Capítulo 12

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PRÓXIMO A RIBEIRÃO PRETO





- Sandra!

- Oi dona Stefanie! Como tem passado?

- Bem... Mas o que houve para você vir assim, tão repentinamente para cá?

- Pedro me ligou mais cedo. Sabe de alguma coisa?

- Não... Só os vejo na feira, sabe, vendendo os famosos doces.

- Eles continuam fazendo os doces?

- E melhores a cada semana.

- A senhora pode me levar até lá?

- Pra isso que estou aqui... Vamos?

Já era umas quatro da tarde quando chegamos em frente a casa dos meus pais. O lugar onde passei minha infância e parte da minha adolescência. Respirei fundo antes de descer do carro e recebi um olhar encorajador de dona Stefanie. Quase seis anos sem pisar os pés aqui e quando saí, não pude nem ao menos dar um abraço em minha mãe.

Olhei pelo vidro do carro, estava tudo do mesmo jeito que eu me lembrava. A rede na área, as gaiolas que meu pai mantinha alguns pássaros, que como ele dizia, era de estimação. As árvores... Tudo igual... Sem falar no cheirinho bom do campo.

Achei que pelo som do carro, alguém viria nos receber. Mas apareceu uma garota pela porta da frente e logo entrou. Desci do carro ano mesmo tempo que Pedro saiu e surpreso correu ao meu encontro.- Sandra! Porque não avisou que viria ainda hoje?

- Decidi de ultima hora... Dona Jeniffer e dona Stefanie me ajudaram.

- Você disse que só viria amanhã... Eu teria ido te buscar.

- Fiquei preocupada com o que você não quis me dizer pelo telefone.

- Era essa a intenção.

- O que está acontecendo Pedro?

- Vamos entrar - ele nos convidou – Lá dentro eu conto tudo.

- Mas e ele?

- Ele mudou. Pode até não falar nada... Mas acredite, ele sente sua falta, tanto quanto todos nessa casa.

- Visitas? Quem é Pedro?

- Pai, é a dona Stefanie, e ela trouxe a Sandra. – ele praticamente gritou eufórico e alegre - A Sandra pai!

Era ele... Meu pai... Em pé na varanda da casa olhando-nos. Estava do mesmo jeito que o vi pela ultima vez, porém mais abatido. Caminhei até ele e lhe dei a benção, como fui ensinada desde criança. Seus olhos marejaram e ao invés de pegar minha mão, ele abriu os braços e num convite mudo me abraçou. Num pranto silencioso soltou as primeiras palavras.

- Me perdoa filha, me perdoa...

Eu já não conseguia me conter. As lágrimas eram nítidas e desciam pelo meu rosto inundando minha face. Apesar de todo sofrimento, eu o entendia. Ele sempre fez de tudo para nos dar uma boa educação e como retribuição o que eu fiz? Eu envergonhei o nome da família. Praticamente o joguei na lama.

- Eu que peço perdão, meu pai!

Não havia palavras para descrever o que eu sentia no momento. Pedro e dona Stefanie também se emocionaram.

- E minha mãe, onde ela está?

- Ela está... Deitada... Descansando.

- Deitada? Há essa hora? – minha mãe nunca foi de se recolher para descansar à tarde.

- Foi por isso que te liguei...

Com essa explicação incompleta do meu irmão, entramos e tanto ele como meu pai nos explicaram o que estava acontecendo.

Fic Foi o seu sorriso! - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora