Capítulo 36

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Bruno

Confesso que fiquei em estado de choque comigo mesmo depois de confessar o que eu sinto pela Manu, nem pelo meu próprio pai. Essa mulher estava me deixando maluco mesmo, a primeira noite no hospital ela não se desgrudou de mim e confesso que gostei daquilo, gostei daquela sensação de estar perto dela e não sozinho, gostei ver ela me escolhendo ao invés de sair correndo para o colo de seus pais. No segundo dia evitei ao máximo ver Carol, não precisava daquilo agora e ela sabia e respeitou, meu tio apareceu no mesmo dia mais a noite, sim depois de quase dois dias de acidente ele só apareceu agora e as dúvidas que eu tinha em me mudar direto para o meu AP mesmo vazio sumiu naquele mesmo instante.

Daniel: você precisa criar responsabilidades Bruno, não é assim, a vida não é assim.

Bruno: quanta preocupação né tio? - sentei na cama com dificuldade e ri -.

Daniel: eu estou falando sério Bruno.

Isa: e você? Aonde você estava enquanto o Bruno estava aqui? Passando por cirurgias, internado, sedado... eu te liguei pai, eu morri de tanto te ligar.

Daniel: reunião no Rio, reunião de negócios Isabela.

Isa: sempre segundo plano pra você né? Escritório, escritório. Meu Deus - ela levantou irritada -.

Daniel: Isabela por favor, agora não.

Bruno: já terminou? Preciso descansar.

No último dia quando o médico me deu alta e Manu entrou pela aquela porta respirei aliviado, seu sorriso mudava o meu dia completamente. Não contei da visita do meu tio, nem do JP e as outras pessoas que ela sabia que eu não queria ali. Quando estávamos para sair Carol apareceu, Manu me olhou como se soubesse que eu iria explodir mas prometi que iria melhorar isso.

Carol: como você esta? - me olhava com pena -.

Bruno: não precisa ter pena de mim Carol - ri - estou ótimo, pronto pra outra.

Carol: não fala assim - vi ela engolir a seco -.

Bruno: eu tô bem tá, obrigada pela preocupação e por ter ficado aqui no hospital mesmo não entrando, só por ter ficado aqui.

Carol: só quero te ver bem, sei que você não queria me ver aqui e que só pela Manu você esta fazendo esse esforço - ela sorrio triste - mas eu me importo, me importo de verdade e eu só quero que você saiba disso.

Bruno: Está tudo bem Carol -dei um sorriso para amenizar a situação - Manu deve estar esperando a gente, damos uma carona pra você.

Saímos e dei de cara com Manu sentada em uma poltrona, seu olhar estava longe e suas mãos mexendo uma na outra sem parar ela estava nervosa, conheço bem o seu jeito.

Manu: Oi - ela sorrio quando viu a gente ali juntos -.

Bruno: esta tudo bem?

Manu: eu que te pergunto, já separou o meu vale babá para esses dias? - ela perguntou fazendo todos rir babá.

Bruno: claro, te mostro mais tarde.

Manu: Bruno Bottini - me repreendeu e Carol riu -.

Bruno: vamos dar uma carona pra Carol - olhei pra ela e desviei o olhar para Manu que sorrio agradecida -.

Ela levantou e caminhou de encontro aonde eu estava, entrelaçou uma mão na minha e saímos do hospital juntos, estava aliviado em ir pra casa não aguentava mais aquele cheiro de hospital, Manu me ajudou a entrar no carro e acelerou seguiu o caminho que Carol havia indicado e paramos em frente a uma apartamento simples.

Bruno: é aqui que você mora?

Carol: sim - ela sorrio -simples, mas como moro sozinha é o suficiente - riu baixinho e senti um gosto amargo na boca -.

Bruno: não, não foi isso que eu quis dizer é...

Manu: obrigada pela preocupação Carol, segunda já estarei na empresa - ela sorrio e encarei seus lábios por um momento -.

Carol: qualquer coisa me liga -ela desviou o olhar pra mim - fica bem Bruno.

Apenas balancei a cabeça afirmando que sim e ela sorrio, Manu esperou até que ela entrasse e saímos de lá. Ela não perguntou nem questionou nada e eu amava ela por isso por deixar as coisas quieta quando deve deixar. Chegamos até o meu AP e muita gente já estavam morando lá, entramos e o segurança ajudou com as malas até o meu andar era muito grande, confesso que quando comprei já imaginei as resenhas que eu iria dar aqui, mas agora com Manu eu consigo pensar apenas em nós dois transando em todos os cantos do AP.

Manu: está pensando no que? - falou depois de fechar a porta e eu ri -.

Bruno: não queira nem saber linda - levei minha mão em seu rosto e acariciei -.

Manu: tenho até medo - ela riu baixinho e puxei ela pra perto de mim -.

Bruno: fica comigo essa noite?

Manu: você não prefere ir pra casa com a Isa?

Bruno: meu tio é um babaca, ele ligou o foda-se pra mim enquanto eu estava naquele hospital Manu - falei irritado -.

Manu: tá calma - ela repousou a mão encima da minha - eu fico aqui, e amanhã vamos ir comprar alguns móveis e deixar sua casa com cara de casa - rimos -.

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