela está indo embora, vai para a casa dos pais.

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