Manu
Após 2 meses... Bruno já estava recuperado do braço, acompanhei ele em algumas fisioterapia, sim, ele era pior que criança de tão birrento. Faltava pouco para esse semestre acabar e estava ansiosa pois iria viajar para passar o natal com os meus pais, não, eu ainda não contei do Bruno e nem teve um pedido de namoro oficial a gente só sabia que era um do outro, eu não precisava provar nada pra ninguém. Bruno mudou muito, confesso que até estranhei de inicio mas depois vi que realmente ele estava mudado. Sua relação com a Carol ainda era estranha, ela estava faltando muito no serviço e inventava desculpas, mais Bruno era tão desligado que não fazia questão de ir atrás saber o que estava acontecendo.
Manu: por favor me escuta –virei pra ele, o mesmo estava sentado na beirada da cama segurando em minha cintura – você precisa ir hoje falar com a Carol, você sabe aonde ela mora Bruno.
Bruno: tá bom linda, eu vou –falou para me ver quieta, eu conheço teu jeito –.
Manu: se eu descobrir que você não foi... – ele interrompeu –.
Bruno: você faz o que quiser comigo – me puxou pelo braço fazendo com que eu caísse encima do seu peito, apoiei meus braços na cama e olhei em teus olhos, Bruno me olhava com desejo e aquilo me deixava bem excitada, meu vestido subiu quando ele me puxou para perto e senti meu rosto corar – você é tão linda –segurou em meu rosto –.
Manu: eu te amo – falei devagar e olhando em teus olhos, Bruno observou cada letra que saiu da minha boca, logo em seguida me beijou com vontade –.
Cheguei na empresa encima da hora, ele sabia me fazer perder a hora como ninguém. Meu estágio estava cada vez mais avançado ali, todos já sabiam quem era os meus pais e principalmente a minha mãe e senti uma diferença mas odiava aquilo, queria ser reconhecida pelo meu esforço e não pela minha mãe. Trabalhei o dia todo, não vi Bruno e nem Carol, não fiz horário de almoço pois estava trabalhando em um caso com Junior, já havia passado a semana de prova e agora era só a entrega das notas.
Junior: pausa pro lanche –falou entrando na sala com uma sacola do MC, refrigerante e tortinha –.
Manu: meu Deus Junior, salvou a minha vida – falei sorrindo e ele riu –.
Junior: os seus olhos até brilharam agora – falou me entregando um big mac –.
Manu: estou faminta, final do ano mais corrido que esse nunca teve.
Junior: e o Bruno? Que milagre não está aqui ainda – ele riu e estranhei a pergunta –.
Manu: tirou um dia para descansar – sorri ao pensar que ele estava com a Carol –.
Junior: e qual é a relação de vocês dois? – mordeu seu lanche mas não tirou os olhos de mim –.
Manu: curioso, não? – rimos –.
Junior: ele te olha diferente, um pouco possessivo demais –riu – mas te olha com amor. Mas vocês não usam aliança e ele não te chama de minha namorada.
Manu: não precisamos de status entende? Só eu sei o que passa dentro daquele homem –olhei para fora do prédio lembrando de cada toque dele –.
Junior: falando nele.
Bruno: Manu – entrou na sala e bateu a porta –.
Senti um frio na espinha ao ouvir Bruno chamar o meu nome, virei pra ele e o mesmo encarou Junior com raiva, do jeito que eu estava eu fiquei.
Manu: sim?
Bruno: vem aqui – ele falou baixo mas com raiva –.
Manu: você percebeu que eu estou ocupada?
Bruno: comendo? – ele deu uma risada sínica e me irritei mais ainda –.
Manu: sim Bruno, estou aqui até agora sem ter ido pra faculdade só porque queria ficar sentada comendo um lanche – revirei meus olhos e Junior quase riu na cara dele –.
Bruno: por favor Manuela.
Seus olhos estavam brilhando, ele queria chorar e surtar eu sabia que queria, e sabia que o motivo da tristeza não era comigo e sim da raiva e o ciúmes em ter me visto até aquela hora ali com Junior. Deixei minhas coisas lá e levantei seguindo ele até sua sala, entrei e fechei a porta atrás de mim.
Manu: você não pode agir assim comigo, eu já te pedi isso. Qual é o seu problema Bruno? – cruzei meus braços –.
Bruno: Carol tem câncer.
Manu: o que? – deixei meus braços caírem em minha perna, Bruno estava parado olhando para o lado de fora da janela seu olhar estava distante e triste – Aonde? Câncer aonde? – me aproximei e ele virou pra mim –.
Bruno: nos seios, ela esta com uma porra de câncer e eu sendo um grosso esse tempo todo – ele socou a parede e fechei meus olhos ao ouvir o barulho, abri devagar e seus dedos estavam cortados –.
Manu: calma, por favor – falei baixinho e segurei sua mão – vou cuidar disso – falei enquanto ele me olhava –.
Bruno: não é justo, essa porra dessa vida Manu.
Manu: ela começou o tratamento? Quando descobriu?
Bruno: eu não sei, saí de lá correndo quando ela me contou. Senti raiva, senti um ódio de mim Manu – ele começou a andar de um lado para o outro –.
Manu: você deixou ela sozinha?
Bruno: ela estava no hospital, havia passado mal. Porra, eu vi ela no pior estado. Não sei lidar – ele me olhou com desespero –.
Manu: eu vou te deixar em casa e vou até ela.
Bruno: não, não vai.
Manu: eu vou sim, ela é sozinha Bruno. Ela precisa de alguém com ela.
Bruno: eu também preciso.
Manu: você tem a mim, eu estou contigo – levei minha mão em teu rosto –.
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Nem todo erro é errado |
Teen FictionEscritora: Ju Rabetão • Respoansável pela história: Letícia +16 | Manuela, mais conhecida como Manu. Filha da Mia e Henrique, atualmente com 20 anos mudou para São Paulo para terminar sua faculdade de direito e começar uma nova vida longe das asas...