Cecília

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ESSA É A MINHA PRIMEIRA FIC/ONE SHOT. EU SEMPRE LI MUITO, E ESSES DIAS TIVE A IDEIA DE ESCREVER SOBRE MEUS AMORES, ENTÃO POR FAVOR COMENTEM, CRITIQUEM, CRITICAS POSITIVAS E CRITICAS CONSTRUTIVAS NEGATIVAS SAO MUITO BEM VINDAS, ME CHAMEM NO TWITTER PARA TROCARMOS UM IDEIA (@TAURINATY)
IREI REVISAR ERROS DE PORTUGUÊS MAIS TARDE. BJS, BOA LEITURA

  Hoje era mais uma daquelas noites em que eu só queria ficar em casa maratonando Friends e me enchendo de porcaria a noite toda, mas como nem tudo são flores, a Vitória me ligou me intimando para uma festa, exatamente isso que vocês entenderam, não foi um chamado, ela simplesmente disse que havia comprado nossos ingressos, o Bruno iria junto, era a melhor balada do Rio de Janeiro e que se eu não aceitasse, ela tomaria medidas drásticas e simplesmente desligou na minha cara, nem dando tempo para a minha pessoas avisar que já tinha planos para aquela noite. 

  Simplesmente não liguei para o que ela falou, fui tomar um banho, tinha acabado de chegar de um plantão no hospital, hoje tinha sido bem corrido, tivemos 2 emergências com pessoas envolvidas em um acidente de carro, fiz uma cirurgia de risco, quase 8 horas na sala cirúrgica mas deu tudo certo, e por mais que isso tudo fosse cansativo era a minha paixão, então valia todos os minutos para salvar a vida de alguém. Quando terminei o banho fui almoçar, fiz o almoço mais rápido e o mais fácil que tinha a possibilidade naquele momento, arroz e filé de frango, e enquanto comia fiquei pensando na reviravolta que havia acontecido na minha vida, tinha terminado 2 relacionamentos em menos de 1 ano, Júlia era uma pessoa incrível, sabe aquilo de que os opostos se atraem? Era exatamente isso, éramos diferentes em praticamente tudo mas vivíamos aprendo uma com a outra e o Mike parecia a pessoa certa, éramos parecidos em absolutamente tudo, ele era enfermeiro no hospital que eu fazia residência, me ajudou muito a crescer naquele hospital, me ensinando várias coisas, mas havia algo que não deixava eu me envolver com ninguém, era algo que eu tentava negar a todo custo, preferia fingir demência sobre a sua existência, mas aquele aperto no peito toda vez que eu pensava nela, naquele sorriso me deixava atônita, e eu sabia exatamente o porquê. Terminei meu almoço, fui descansar um pouco antes de ir para o quarto, daria tempo de dormir a tarde toda e ainda madrugar maratonando séries, já que aquele final de semana eu não precisaria ir ao hospital.

  Acordei com um "Ninha" sendo repetido várias vezes no meu subconsciente, mas quando abri os olhos, percebi que era a Vi que estava me chamando, sentada ao meu lado na cama
- Te liguei várias vezes e cheguei a conclusão que tu tinha colocado no silencioso, como tu sempre faz quando dorme a tarde - Vi sorri, revirando os olhos - então, decidi vir aqui, usar a minha chave e te acordar pessoalmente.
Olhei meu celular e vi que eram 21 hrs, consequentemente 5 chamadas perdidas dela, nesse momento percebi que ela estava muito arrumada para alguém que somente veio acordar a amiga
- Miga, se tu veio me chamar para a festa, pode desistir - disse escondendo meu rosto nos travesseiros - eu não estou no clima para sair e além do mais, não gosto dessas baladas com um bando de gente rica e vazia.
Quando saia com Cecília, e tínhamos que ir para alguma festa com as amigas dela, era exatamente nessas baladas que íamos, sabia que ela não gostava muito daqueles lugares, mas por vir de uma família rica, era esse o círculo de amizade dela, e eram esses amigos que os pais dela permitiam ela andar, havia uma ou duas meninas que eu gostava, mas as outras eram bem fúteis e faziam questão de me excluir a todo momento das conversas e gostariam muito de me excluir da vida dela, e conseguiram. Por mais que eu estivesse cursando medicina, quando as amigas dela descobriram que eu tinha entrado por bolsa integral e que a minha família não tinha muita condição financeira, parece que tudo só piorou.
- Mas Ninha, vai eu e Bruno, os amores da tua vida, as melhores companhias que tu poderia querer ter - ela me dá um sorriso encorajador - e tu está precisando sair, só fica nessa rotina de hospital e casa, vamo porfavorzinho? Se tu for, desmarco minha janta com o Bruno e venho para cá, fazemos nossa janta e maratona de Netflix. Assisto até mesmo Friends contigo - faz uma carinha de cachorro sem dono - vamo por mim, o amor da tua vida?
- Promessa é dívida ein senhorita, amanhã nem vamos fazer janta, vamos pedir pizza e encher o bucho - damos risada juntas, me levantando para me arrumar - EU NÃO TENHO ROUPA VITÓRIA! NÃO AGUENTO MAIS ESSA VIDA - Vitória gargalhava, ela achava que era drama, mas eu realmente não tinha roupa
- Linda, olha o tamanho desse closet, o que mais tem é roupa - ela levanta entrando no closet - Coloca esse vestido vermelho e esse salto, só fazer a maquiagem agora e estará perfeita, tanto quanto eu - ela diz olhando para baixo, dando risada. Ela realmente estava perfeita no melhor estilo Vitória Falcão, um macacão preto com um decote na frente e usava saltos também preto e uma maquiagem bem fraquinha. Minha melhor amiga era muito maravilhosa.
Fui para o banheiro me arrumar, tomei um banho rápido só para acordar, coloquei uma lingerie preta rendada, vestido, fiz uma maquiagem com batom vermelho bem forte e deixei as pontas do meu cabelo ondulados e sai, recebendo um olhar de aprovação da Vi.
- Então, já chamei o Bruno para vir nos buscar - enquanto ela falava eu estava passando perfume, eu tinha um amor tão grande por ele, que sempre que ele acabava eu comprava o mesmo, calcei meu sapato - Pronta para arrasar corações hoje? Porque olha, se eu já não fosse comprometida, hoje a gente casava, esse vestido e esse batom, vai matar um hoje, ou melhor, uma - ela saiu dando risada na minha frente, ela sabe que eu tenho uma preferência maior por mulheres, fazer o que né, elas são meu ponto fraco.
Quando entro no carro, vejo que o Bruno estava dirigindo.
-Boa noite senhoras, gostariam de uma água ou de bala? Fiquem a vontade - Vitória dá um tapinha fraco no ombro dele e depois um beijo rápido, estava tocando uma playlist bem animada no rádio, comecei a entrar no clima para festa, realmente estava precisando espairecer, antigamente ia para várias festas junto com a Cecília e a Vi, essa que não aceitava ficar de vela, só tem essa carinha de anjo, porque a cada festa era um crush diferente, tanto mulheres como homens, Vitória não gosta de rótulos, só acredita no amor e nas bocas que ela queria beijar, depois que eu terminei com a Cecília me afundei de vez nos estudos, e dentro desses 3 anos separadas, posso contar nos dedos quantas festas eu fui, não tinha mais ânimo para essas coisas.
Chegando no espaço pude perceber o quão cheio estava aquilo, e fui observando as pessoas que passavam, até mesmo retribuindo alguns olhares de desejo que eu recebia.
- Ana, vamos no bar tomar alguma coisa - diz Vitória com uma cara de animação
-Temos que fazer jus ao valor do open bar desse lugar - diz o Bruno, sempre fazendo gracinha, por isso eles são um casal perfeito
- Vamos fazer estrago aqui hoje pessoal - falei com uma animação que até eles ficaram surpresos, sai dando risada a frente deles, puxando Vi pela mão sentando em uma cadeira alta que tinha em frente ao bar ele iam pedir cerveja, mas eu não deixei e pedi 6 shots de tequila, dois para cada, só para começar a noite.
Confesso que sou fraca para álcool, então com dois shots de tequila, uma caipirinha e outro drinque que esqueci o nome eu já estava muito louca no meio da pista de dança, Vitória e Bruno tinham sumido, certeza que estavam se agarrando em algum canto e eu estava dançando e flertando com uma guria muito linda, morena, cabelo curtinho, nariz fino, boca muito bem desenhada, olhos castanhos e um corpo maravilhoso, pelo o que conversamos um pouco, ela se chamava Manu, e eu tinha certeza que tinha ganho a noite. Enquanto dançávamos, com mãos bobas nenhum pouco discretas, tive uma sensação de estar sendo observada, e quando abri os olhos eu a vi, achei que estava ficando louca, já que sabia que ela tinha saído do país logo quando terminamos, continuei a dançar e aquela sensação não passou, até que avisei a Manu que não estava me sentindo muito bem e que ia arranjar um lugar para tomar um ar, ela perguntou se ela poderia ir junto, eu disse que ia rápido só buscar uma água e tomar um ar, ela então me deu me selinho e piscou dizendo que iria me esperar. fui em direção ao bar pedir uma água, o atendente estava ocupado, então fiquei sentada esperando, até que alguém sentou ao meu lado e chamou o atendente, e então eu reconheci aquela voz, era a mesma voz que fazia parte dos meus melhores sonhos e dos meus pesadelos, a voz que eu mais amava e que me quebrou por dentro. Aquele momento foi como se tudo parasse, eu não sabia como reagir, eu congelei.

Cecília - One Shot (Anavitória)Onde histórias criam vida. Descubra agora