Nem todo erro é errado |

Capítulo 33

Manu

Subi correndo para pegar as minhas malas, meu vôo estava marcado para 03h30 da manhã e meu pai iria me buscar no aeroporto, queria sair dali o mais rápido possível. Desci com a mala de mão e Enzo buscou a de rodinha, sentei no banco que fica na bancada e repousei os braços na mesma.
 
Enzo: você está bem? 

Manu: vou ficar –  dei um sorriso triste e ele se aproximou –.

Enzo: descansa um pouco –olhou no relógio – da pra você cochilar umas 3 horas antes de sairmos. 

Manu: difícil ter sono – ri baixinho e ele me puxou para os seus braços –.

Enzo: você sempre será minha pequena, você e Analú, minhas meninas – sorri ao ouvir e abracei ele forte –.

Manu: te amo mano, muito. 

Enzo: eu também Manu –sussurrou baixinho –.

O telefone estava tocando disparadamente, abri meus olhos assustada e estava no sofá deitada enrolada em um lençol, olhei pro lado e Enzo estava lá dormindo também e seu celular não parava de tocar, levantei e peguei “ISA LIGANDO”. 

IDL

M: Oi Isa, sou eu.
I: Manu que bom, meu Deus... cadê seu irmão? 
M: dormindo – ri – o que foi? Você está bem? 
I: Manu, por favor chama ele, vem pro hospital Israelita rápido. 
M: Isa você está bem? O que houve? – Enzo acordou assustado e pegou o telefone da minha mão –.
E: Oi Isa, onde você esta? 
I: Enzo, eu sei que você não quer ver Bruno pintado de ouro mas ele sofreu um acidente. De moto. 
E: porra, que merda ele fez.
I: estou no Israelita, vem por favor. Meu pai, eu não sei aonde ele está e não me atende tô sozinha aqui com a Carol. Ela está desesperada se culpando. 
E: tô indo.

FDL

Manu: qual foi a merda que esse garoto fez? Entrou em coma alcoólico? 

Enzo: é sério Manu, ele sofreu um acidente de moto. 

Manu: tinha bebido? 

Paralisei por alguns segundos imaginando Bruno bêbado igual aquele dia na casa dele aonde quebrou tudo, ele só parou porque eu estava lá, porque eu cheguei e acalmei ele. 

Manu: a gente precisa ir pra lá agora – falei pegando minha bolsa –.

Enzo: você quer ir mesmo? Se não quiser, eu entendo e ele vai entender também. 

Manu: a Beth adia a minha passagem, muda horário sei lá, ligo pra ela no caminho.

Entrei no carro e Enzo foi dirigindo, estava apreensiva e com o estomago revirado. Chegamos até o hospital e praticamente pulei do carro e corri para a emergência ambulância parada, familiares esperando na recepção parei por um momento e observei todo ambiente até encontrar Isa e Carol. 

Isa: que bom que vocês chegaram – ela me abraçou e retribui –.

Eu tinha quase certeza de que Isa sabia da aposta mas não me disse nada, de certa forma aquilo me deixou chateada e perdida em relação as minhas próprias amizades mas ali... ali não era hora de pensar nisso. 

Manu: como ele esta? Eu... – dei uma pausa e olhei para Enzo – preciso ver ele – senti meus olhos ficando marejados mas engoli o choro –.

Isa: ele está no centro cirúrgico. Parece que foi uma fratura no braço, arranhões mas não sabemos a gravidade ainda. 

Manu: como isso foi acontecer Isa? Ele estava na minha casa não faz muito tempo. 

Isa: ele foi lá pra casa direto no bar querendo bebida, o ódio estampado em seu rosto me deixou assustada mas não podia deixar ele beber então ele saiu, pegou a moto e saiu. 

Carol: ele foi para o escritório, ele bebeu mais de uma garrafa de wisk e eu não consegui impedir ele, pedi pra ele não ir embora daquele jeito mas foi em vão – seu rosto vermelho não negava que havia chorado e muito –.

Enzo: ninguém tem que se culpar, todos nós sabemos como Bruno age por impulso sempre. 

Não falamos nada, nos sentamos e ficamos lá esperando por notícias. 2h depois de espera um médico saiu e caminhou onde nós estávamos. 
Dr: Familiares de Bruno Bottini 
Isa: Oi, sou prima dele –levantamos –.

Manu: como ele está? 

Dr: Bruno é um rapaz de sorte, o capacete impediu que ele tivesse algum ferimento grave na cabeça. Fizemos uma pequena cirurgia em seu braço ele esta sedado na UTI pode ser que acorde hoje ou só amanhã. 

Manu: mas ele esta fora de perigo né? 

Dr: sim, pode ficar tranquila. 

Respirei aliviada e ele saiu de lá, Enzo queria que eu fosse pra casa descansar mais não. Beth já havia cancelado o vôo de hoje e queria esperar ali, queria ter certeza de que ele estava bem antes de ir para BH. Enzo levou Isa para comer algo e tentar achar o pai dela que estava impossível,  deixando só eu e Carol juntas.