— O que é esse lugar? — Perguntei.
Ele apenas ergueu uma sobrancelha, mas dava para perceber pelos seus olhos que ele mal podia conter sua animação. Atravessei a porta.
— Incrível, não? — Ele falou, enfim, depois de me seguir para dentro.
Era tipo um ginásio mesmo, mas aparentemente era equipado apenas para arco e flecha. Era a coisa mais profissional que eu jamais achei que pudesse existir. Havia vários cavaletes com alvos encostados em uma parede, marcações no chão que indicavam a distância e uma marcação que indicava a linha de tiro. Tudo sob uma iluminação tão clara e perfeita que daria para encontrar um alfinete no chão com facilidade. E o mais incrível era a parede atrás de mim, onde tinha uma estante com uma infinidade de arcos e flechas e outras coisas.
— Posso? — Perguntei, hesitante, apontando a estante. Eu não precisava ver meu rosto para saber que estava com os olhos brilhando como uma criança em uma loja de brinquedos e era divertido ver como ele parecia se sentir da mesma forma, ainda que não estivesse rindo de orelha a orelha, como eu.
— À vontade.
Não pude evitar dar uma corridinha totalmente sem classe até e estante. Eu não era nenhuma especialista, mas dava para notar que tinha tipos diferentes de arco. Peguei um que parecia bem "tecnológico". Quero dizer, era um arco e tal, mas parecia ser futurista ou algo assim. Como se estivesse estampada na minha cara a dúvida, o Christopher respondeu, enquanto se aproximava de maneira muito mais educada que eu:
— É um arco recurvo olímpico. Eu costumava usar em competições esse que está nas suas mãos. É igual aos outros, porém com mais... acessórios — ele explicou. — Estes — ele apontou alguns parecidos com o que eu segurava — também são mais comuns em competições.
— Foi você que mandou fazer esse lugar?
— Ah, não. Quando nasci, já existia há tempos. Como eu disse, meu pai e meu avô já treinavam tiro.
Confesso que estava basicamente xeretando tudo. Não era todo dia que eu encontrava algo realmente capaz de despertar minha curiosidade, embora eu gostasse de conhecer coisas novas. O Christopher havia se encostado na estante e cruzado os braços, me observando a cada nova exclamação de empolgação.
— O que é isso? — Perguntei, enfim, tirando de uma caixa uma espécie de disco de plástico colorido.
— Um disco— ele respondeu, como se fosse óbvio.
Sim, eu imaginei que fosse um disco, mas não fazia o menor sentido encontrar um ali. A não ser que, por algum motivo, a família real estivesse guardando seus acessórios de praia ali. E nesse caso, eu não entendia a necessidade de tantos frisbees, já que eles tinham uma caixa cheia deles.
— Certo. Eu posso ver que é um disco. — Lancei a ele um olhar enviesado. — Mas qual a finalidade, Chris?
Dessa vez, ele não reagiu ao ouvir o apelido, apenas deu de ombros tranquilamente e disse:
— Serve para treinar tiro instintivo.
Franzi as sobrancelhas, com um olhar interrogativo.
— Tipo assim, o objetivo é acertar esses discos no ar? — Perguntei, cética.
— Exatamente.
Minha expressão se tornou ainda mais cética. Ele devia estar brincando. Alguém ali conseguia bancar o Arrow de verdade? Tipo aquelas cenas em que o Oliver Queen vai acertando as bolas de tênis com as flechas?
— Você consegue? Acertar o disco no ar, eu quero dizer?
Ele titubeou.
— Minha especialidade não é tiro instintivo. Mas às vezes, eu tento.
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Real
Dla nastolatkówSarah achava que já tinha problemas demais para lidar entre a escola, as cobranças da família, o seu namorado secreto e o fato de ser uma princesa em um país prestes a entrar em guerra com seu vizinho. Mas percebe que as coisas podem ficar ainda mai...