CAPÍTULO VINTE E OITO

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Alice.

A tristeza estar tão grande.

Não consigo entender o porquê dele ser assim comigo. Posso ter feito muita coisa errada que não saiba, mas sempre fui uma ótima pessoa aqui em casa. Com ele, com minha mãe e meu irmão. Nunca trouxe problemas e nem se quer reclamo de nada, mas daí, quando preciso de apoio... ele não me ajuda. Isso é decepcionante. Ver meu pai me tratando dessa forma, é horrível.

Depois de toda aquela confusão, meu pai me mandou ir para o meu quarto. E eu como uma boa trouxa, subir e me deitei em minha cama chorando. Triste, decepcionada e destruída.

Eu deveria lutar mais, devia descer essas escadas e dizer que não vou me afastar de George, que ele poderia fazer o que quiser, mas eu não iria me afastar de nenhuma forma. Porra, eu ando com o George desde quando éramos pequenas. Crianças. E agora ele faz isso? Crescemos, não somos mais inocentes como éramos a anos atrás.

Ouvir o portão ser aberto e depois fechado, então George foi embora. Já sei que o meu pai vai querer vim falar coisa comigo aqui. Limpo os meus olhos no lençol da cama e me levanto para ir trancar a porta, mas quando coloco a mão na porta, ela é aberta de vez e bate em mim.

— Senta aí. – meu pai apontou para a cama e eu me sentei. – Meu papo contigo é rápido, nem quero olhar pra tua cara hoje, Serena. Não quero mermo, é só problema que aparece agora, né?

— Me diz qual o problema nisso. – falei.

— Qual o problema nisso ela pergunta. – negou com a cabeça e se encostou na parede com seus braços cruzados. – O problema é que não aceito isso, tá ligada agora ou não? O problema é esse, caralho. Tu é muito nova pra namorar. Agora isso, tá transando com o moleque. – me fuzilou com seu olhar. – Eu não quero mais saber disso, suave? Teu momento de ficar com ele, acabou. Nem era pra ter começado.

— Eu gosto do George! – falei firme. – O senhor fazer esse tipo de coisa não vai mudar nada, entendeu?

— Vai, vai mudar sim. Eu vou te afastar dele, sabe por quê? Porque sou teu pai e eu mando em tu, tu continua sendo a minha filha, Alice. Acha que já se governa? Nem que eu faça tu ir morar com teu avô, mais longe dele tu vai ficar, pode ter certeza disso.

— O que? Eu não acredito que estou ouvindo isso do meu pai. – me levantei. – Vai me tirar do morro porque eu gosto de um garoto? Isso é ridículo.

— Faz isso, Igor. – minha mãe diz aparecendo no quarto. – Faz!

— Eu faço mermo, ela é ainda minha filha, Luna!

— Pois se você fazer, eu vou junto e levo nossos filhos. – diz com sua mão em sua barriga.

— Não vem dando uma de maluca não, tu não sai daqui. Pode vim o BOPE, CIA, FBI, o caralho, mas daqui tu não sai. – meu pai me olhou. – Agora ela sai quando eu achar que deve, e já tem um lugar pra ela.

— Você tá se confiando demais, não é? Não me conhece mesmo. – negou. – Pois tente algo contra a Alice, tente. – minha mãe me olhou. – Alice, feche a porta do seu quarto. Igor, vem. – ela saiu indo para o lado do seu quarto.

— Se aproxima do George de novo pra ver o que acontece. – apontou para mim e logo saiu do quarto.

Me levantei rápido e tranquei a porta do quarto. Me sentei no chão em frente a porta colocando as mãos no rosto desabando em choro. Meu pai tá completamente louco, como isso pode acontecer?

Me deitei na cama e comecei a ouvir meus pais discutir alto.

— Eu não tô nem aí, Luna! – meu pai gritou. – Quem manda ainda nessa porra sou eu, eu ainda tô vivo nessa porra de mundo.

FILHOS DO MORRO (GDDM 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora