— Bom, eu estou com fome. Só subi no seu quarto porque lá embaixo estava entediante. Ouvir aqueles dois é extremamente chato. —resmungou Mayã.
— Entendo. —murmurei —Pensei que havia lido que você estava morando com sua mãe em outro pais.
— Eu estou ou melhor dizendo, estava. Tive que vir ao Brasil e, meu pai querendo dar uma de bom homem me "acolheu". —respondeu.
— Agora eu saquei. Como se sente? —perguntei, mas percebi a cara de desentendida do Mayã. —Vocês tiveram uma treta e tal. Queria saber como você se sente vivendo ao lado dele.
— Ah, sim. Normal, ele fica na dele e eu na minha. Sem pé de guerra ou coisa do tipo. —sorriu. Mayã não parecia ser um garoto problema, parecia um garoto normal, com um pai fudido, igual a mim.
Era sempre bom ter com quem dividir esse fardo de ser filho de político e ter que sempre mostrar uma imagem certinha e comportada. Ainda mais meu pai, um homem que gosta de tudo perfeito; notas nove para ele, era motivo de desgosto. Tudo tinha que ser impecável, às vezes quando criança, ficava com medo de levar a prova para ele e acabar de castigo ou apanhando. Porém, isso me tornou o que eu sou hoje, certo? E, hoje eu sou um bom garoto. Na minha perspectiva.
— Vou descer. Até. —Mayã se retira do quarto, me deixando sozinho. Bom, quero pedir para minha mãe deixar eu dormir fora. Eu sou de maior e ainda peço permissão dos pais para sair. Parabéns Renan!
Sento na cadeira que fica perto do Notebook, pego meu celular e mando uma mensagem de texto para minha mãe ver. Quero pedir ainda hoje, só para sair daqui e ir lá. Estou começando a me cansar se ficar mentindo para eles desse jeito, principalmente para o meu pai. Quero gritar para ele que eu, seu filho do meio é homossexual e que está em um relacionamento com o filho do Ciro Gomes. Ah, como eu estava me esquecendo. Ainda tem a Talita. Eu odeio ter que fazer isso por telefone, mas quem sabe se eu irei viver depois do que eu estou planejando fazer. Disco o número dela, espero até que ela atenda.
— Alô, Renan! Que surpresa meu amor. Houve algo?
— Não só quis ligar para dizer algo.. —seu estômago está embrulhando. Nunca havia se imaginado terminando por telefone. Era babaca de sua parte? Claro, havia traído Talita e ainda iria terminar por telefone.
— Não gostei do seu tom, Renan! O que está rolando?
— Talita...como posso dizer...—murmurei. —Você é uma garota maravilhosa. Linda. Tem um belo físico e tal, mas não tá dando mais. Eu tô gostando de outra pessoa...não quero te trair -apesar de já ter-. Então acho melhor terminarmos. Não queria que fosse por telefo—
— Você está terminando comigo, por que gosta de outra garota?
— Na verdade, eu estou gostando de um homem...
— Que merda, puta que me pariu. Sério? Isso só pode ser uma piadinha sua. Você nunca iria me trocar por um cara.
— Pois é, parece que o mundo não é mais o mesmo. Eu não estou brincando, eu estou gostando de um cara e quero ter algo mais sério...Talita?
Não ouvi mais nada. Talita havia desligado, mas também não é para menos. Acabei de terminar com ela por telefone. Olho para o visor do celular, minha mãe havia respondido. Ela estava subindo.
___________________________________
— Quero que a senhora seja a primeira a saber. Eu terminei com a Talita. —falei sem muito rodeio. Não tinha segredo algum em falar aquilo.
— Que bom. Agora me conta, quem é o boyzinho que deixou meu filho sair do armário? —ela sorriu. —Bom, eu tenho meus palpites, mas me diga.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O filho do inimigo do meu pai_
Fanfiction"-Oh senhor Jesus! Eu não posso estar gostando desse homem!-" Acompanhe essa pequena aventura do filho do grande deputado Bolsonaro. Uma linda e trágica história de amor. (espero não ser processada pelo filhote do Bolsonaro KKKKK é isso aí, aprovei...