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Verão, 2003

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Verão, 2003

Eu tinha sete anos quando conheci meu amor de verão. Ainda me lembro de tudo como se fosse ontem. Meu pai me levou para o campo aquele ano, ele queria que eu e ele conhecêssemos tudo juntos antes que partisse. Então fomos. E lá estava eu, magro, calado e desajeitado no banco, onde balançava as pernas por elas não tocarem o chão, quando ele veio falar comigo.

— Você é pequeno — Disse, em sua arrogância inocente.

— E você é chato — Eu disse, bravo. Sempre odiei ser chamado de pequeno, baixinho ou fraco. Embora fosse. Quando pensei que uma briga infantil começaria, o menino riu. Ele pôs a mão na boca e riu, os ombros balançando levemente. Fechei a cara. — Por que você tá rindo, bobo?

— Por que você é engraçado — O menino desconhecido estendeu os dedos tortinhos em minha direção. — Sou Jin — Olhei a mão do menino e para seu rosto. Não havia maldade alguma. Estendi minha mão, mas ele tirou a dele e passou no cabelo, rindo.

— Bobo! — Gritei e saí correndo dali, enquanto o menino ria alto. — Eu te odeio e você tem uma risada feia! — Gritei enquanto corria chorando para o trailer onde eu e meu pai ficávamos.

E foi dessa forma que conheci Kim Seokjin.

Verão, 2004

No ano seguinte bati o pé no chão sobre ir para o campo novamente.

— Não! Aquele menino besta vai ficar caçoando de mim, pai — Fiz um bico, tentando chorar. A verdade é que não me importava em voltar, mas eu era acostumado a fazer drama.

— Yoongi, o ignore. Você não lembra como amou os cavalos? Os barcos? Foram férias boas, não foram? — Assenti, contrariado.

Quando chegamos, ficamos no mesmo lugar do ano passado. Meu pai ficou fazendo o almoço enquanto fui obrigado a ir para fora. Sentei no mesmo banco, a ponta dos meus pés agora tocava o chão se eu esticasse as pernas. Estava justamente fazendo isso quando Jin apareceu, o mesmo sorriso no rosto.

— Você não consegue, suas pernas são muito curtas — Ele disse, esperando minha reação. O ignorei, como meu pai disse. — Muito mesmo, olha isso. Se eu quisesse colocaria as pernas no chão — Ele continuou e eu fechei os olhos, tentando não revidar. — Os. Dois. Pés.

— Minhas pernas podem ser curtas mas sua língua é gigante, igual a um tamanduá — Ri da minha própria piada e ele juntou as sobrancelhas. — Tamanduá dos dedos tortos. Você é estranho, Jin. — O menino abaixou a cabeça e olhou a própria mão. Seus olhos encheram d'água.

— Eu sei — Ele disse antes de forçar um sorriso e sair. Assim que se virou, vi seus ombros balançarem como quando ria. A diferença é que agora ele chorava. Aquilo me afetou mais do que imaginei. Eu não queria ser malvado, só queria devolver o que ele me falava.

Tamanduá - YoonJin || OneShotOnde histórias criam vida. Descubra agora