Testemunha

42 2 0
                                    

 "Coisas boas são narradas depressa e não há muito que ouvir sobre elas, enquanto as desconfortáveis podem dar uma boa história." – O Hobbit



- Eu devia ter aceitado seguir os passos de meu pai e me tornado Diretor de sua empresa. – diz Kang Junghyun, um homem com seus trinta e poucos anos, baixo e com algumas sardas que herdara de sua meia origem Australiana e que o deixava com a aparência mais jovem. Seu cabelo castanho escondido por um boné. – Agora estaria em casa, desfrutando da companhia de uma bela esposa e nossos três filhos. E não em um carro pequeno e frio com um garoto indo para um caso de assassinato em plena madrugada. – continua com um suspiro.

Cha Doyeong, um rapaz alto e com cabelos negros que caiam em pequenas ondas sobre os olhos, sorri e olhando para o parceiro ao volante, exclama em deboche.

- Hyung, sua solteirice não tem nada a ver com sua profissão. Tem a ver com sua personalidade.

Junghyun lhe lança um olhar reprovador, mas é totalmente ignorado por Doyeong que estava mais preocupado com um sanduíche da Subway que estava em suas mãos do que com o amigo.

- Sabe que nós vamos para uma cena de crime não é?

- Óbvio. – responde Doyeong ainda distraído com o sanduíche.

- Não sabemos o que vamos encontrar... Tem certeza que quer colocar algo no estômago?

Doyeong assente e dá sua primeira mordida.

- Não como nada o dia todo e além disso, não sou afetado tão facilmente.

- Sorte a sua. – resmunga Junghyun, policial a 5 anos mas que ainda era sensível a algumas situações.

O inverno havia começado há duas semanas, mas aquele era o primeiro dia de neve, por isso a noite estava absurdamente fria. Era uma noite onde a maioria das pessoas prefeririam ficar em casa, bebendo algumas doses de Soju e comendo kimchi ou Lula dessecada. Seria então uma noite perfeita para se cometer um crime, pois haveria menos pessoas nas ruas, e assim, menos chances de haver uma testemunha.

Alguns minutos depois, os dois policiais chegam no local do crime, um beco pouco iluminado e sem saída que já estava interditado pela Perícia. Chegam na mesmo hora que seu Chefe do Departamento de Homicídios, Choi Jinryul, que julgando pelo casaco abotoado errado, tinha sido arrancado da cama.

- Então, qual é o caso? – pergunta Jinryul enquanto caminha em direção ao local do crime.

- De acordo com o relatório, - começa Junghyun – a vítima é uma mulher com cerca de trinta anos. Ainda não foi identificada pois não havia nenhum documento consigo. – eles se abaixam e passam pela fita de restrição – Ainda precisa passar pelo legista, mas é provável que a causa da morte seja asfixia. – então eles chegam até o local onde se encontrava a vítima.

Era apenas uma garota, no início de sua madureza. Vestia um vestido curto de lantejoulas vermelho que contrastava com a pele branca e lisa, e um sobretudo peludo cor de pêssego. Em seu pescoço havia um risco vermelho com nuances arroxeadas, um sinal claro de estrangulamento. Seus olhos estava ejetados, arregalados e igualmente vermelhos, olhando o nada. Mas o que mais chamava a atenção era uma marca talhada por algum objeto pontiagudo, bem no meio da sua testa. E no momento que Jinryul a viu ele soube. Aquele não era um simples caso de assassinato e nem era algo inédito. Pois ele já havia visto aquela marca. Não uma vez, mas algumas vezes. Ele atacara novamente.

- Apocalipse 17:5? – diz Junghyun ao ler o que os escritos talhados na testa da vítima – Não me diga que é ele?

Jinryul assente.

Secret Sins - Bang Yongguk FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora