Parece um clichê. Mas não é.

Então porque parece tanto um clichê?

Vocês devem estar pensando: "Ai que chato, mais um livro de romance e blá blá blá...'' e provavelmente minha história ficaria mais divertida se contada assim, mas infelizmente para as romancistas de plantão isso não vai ser nada convencional, e eu queria muito mesmo poder falar mais, só que acredito que a maioria não gosta de spoilers então acho melhor irmos direto ao que interessa.

Meu nome é Wynter, e tentem acompanhar o meu ritmo.

Como todo romance adolescente com história para maiores, tudo começa em uma escola do ensino médio, a vida que eu tinha era uma vida comum, com sonhos, paixões e mentalidade um pouco diferentes do classificado "normal", sabe até que hoje parece um dia perfeito ao meu ver, o clima estava nublado afinal, eu estava usando minhas roupas padrão do dia a dia, casaco xadrez vermelho e preto, camisa do uniforme da escola, e a bermuda da escola que era preta e bem pequena, me deram um tamanho menor e fiquei com preguiça de trocar, e marca registrada de qualier adolescente comum: um all star converse preto, eu não vou me auto depreciar, mas não consigo me enxergar como uma pessoa atraente. Com minha pele pálida até demais, e cabelo ruivo encaracolado com olhos de cor cinza, eu não sou grande e não tenho traços masculinos marcantes como todo garoto dessa maldita sala tem, e pra piorar estou pensando nisso tudo olhando para a janela da sala, desculpe estou desfocando do assunto, enquanto eu olho para o céu nublado consigo sentir o olhar dele em mim, um menino tão atraente e musculoso, como um clichê, capitão do time de futebol e loiro com olhos azuis hipnotizantes, Charlie O'Hare é o sonho de várias garotas e garotos se posso dizer, e por algum motivo estranho do roteiro do universo, gosta de mim, e eu dele, e para piorar ele sabe que eu gosto dele, ele namora alguma garota líder de torcida clichê que eu sempre esqueço o nome de acordo com as fofocas da minha melhor amiga, Charlie se senta no fundo com seu grupo de idiotas sem cérebro, e eu só vou lá quando por um excesso de loucura ele acaba me chamando, e eu não consigo negar nada a ele, como se ele fosse o meu Purple Man, mas ao contrário da Jessica Jones, eu tenho prazer em fazer o que ele manda, e sim, eu sei o quão patético isso soa, talvez eu devesse procurar uma terapia mais tarde.

E como uma trombeta do apocalipse o sinal do intervalo toca, e como todos os dias todos saem e apenas eu e Connor ficamos, ele continua olhando para mim enquanto arrumo minha mochila, então ele vem em minha direção e quando eu olho para ele, o próprio começa a sorrir de um jeito sedutor, dou um sorriso tímido e volto a fechar minha mochila, quando sinto sua mão puxar a minha cintura levemente ao seu encontro, ele se aproxima mais e cheira a minha nuca, - Você está bem cheiroso hoje Floquinho - disse ele sussurrando aquele apelido idiota que me deu baixinho no meu ouvido me fazendo estremecer, então ele se afasta rapidamente e sai da sala em seguida, meus pulmões esquecem de como é respirar por um momento e voltam, ele tem começado a ficar bem... pervertido eu acho, de um tempo para cá, e eu não sei se fico feliz com isso ou preocupado, ele sempre foi tão perfeitinho ficando afastado e me ignorando, e como toda pessoa vou correndo contar tudo para a minha melhor amiga, Annie, que já deve estar me esperando no refeitório.

- Cara não acredito que ele fez isso, tem certeza que não foi delírio da sua cabeça? -diz ela quando termino de contar- Afinal ele sempre foi tão machão e afins -diz ela refletindo.

- Você acha mesmo que eu tenho capacidade mental pra pensar nisso tudo sem demaiar? Eu estou até agora tentando assimilar se foi um princípio de derrame ou loucura do escritor -comento.

- Então essa é uma hora perfeita para saber o que usar no Halloween, assim você pode já começar a jogar gasolina na fogueira dele -diz ela começando a se animar.

- Concordo, mas lembre-se que não quero nada muito vulgar ou sem pudor -digo a ela.

- Claro Wynter, tem algum problema com nudismo? -diz ela em tom brincalhão.