3℅

14 2 0
                                    

— Eu nunca tive muita certeza de nada na minha vida, mas eu posso afirmar com todas as letras: Eu sinceramente nunca ouvi uma música sua, Shawn Mendes! — Afirmo e chuto uma pedrinha do caminho que fazemos, pelo parque central. Depois de sair da cafeteria e eu receber o número da garçonete - que se chama Sarah- em um papel, saímos para andar. Shawn riu muito da minha cara extremamente corada e eu dei um belo soco em seu ombro. Ele era muito idiota quando queria. E aqui esta...

— CUIDADO! — Puxo Shawn e o firmo no lugar. Ele quase escorregou e caiu no lago que tem no caminho. — Onde você aprendeu a ser tão equilibrado e racional? — Pergunto irônica e ele fingi rir, ao que eu gargalho. Ele faz uma cara emburrada e me empurra, para continuarmos andando.

— Eu só sou meio desligado tá? — Ele diz como uma criança chorona.

— Meio? — Provoco e ele revira os olhos para mim.

— Tá bom, muito! E obrigada por me puxar, eu teria caído e me molhado nesse dia frio. Não seria nada legal. — Ele diz e torce o nariz, observando um grupo de jovens rir alto do outro lado do parque.

—Não seja por isso! Na minha cidade eu sou conhecida como a capitã pirulito. — Eu digo com orgulho e estufo o peito. Shawn para e me olha confuso. Os raios de sol do fim da manhã pincelam seu rosto anguloso e o deixam mais bonito. Viro um pouco meu rosto e ele faz o mesmo.

— Por que? — Ele pergunta ligeiramente curioso e eu desvio o olhar, envergonhada.

— Eu fazia tudo por um pirulito...— Digo e coro. Espero, espero, espero e nada de Shawn mostrar um reação digna. Até que ele explode. Em uma gargalhada tão contagiante e elétrica, que eu o acompanho no mesmo ritmo. Pessoas passam por nós e nos olham confusos. Claramente pensando que somos loucos. Talvez sejamos.

— Pe... Pera! Vo-você se ven-dia por um pirulito? — Ele está ofegante e até limpa as lágrimas que escorreram. É, ele riu pra valer.

— Bom, não era exatamente um pirulito. Era O Pirulito! Se me dessem o de morango, eu subia até em árvores pra resgatar gatinhos. — Digo e passo por ele, retomando a caminhada. Ele me acompanha, ainda meio risonho pela afirmação.

— Então quer dizer que eu estou lindando com uma mercenária de primeira? — Ele diz e até me lança um olhar chocado, ao que eu dou um outro soco em seu braço.

— Bem, a menos que você não esteja com um pirulito aí, eu sou totalmente normal...— Digo e dou de ombros e ele ri ainda mais.

— Você é hilária. — Ele afirma e eu aceno, sorrindo. — Quando você falou que nunca ouviu uma música minha, você tava brincando né? — Ele pergunta confuso e eu o olho, e depois olho para frente, vendo árvores e um banquinho branco mais a frente.

— Não, nunca ouvi e nem estou brincando.— Digo rapidamente e me Adianto ao banco, me sentando e Shawn faz o mesmo.

— Você mora onde? Em Amsterdã ou de baixo de uma pedra? — Ele pergunta assutado e eu bato em minha testa, irritada.

— Vocês tiraram o dia para dizer isso não? Meu Deus, quantas vezes eu vou ter que repetir: não é porque você é famoso, que eu tenho que saber até a cor da tua cueca! — Digo exasperada e ele me olha com um misto de medo e confusão.

— Desculpa, eu não pensei que iria ficar irritada. É só que... Eu já fiz tantos shows lá e você não ouviu falar de nenhum? — Ele pergunta e eu encolho meus ombros.

— Ouvir, eu até ouvi. Mas não falaram o seu nome. A minha prima é apaixonada por você, e pra você ter uma ideia do quão bizarro isso é, ela colou seu rosto e o dela, em uma foto de casamento. Era bem assustador, mas eu não contrariava. Não sei porque não te reconheci... — Eu digo vagamente e ele chega bem perto do meu rosto.

— Pelo menos eu estava bonito na foto? — Ele pergunta sedutoramente e eu reviro os olhos.

— Estava. Muito até. Você vesgo é a coisa mais sexy e quente que alguém poderia ver. — Digo e empurro seu rosto.

— Nossa, pra alguém pequeno até que você é bem venenosa não? — Ele diz e eu levanto a sobrancelha em sua direção.

— Te dou três segundos para correr. — Digo calma, ao que ele arregala os olhos e se levanta quando vê que eu não estou brincando. — Um... Dois... —Shawn já está a uma distância considerável de onde estou, mas também, com aquelas pernas de flamingo. Até eu. — TRÊS! CORRA MESMO MENDES!!! — Grito e vou correndo atrás do flamingo corredor, que gargalha e corre mais.

E eu me perguntando quão louco esse dia foi...

                                  ...♪...

All Of The StarsOnde histórias criam vida. Descubra agora